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O equilíbrio de género e a diversidade ainda estão longe de chegar ao setor das agências criativas, apesar de existir uma maioria de mulheres à frente das maiores marcas nacionais […]

Cristina Dias Neves
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Quanto mais diversas as equipas, melhor o resultado

O equilíbrio de género e a diversidade ainda estão longe de chegar ao setor das agências criativas, apesar de existir uma maioria de mulheres à frente das maiores marcas nacionais […]

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Cristina Dias Neves
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Imagem da campanha “Viva la Vulva” criada pela agência AMV BBDO para o grupo sueco Essity


O equilíbrio de género e a diversidade ainda estão longe de chegar ao setor das agências criativas, apesar de existir uma maioria de mulheres à frente das maiores marcas nacionais

A equidade entre homens e mulheres no mundo profissional continua a ser uma quimera. Estudos sucessivos indicam que, apesar de as mulheres serem já metade da força laboral, os cargos de chefia mantêm-se maioritariamente nas mãos dos homens.

Mais grave, porém, é que nas  mesmas funções, as mulheres ganham menos do que os homens, o que num  mundo em que as exigências são idênticas, é completamente anacrónico. As causas deste desequilíbrio são ancestrais e têm sido amplamente debatidas. As mulheres continuam a ter sob a sua alçada a gestão doméstica e a assumir de forma lógica e natural o papel de cuidadoras, dos filhos, dos pais, dos sobrinhos, enfim, de todos e de tudo o que estiver à volta. E se é verdade que as coisas estão a mudar — as novas gerações já partilham as tarefas domésticas com naturalidade, dando uma outra liberdade às jovens profissionais — não é menos verdade que há hábitos enraizados,  quase geneticamente, que fazem com que as mulheres fiquem para trás no mundo da liderança, onde a autoridade, a exposição e o risco são palavras de ordem.

Alexandra Machás Responsável pelo estudo da Scopen


Mais mulheres a planear, mais homens a liderar

Fomos perceber de que forma esta realidade se espelha no nosso mercado e, para isso, falámos com Alexandra Machás, responsável por um dos estudos mais citados do mercado: o estudo da Scopen, apresentado no final de 2023. Embora o estudo não esteja construído para realçar o panorama da equidade de género em particular, Alexandra Machás salienta as tabelas do Top 20 marketeers mais citados para concluir que nas grandes empresas anunciantes, há um número significativo de mulheres entre os profissionais mais referidos pelo setor. Na área do marketing, por exemplo, são 13 as mulheres que integram o Top 20. Na área da comunicação institucional das empresas são 12. Esta disparidade pode ser justificada por vários motivos. Olhando numa perspetiva positiva, tratam-se de áreas de inovação e criatividade que são as que clara e rapidamente melhor acolhem os ventos de mudança. Porém, se olharmos com crueza para os indicadores das grandes empresas, também podemos inferir que aquelas são, afinal, áreas tradicionalmente reservadas ao papel da mulher, considerando a esfera de competências sociais que requerem, como empatia ou sensibilidade. Nas agências, o panorama parece estar mais de acordo com a norma. Alexandra Machás chama a atenção para o facto de que, apesar de existirem mais mulheres a trabalhar nas agências de comunicação, há uma maioria de homens em cargos de chefia. Ou seja, a proporção de mulheres versus homens em cargos de chefia é inversa. O estudo mostra que em 20 nomes há apenas sete mulheres no Top 20. Nas agências de meios,passa-se exatamente o mesmo: mais mulheres a planear, mas mais homens a liderar, na proporção de sete para 13.

As agências criativas com maior disparidade 

É nas agências criativas que encontramos a maior e mais gritante disparidade. Este parece ser um domínio quase exclusivo de homens. Na lista dos Top 20 profissionais mais admirados, apenas constam duas mulheres. Basta olhar de relance para as chefias das agências para percebermos que raramente há mulheres e quando há, têm homens ao lado.

Esta situação deriva de dois fatores. Por um lado, são os homens que, na sua maioria, detêm os cargos criativos e, por outro lado, são também os criativos que se tornam as figuras de referência nas agências, que, como o nome indica, têm como valor máximo a criatividade.

