O erro das previsões

Por a 1 de Outubro de 1999

Todos nós gostamos de fazer futurologia! Exactamente porque o homem sabe que vai morrer, o conhecer o seu futuro e o seu destino é, e será sempre, um grande negócio, enquanto o homem for homem e tiver dúvidas (que o digam todos os astrólogos e quiromantes deste país e mundo). Lamentavelmente questionando e reflectindo pouco sobre o passado, o homem interessa-se mais pelo futuro, o que é natural, esquecendo-se no entanto que não se repetindo a história – dizia Lavoisier que na natureza nada se cria, tudo se transforma – como na vida. A indústria da publicidade, que emprega perto de 2 mil profissionais especializados, directos neste país, não poderá por isso deixar de fugir á regra de questionar o futuro! Falamos de 2 mil profissionais especializados directos, porque indirectos rondarão os 5 mil, ou seja, tudo o que são gráficas, produtoras, meios, etc., etc.. Que futuro nos reserva esta actividade? Que futuro para o investimento do meu tempo, trabalho e dinheiro? Tudo se questiona, porque só temos uma vida e queremos gozá-la o melhor possível. A qualidade da nossa vida também faz parte do investimento que fazemos no nosso trabalho. Por isso se questiona tanto o futuro da actividade onde trabalhamos, neste caso a Publicidade. A Publicidade sempre esteve dependente dos meios, da quantidade e qualidade dos meios de exposição e contacto com o consumidor, postos á sua disposição. Se inicialmente foi o cartaz, veio depois a imprensa, a rádio, o cinema, a televisão e agora as novas tecnologias como a Internet, por exemplo. Nenhum meio destruiu outro meio. Todos eles se complementaram e souberam criar condições para coexistir. A televisão, contra todas as previsões, não destituiu o cinema, antes pelo contrário, até criou o negócio do filme em vídeo. Nem a televisão destituiu a rádio, nem a notícia na rádio, o jornal! Aumentaram-se os veículos nos diversos media. Aumentou-se a família sem se acabar com ela. Acho que o futuro vai ser DIGITAL! Como o vão ser o telefone, a fotografia, o cinema, a televisão. Mas são novas tecnologias que melhoram, simplificam, mas não destroem. Estou seguro de que ainda vou ver a revolução da Indústria Publicitária, provocada pelos media. Mas como todas as revoluções, para que tudo fique diferente, ficando tudo na mesma. Dividido e subdividido o negócio, a criatividade, a ideia, continuará a ser o mistério, sem dogmas nem preconceitos. Só dessas nos lembraremos e só essas ficarão na história – as ideias, as grandes ideias concretizadas. O futuro será, de certeza, surpreendentemente agradável, como foi aquele futuro em que hoje vivo. Para quê mais história, se se erram sempre as previsões? Veja-se o 2001 Odisseia no Espaço!? Em que ano estamos hoje?

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