Claques e adeptos têm voz

Por a 29 de Outubro de 1999

A “Super Ultra” pretende retratar o outro lado do futebol. Realizada por um grupo de amigos, procura uma editora que a ajude a crescer

A “Super Ultra” é uma revista mensal que nasceu em 1996, quando quatro amigos se juntaram para dar voz aos adeptos e claques de todos os clubes de futebol. Tendo como modelo várias revistas estrangeiras em que o volume de tiragens e exemplares vendidos testemunham o sucesso, a “Super Ultra” tem uma tiragem de cerca de dois mil exemplares e é dirigida aos adeptos do desporto-rei com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos. No entanto, e uma vez que é um projecto idealizado por um grupo de amigos, os apoios escasseiam, sendo cada vez mais difícil garantir a sua sobrevivênvia. Nuno Manaia Costa, director da publicação, afirma que «esta revista tem um enorme potencial de exploração, porque não existe nenhuma outra que retrate este tema e com a qual os jovens se identifiquem», adiantando ainda que, «em Itália, um revista deste género vende 50 mil exemplares em cada 15 dias». A “Super Ultra” aborda tudo o que tem a ver com os adeptos e as claques de futebol, inclui artigos com jogadores e diversas personalidades, posters e várias fotografias que mostram o ambiente que rodeia um jogo de futebol. De acordo com Nuno Manaia Costa, «a revista tem também uma acção muito pedagógica, na medida em que incentiva um ambiente festivo», explica. A “Super Ultra” tem um preço de capa de 400 escudos e a assinatura custa 1 500 escudos. Uma parte é distribuída pela Vasp e os restantes exemplares são vendidos nos estádios. Em termos de publicidade, os preços variam entre os 3 mil escudos (rodapé) e os 45 mil escudos (duplas centrais). Apesar dos vários contactos já efectuados com várias editoras e entidades desportivas, os responsáveis ainda não conseguiram qualquer apoio, com excepção do Instituto Nacional de Deporto. Caso não consigam o apoio de uma editora, os responsáveis vão tentar manter a publicação, o que se afigura muito difícil. Segundo Nuno Manaia Costa, «acabar com a “Super Ultra” seria um desperdício, porque se fosse apoiada poderia vender muito, especialmente agora que Portugal vai organizar o Euro 2004», conclui.

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