Mas sendo a criatividade uma área tão vasta, tão aberta a todos, por que razão é que há muitos mais homens que mulheres? Judite Mota, CCO (diretora geral criativa) da VLM, diz a propósito do fenómeno que “as mulheres parece que vão caindo pelas fendas do sistema”, ou seja, nas carreiras criativas apesar de à entrada existirem tantos homens como mulheres, não são muitas as que continuam na carreira. As razões basicamente são as mesmas apontadas no acesso aos cargos de chefia, com destaque para a disponibilidade. Neste caso, podemos ir mais longe e dizer que não se trata apenas de disponibilidade de tempo, mas também de disponibilidade mental. Depois, também, é uma questão de atitude e de postura, que acaba por abonar sempre em favor dos homens, como se tivessem à partida direitos que as mulheres têm sempre que conquistar.

Judite Mota é a diretora geral criativa da VLM

“As mulheres vão caindo pelas fendas do sistema”

Judite Mota dispensa apresentações a quem está no meio publicitário. É atualmente CCO (Chief Creative Officer) e directora-geral da recém constituída VML, agência que surge da fusão entre a Y&R Portugal onde também já era CCO, e a Wunderman Thompson. Diz-nos, logo de entrada, que está muito satisfeita com a nova equipa que constituiu. À sua equipa de origem, onde prevaleciam duplas masculinas, juntou duplas femininas e mistas, estando por isso, atualmente, a trabalhar em plena paridade.

Mas nem sempre é assim, nem sempre foi assim. “As mulheres parecem que vão caindo pelas fendas do sistema”, afirma. As fendas do sistema publicitário e mais especificamente das áreas criativas. Se há tantas entradas femininas como masculinas porque parece que desaparecem à medida que vão evoluindo na carreira? A explicação aponta para a disponibilidade necessária para se trabalhar na área criativa. Judite Mota explica que são normalmente áreas com muita intensidade em termos de trabalho, que é precisa uma grande disponibilidade mental, que, a certa altura da sua vida, as mulheres não acompanham, porque têm aquela dupla função de serem, também, mães e protagonistas da vida doméstica.

As novas gerações são diferentes, a própria forma de trabalhar também é diferente, estamos longe dos exageros dos anos 1990, as novas gerações equilibram melhor a vida profissional com a vida pessoal, sabem melhor o que querem. A mudança, contudo, não é tão rápida quanto poderia ser. Esta nova forma de estar estende-se também às mulheres e com consequências parecidas em termos da dificuldade de fixação de talento feminino nas áreas criativas. Judite Mota explica: ”Estas gerações mais novas percebem mais depressa que se não é ali que está o que os vai fazer felizes, saltam mais depressa, também. E o efeito é o mesmo, a consequência é a mesma. Desaparecem as raparigas das agências, dos jornais, ou de seja o que for, mas por razões diferentes”.

Quando falamos sobre se já sentiu que estava num ambiente sexista, Judite Mota explica que, sendo uma mulher muitas vezes entre muitos homens, “atualmente reagiria de forma diferente a certos comportamentos, certos comentários”. Ou seja, adianta, “a ideia de – és como nós, és um de nós, podemos fazer os comentários que quisermos à tua frente – hoje não seria aceitável. Era uma coisa que nos diziam como um elogio. E não faz sentido absolutamente nenhum”. Prova de que os tempos mudaram mesmo.

Rita Amzalak é directora-geral da Havas Media

Novas gerações são mais sensíveis à paridade

Rita Amzalak, diretora-geral da Havas Media, é otimista por natureza. Acredita profundamente que “evoluímos muito mais num mundo onde convivemos e exploramos as diferenças”. Porque, na verdade, explica: “sabemos que se fizermos sempre o mesmo caminho e da mesma forma, vamos sempre dar ao mesmo caminho. E não é isso que queremos, muito menos neste mundo, neste mundo da publicidade”, explica Rita Amzalak.

Na sua perspetiva, no mundo da publicidade há uma maior equidade de género do que em outros meios. Na Havas Portugal, por exemplo, a presidente é uma mulher e na comissão executiva há tantos homens quanto mulheres. Esta paridade é o espelho de uma equipa que se divide equitativamente ao nível do género.

Segundo a diretora-geral da Havas Media, o grupo está alerta para o tema e tem implementado a nível internacional um programa que visa precisamente fomentar o empoderamento de mulheres, capacitando-as, treinando-as para conseguirem ascender a cargos de liderança. Este programa de treino intensivo é patrocinado pela gestão de topo do grupo, dando, por isso, um sinal a todos que é um tema importante e prioritário no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que inclui procurar alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas.

Rita Amzalak está na lista das cinco mulheres mais admiradas nas agências de meios, elaborada pela Scopen. Diz que nunca se sentiu estigmatizada por ser mulher, até porque vem de uma família grande em que o valor das mulheres e da diversidade é respeitado. Mas sabe que o estigma existe e é necessário continuar a combater modelos de género que estão desajustados da realidade. “Nunca convivemos bem com a discriminação, é completamente paradoxal existirem empresas cuja cultura e mentalidade seja penalizar a maternidade, aquilo que gera a vida. O que se tem que criar são medidas de apoio para que as mulheres que têm esse desafio acrescido possam prosperar e aceder a estes cargos, com tudo aquilo que todos nós valorizamos, não é?”, afirma, em jeito de pergunta,  com um sorriso.

As novas gerações, com quem Rita tem muito convívio, são o seu principal argumento no caminho do otimismo. “Têm um acesso à informação, uma sensibilidade para irem eles próprios à procura do seu desenvolvimento pessoal, uma abertura de mundo que nós não tínhamos”, salienta, concluindo: “Estão a trazer-nos desafios positivos que nos ajudam nesta transformação de mentalidades”.

 

Susana Albuquerque é presidente do Clube da Criatividade e diretora geral executiva da Uzina

Clube dá visibilidade às criativas  

Susana Albuquerque é presidente do Clube da  Criatividade e uma referência no mundo da criatividade, mas também uma defensora acérrima do empoderamento das mulheres no mundo profissional e no seu setor de atividade.

Tudo começou durante a covid-19, quando o Clube da Criatividade organizou uma das suas tertúlias em torno do tema da igualdade de género na publicidade. Susana percebeu que o assunto não estava a ser suficientemente debatido no meio e precisava de um empurrão. Surgiu assim o podcast ‘Clube das Criativas’, um ciclo de conversas entre mulheres das áreas da publicidade e criativa.

A conversa inaugural coube à própria Susana Albuquerque, que convidou para interlocutora Judite Mota, CCO da VML, e continuou depois com Judite a convidar a Ana Magalhães, da VML Nova Iorque, e esta a trazer à antena a realizadora Catarina Vasconcelos e por aí adiante. O último podcast, realizado em janeiro de 2024, foi protagonizado por Rita Torres Baptista e Ana Rita Almeida, da BBDO, na qualidade de entrevistada.

Esta iniciativa é apenas uma entre as muitas que podem ser desenvolvidas para dar voz e visibilidade às mulheres na publicidade. Susana Albuquerque considera que esta não é uma causa exclusiva da publicidade, mas da sociedade em geral, onde os cargos de chefia continuam a ser atribuídos em grande maioria aos homens. Na publicidade acresce a disparidade de funções atribuídas às mulheres e aos homens, áreas de contacto e produção e área de criatividade, respetivamente. Uma disparidade que, na análise de Susana Albuquerque, se deve ao papel determinante que a mulher continua a ter na maternidade e na educação dos filhos, mas também na forma ainda tímida com que se apresenta, expõe e coloca em evidência, quando necessário.

As ideias para combater esta realidade fervilham na cabeça de Susana  Albuquerque, para quem quanto mais diversidade existir nas equipas criativas, mais rico será o resultado. Defende, por isso, que é necessário procurar e pôr cada vez mais em evidência mulheres que têm funções de chefia nas áreas criativas, para que possam dar o exemplo e servir de inspiração.

Já na reta final do segundo mandato como presidente do Clube da Criatividade, Susana Albuquerque tem a ambição que o clube possa continuar com mais iniciativas, como por exemplo, a que se fez em Espanha, onde foi criada a “Más mujeres Criativas”, uma associação com mais de 200 mulheres criativas que – com base num estudo aprofundado sobre o panorama da equidade – tem definidas atividades com métricas associadas, para apoiar as mulheres dentro do setor. Uma iniciativa emblemática dá pelo nome de “UnaDeDos” e foi lançada em 2021, traduzindo o compromisso de mais de 40 marcas, agências e instituições. A ideia é que em 2030 possa haver ‘UnaDeDos’ diretoras criativas nas agências de publicidade mais relevantes do mercado espanhol.

 

Rita Vitorino é gestora de contas e gestora de projeto

“A publicidade precisa muito de mulheres”

Tendo passado por várias agências criativas desde a Ogilvy até, mais recentemente, a MTSF Partners, e também pelos media, enquanto fotojornalista, Marta Vitorino distingue-se por ter escolhido, há já uns anos, o seu próprio percurso individual, dentro da publicidade. É gestora de contas e gestora de projeto para várias agências e clientes, mas trabalha em regime de freelance, ou seja, quando quer e como quer. Um sonho para a maior parte das pessoas e para ela também. A publicidade é um mundo que precisa muito de mulheres. “Há muita criatividade na cabeça da maior parte delas. Quando estamos a produzir um trabalho em que temos que entender o que um determinado público quer e pensar na melhor forma de o fazer comunicar, precisamos ter um grupo de trabalho diverso”, justifica Marta Vitorino.

“Mas não se trata apenas de um tema de mulheres, é mais vasto, falamos também de pessoas diferentes em termos de orientação sexual, idade, etnia e por aí em diante. Infelizmente ainda estamos longe disso, mas esse é o caminho”, diz.

“Se queremos estar de olhos postos no futuro, devemos dar espaço a um grupo de trabalho variado e equilibrado”, acrescenta.

Na perspetiva de Marta Vitorino, não há uma liderança feminina e outra masculina, mas a realidade mostra que há muito mais homens em cargos de topo na publicidade, o que se fica a dever à própria condição da mulher na sociedade: “As mulheres têm duas profissões, trabalham fora de casa, mas também mantém o papel principal em termos domésticos, o que as penaliza quando estamos em profissões onde se compete por melhores projetos, os melhores bónus, as melhores condições. Depois há a herança cultural, o machismo que não se reverte numa geração”, salienta a gestora de contas.

“As mulheres tendem a ter papéis mais empáticos e, por isso, nas agências surgem mais como gestoras de contas ou de projeto. Já os homens estão em maioria nas áreas criativas, onde o ego é importante. Isto conduz a que o mundo da publicidade seja dominado, essencialmente, por homens brancos que, de modo geral, tendem a escolher o que lhes é mais próximo e  conhecido”. Embora não queira adiantar casos precisos, Marta Vitorino é das poucas entrevistadas que responde que já se sentiu várias vezes discriminada por ser mulher, mesmo que em pequenas coisas, subtilezas que revelam a cultura dominante. Considera, no entanto, que as gerações mais novas são diferentes, que se valorizam mais e sabem bem o que querem, sobretudo as mulheres da geração Z. Fazem menos concessões.

Às gerações de mulheres mais novas, Marta Vitorino aconselharia, essencialmente, que tenham respeito por si e pelos outros. “Se houver um ambiente de respeito pelo trabalho, pelas dificuldades e pelas conquistas de forma igual, é meio caminho andado para haver uma valorização equilibrada de todas as pessoas”, conclui.

Filipa Appleton, diretora de marca e marketing do Continente


“Caminho da equidade está a ser feito a passos largos”

Filipa Appleton lidera a área de marketing e marca do Continente há seis meses e acaba de lançar uma nova plataforma de comunicação com o headline “Continente é de toda a gente”, onde a atriz Gabriela Barros se metamorfoseia em diferentes personagens, cada uma com o seu estilo e necessidades diferentes, numa alegoria ao que o Continente pretende ser.

Filipa está orgulhosa da campanha e adianta que “este é o início de uma nova comunicação, que irá, no futuro, integrar outros personagens”.  Conta que “não houve intenção deliberada de escolher uma protagonista do sexo feminino, mas certo é que são as mulheres que, em maioria, continuam a tomar as decisões de compra de alimentos e produtos para o lar”.

Na sua visão, o caminho da equidade está a ser feito a passos largos. Também considera que a existência de tantas mulheres à frente da área de marketing e publicidade das marcas é justificada com o facto de se tratarem de áreas de criação e de inovação, que são, por norma, bastante pioneiras dentro das empresas.

“As mulheres da geração Z já são nascidas na era digital, marcada pela globalização, e têm uma atitude, se calhar, mais orientada para a flexibilidade e para a inovação”, salienta, acrescentando que se trata de uma geração mais focada  na procura de “um propósito no trabalho e que valoriza mais a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade”.

Filipa Appleton crê que é realmente a diversidade e a troca de experiências entre gerações que cria valor às equipas, destacando aquela que herdou no Continente. “Uma empresa com equipas diversas que se complementam, reconhecem e integram abordagens diferentes, que se enriquecem mutuamente e promovem uma cultura que valoriza esta diversidade de pensamento, esta troca de experiências que nos desafia mutuamente”.

Com uma filha de 19 anos a estudar gestão, Filipa Appleton confessa que nunca pensou dar-lhe orientação profissional específica, mas tem a expetativa de que seja alguém sem preconceitos, que não faça juízos de valor precipitados, que confie nela própria e nas suas competências. Considera que deve ser proativa na procura de oportunidades, aprendizagens e desenvolvimento profissional e pessoal. “Tento ser também isso para ela, para que veja em mim alguém que não se acomoda num sucesso que é efémero ou num reconhecimento que é efémero”, diz, rematando: “O que é importante é ser boa e feliz no que se  faz. Porque sermos felizes no nosso trabalho, sermos felizes, é meio caminho andado para sermos excelentes profissionais.”

Ana Rita Almeida é diretora geral da BBDO Portugal

Os modelos tradicionais estão a ser ultrapassados 

Ana Rita Almeida é diretora-geral da agência criativa BBDO e gere contas tão importantes como Pingo Doce, Novobanco ou McDonald’s. Com um vasto currículo na área do contacto, passou pela Publicis, Lowe Lintas e Leo Burnet, em Portugal e em Amesterdão, até aterrar na BBDO, em 2002. Aqui fez todo o percurso, da base até ao topo da hierarquia, desde diretora de contas, como começou, até diretora-geral, cargo que exerce desde 2012.

Considera que o meio publicitário ainda é um mundo de homens, mas está a mudar rapidamente, havendo cada vez mais mulheres em cargos criativos e também em cargos de chefia. As mulheres tendem a ficar para trás por razões históricas, como os modelos que lhes são tradicionalmente oferecidos enquanto mães e cuidadoras, mas as novas gerações são muito diferentes e encaram a vida profissional com muito pragmatismo. Ana Rita Almeida vê a mudança a acontecer. A sua experiência diz-lhe que os modelos tradicionais antes impostos estão a ser ultrapassados todos os dias pelos jovens, que vivem a vida com outro desprendimento. A gerir uma equipa de 80 pessoas na BBDO, Ana Rita Almeida afirma nunca se ter sentido discriminada por ser mulher, mas também admite que pode não ter reparado. De qualquer forma, não acredita na dicotomia de género homem/mulher em termos de liderança, mas, sim, em perfis mais ou menos adequados para o efeito. Com uma filha de 17 anos e um filho de 14, admite que se tivesse de dar conselhos a Inês, diria que o que importa mesmo é trabalhar, esforçar-se por atingir os objetivos, mas sempre sem perder o pé. Isto é, com bom senso.

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Há seis portugueses entre os mais influentes na indústria dos eventos

Alexandra Torégão, Francisco Serzedello, Diogo Rebelo Rodrigues, José Esteves, Pedro Rodrigues e Joaquim Pires (na foto, da esq. para a dir.) são os distinguidos nas tabelas internacionais, de 2024, dos Eventex Awards

Alexandra Torégão, Francisco Serzedello, Diogo Rebelo Rodrigues, José Esteves, Pedro Rodrigues e Joaquim Pires são os seis portugueses mencionados nas listas dos cem profissionais mais influentes na indústria global dos eventos, em 2024, dos Eventex Awards.

O índice dos Eventex Awards nomeia os cem profissionais que causaram mais impacto com a sua criatividade, visão e capacidade de inovação na indústria dos eventos, reconhecendo ainda as pessoas mais influentes por setor e especialidade, bem como por região.

Alexandra Torégão, que trabalha o desenvolvimento de negócios, marketing e eventos para a Meo Arena, é reconhecida em três das listas dos Eventex Awards. A profissional integra nas tabelas ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry for 2024’ (lista principal), ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry in Еurope for 2024’ e ‘The 100 Most Influential Venue Professionals for 2024’. Francisco Serzedello, CEO da GR8 Events, é nomeado nas listas ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry in Еurope for 2024’ e ‘The 100 Most Influential Event Professionals for 2024’.

À semelhança de Francisco Serzedello, Diogo Rebelo Rodrigues, diretor de vendas de grupos e eventos no Penha Longa Resort – The Ritz-Carlton, também é reconhecido nas tabelas ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry in Еurope for 2024’ e ‘The 100 Most Influential Event Professionals for 2024’.

José Esteves, engenheiro sénior de desenvolvimento de software da GR8 Events, integra, por seu lado, as listas ‘The 100 Most Influential Event Technology Professionals for 2024’ e ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry in Еurope for 2024’.

Pedro Rodrigues, diretor-geral da Desafio Global, e Joaquim Pires, diretor de turismo de negócios e eventos do Turismo de Portugal, são ambos reconhecidos na tabela ‘The 100 Most Influential People in the Events Industry in Еurope for 2024’.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Alphabet aumenta receitas em 15%

As receitas de publicidade no YouTube sobem 12% para €8,22 mil milhões. A faturação da Google Cloud, por seu lado, ultrapassa a do YouTube, totalizando €10,46 mil milhões, crescendo 35%

A Alphabet, que detém a Google, aumenta as receitas totais de faturação em 15% no terceiro trimestre de 2024, para um total de 88,26 mil milhões de dólares (€81,29 mil milhões), face ao período homólogo, em que registou receitas de 76,69 mil milhões de dólares (€70,64 mil milhões).

A empresa liderada por Sundar Pichai apresenta ainda um aumento de 34% dos lucros, para 26,30 mil milhões de dólares (€24,23 mil milhões), em comparação com o ano anterior, em que registou 19,68 mil milhões de dólares (€18,13 mil milhões).

Em termos de receitas publicitárias, a Alphabet regista 65,85 mil milhões de dólares (€60,65 mil milhões), o que representa um crescimento de 10,4% face aos 59,64 mil milhões de dólares (€54,93 mil milhões) registados no mesmo período em 2023.

O Google Search tem receitas de faturação de 49,38 mil milhões de dólares (€45,47 mil milhões) no terceiro trimestre do ano, um aumento de 12% face ao período homólogo, em que reportou 44,02 mil milhões de dólares (€40,55 mil milhões). O Google Search representa mais de metade da faturação, de acordo com os resultados financeiros anunciados pela empresa.

As receitas de publicidade do YouTube ascendem 12%, para 8,92 mil milhões de dólares (€8,22 mil milhões), face aos 7,952 mil milhões de dólares (€7,32 mil milhões) registados no terceiro trimestre de 2023, enquanto a Google Network (rede de sites e aplicações de telemóvel com anúncios pagos criados no Google Ads) representa 7,54 mil milhões de dólares (€6,95 mil milhões), em queda em relação aos 7,66 mil milhões de dólares (€7,06 mil milhões) reportados no período homólogo.

A faturação da Google Cloud, por seu lado, ultrapassa a do YouTube, totalizando 11,35 mil milhões (€10,46 mil milhões), a subir 35% em relação a 2023, em que registou 8,33 mil milhões de dólares (€7,68 mil milhões).

Os custos e despesas totais da Alphabet são de 59,74 mil milhões (€55,03 mil milhões), a subir face aos 55,350 mil milhões de dólares (€50,98 mil milhões) registados no mesmo período no ano passado. O aumento das receitas superou o crescimento das despesas e levou a um aumento de quatro pontos percentuais na margem operacional, de 28% para 32%.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Apple Intelligence quer aumentar personalização de anúncios

A nova ferramenta permite o acesso a ‘insights’ de dados agregados, mantendo a privacidade dos utilizadores, e analisa comportamentos, incluindo o uso de aplicações e as preferências de conteúdos, em todo o ecossistema da Apple

A Apple Intelligence, a nova ferramenta de inteligência artificial (IA) da Apple, chega à Europa na primavera do próximo ano, com funcionalidades de automatização de processos, sistemas de escrita mais avançados e ferramentas de personalização que podem ser usadas pelos profissionais da publicidade e do marketing para a criação de anúncios e campanhas.

“A Apple Intelligence marca o início de uma nova era para iPhone, iPad e Mac, oferecendo experiências de utilização e ferramentas totalmente novas que transformarão o que os nossos utilizadores podem alcançar com os nossos dispositivos”, afirma Tim Cook, CEO da Apple.

A nova ferramenta permite o acesso a ‘insights’ de dados agregados, mantendo a privacidade dos utilizadores. A ferramenta analisa comportamentos, incluindo o uso de aplicações e as preferências de conteúdos em todo o ecossistema da empresa tecnológica, possibilitando a obtenção de informações relevantes, que vão além dos dados demográficos tradicionais.

Durante o lançamento da ferramenta, o responsável explicou que “a Apple Intelligence baseia-se em anos de inovação em IA e aprendizagem automática, disponibilizando aos nossos utilizadores um sistema de inteligência pessoal fácil de utilizar, ao mesmo tempo que protege a sua privacidade. É a IA generativa de uma forma que só a Apple pode oferecer”, assegura Tim Cook.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Beefeater 0.0 faz parceria com jogadora de padel Sofia Araújo

Com a associação à jogadora de padel (na foto), presença regular no top 20 do ranking mundial, a Beefeater pretende consolidar a posição no mercado das bebidas sem álcool, com o foco nos praticantes de desporto

A versão sem álcool do gin Beefeater fez anunciar uma parceria com Sofia Araújo, jogadora de padel que compete no Premier Padel, um dos circuitos mais prestigiados e competitivos da modalidade. A colaboração visa solidificar o posicionamento da marca no território de desporto, promovendo a bebida como uma escolha apropriada para momentos de convívio e atividades desportivas.

“Esta parceria representa uma excelente oportunidade de unir o desporto à partilha de momentos de convívio, algo que o padel naturalmente proporciona. No final de cada jogo ou treino, os jogadores valorizam estes momentos descontraídos para socializar e reforçar laços, e é aqui que Beefeater 0.0 se destaca. Ao oferecer uma opção sem álcool, a marca traz um equilíbrio perfeito, sem perder o foco num estilo de vida equilibrado”, refere Sofia Araújo, citada em comunicado de imprensa.

Com esta associação, a Beefeater 0.0, distribuída pela Pernod Ricard no mercado português, procura consolidar a sua posição no mercado das bebidas sem álcool, centrando o foco na relação com os consumidores que praticam desporto e valorizam momentos de convívio.

“A parceria com Sofia Araújo é uma etapa estratégica para nós, não só pelo reforço da presença de Beefeater 0.0 no mundo do padel, mas também pelo valor que esta bebida acrescenta ao nosso portefólio, uma vez que representa uma ruptura com as opções tradicionais, criando uma nova forma de viver os momentos pós-jogo”, esclarece Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca da Beefeater, citada no documento.

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Faturação da Meta sobe 19% para €40,59 mil milhões

A faturação do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp sobe 18,8%. O prejuízo da inteligência artificial e da realidade aumentada continua a subir, no terceiro trimestre

As receitas totais de faturação da Meta no terceiro trimestre do ano aumentam 19%, para 40,59 mil milhões de dólares (€37,29 mil milhões), em comparação com o mesmo período em 2023, em que regista receitas de 34,14 mil milhões de dólares (€31,36 mil milhões).

A empresa norte-americana de tecnologia apresenta ainda um aumento de 35% dos lucros, em comparação com o ano anterior, passando de 11,58 mil milhões de dólares (€10,64 mil milhões) para 15,66 mil milhões de dólares (€14,38 mil milhões).

As receitas publicitárias da Meta sobem 18,5%, de 39,88 mil milhões de dólares (€36,64 mil milhões) no terceiro trimestre do ano, em comparação com os 33,64 mil milhões de dólares (€30,91 mil milhões) no mesmo período em 2023.

A Família de Apps da empresa – que inclui o Facebook, o Instagram, o Messenger e o WhatsApp – fatura 40,31 mil milhões de dólares (€37,07 mil milhões), comparativamente com os 33,93 mil milhões de dólares (€31,20 mil milhões) registados no período homólogo, subindo 18,8%.

As redes sociais da Meta, incluindo o WhatsApp, têm um lucro de 21,77 mil milhões de dólares (€20,02 mil milhões), face aos 17,49 mil milhões de dólares (€16,08 mil milhões) reportados no ano anterior, o que representa um crescimento de 24,5%.

A faturação do segmento de Reality Labs – que inclui o ‘hardware’, ‘software’ e conteúdos de consumo relacionados com a inteligência artificial (IA), realidade virtual, aumentada e mista – passa de 210 milhões de dólares (€193 milhões) para 270 milhões de dólares (€248 milhões).

Em termos de resultados líquidos, o segmento Reality Labs aumenta o prejuízo para 4,42 mil milhões de dólares (€4,06 mil milhões), no terceiro trimestre, face aos 3,74 mil milhões de dólares (€3,44 mil milhões), no mesmo período em 2023.

A Meta tem investido no Meta AI, o seu modelo de IA, até à data e Mark Zuckerberg, CEO da Meta, revela numa audioconferência que “os investimentos em IA continuam a exigir uma infraestrutura séria, e esperamos continuar a investir significativamente nessa área”.

As ações da Meta caíram mais de 3% após a empresa ter apresentado os resultados do terceiro trimestre do ano, apesar de os lucros e receitas terem superado as expetativas dos analistas de Wall Street para o trimestre. Isto é devido ao crescimento das despesas e investimentos que a empresa prevê fazer durante 2025.

A empresa também tem investido fortemente em outros projetos de longo prazo, incluindo ‘smartglasses’ alimentados por IA e mais recentemente, apresentou o Movie Gen, um modelo de IA generativa, que permite gerar vídeo e áudio a partir de texto. Mark Zuckerberg revela ainda que “o Movie Gen vai chegar ao Instagram em 2025”.

Embora os gastos da Meta tenham aumentado 14% no segundo trimestre de 2024, para 23,24 mil milhões de dólares (€21,36 mil milhões) de 20,39 mil milhões de dólares (€18,76 mil milhões) em 2023, em parte por conta dos investimentos em IA, o aumento das receitas superou o crescimento das despesas e levou a um aumento de três pontos percentuais na margem operacional, de 40% para 43%.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Cortefiel lança coleção outono/inverno com criatividade da Havas (com vídeo)

Com planeamento de meios da Media Gate, a campanha inclui televisão e redes sociais e continuará no ar em momentos chave, como a Black Friday e o Natal. Celebridades espanholas, como a jornalista Sara Carbonero (na foto), protagonizam os anúncios produzidos pela Be Sweet Films

A Cortefiel está a lançar a campanha da coleção outono/inverno 2024, idealizada pela agência Havas Creative. Sob o lema ‘O seu melhor eu’, a campanha da marca espanhola de moda detida pela Tendam apresenta as propostas das marcas Cortefiel, Pedro del Hierro, Slowlove, Hoss Intropia e OOTO.

Com base em diferentes planos, a campanha é constituída por um filme principal de 20 segundos e seis ‘spots’ distintos de dez segundos, que representam os diferentes dias da semana.

Nos anúncios, produzidos pela Be Sweet Films e realizados por Alba Ricart, aparecem alguns dos rostos espanhóis conhecidos que estão ligados à Tendam, como a jornalista Sara Carbonero e a apresentadora de televisão Isabel Jiménez, vestidas com a coleção de outono/inverno 2024 da Slowlove, ou modelo Andrés Velencoso, vestido com a coleção da OOTO. Para acompanhar as imagens, foi escolhida a música ‘Follow’, da banda de indie rock anglo-espanhola Crystal Fighters.

A campanha, com planeamento de meios da Media Gate, está presente em televisão e redes sociais e continuará no ar ao longo do ano em momentos chave para o consumidor, como a Black Friday e o Natal. Nacho Soria, Diana Casadiego e Fede Botella da Havas Creative foram os diretores criativos da campanha. A produção ficou a cargo de Raquel Pérez e Cristina Viver, e Victor Mazúrek foi o responsável pelo grafismo.

“Esta é a quinta campanha multimarcas que realizamos com a Cortefiel, ver todas as marcas premium da Tendam unidas é um sonho e orgulho para todos. Os nossos clientes podem ver nesta campanha que oferecemos coleções para cobrir as suas diferentes ocasiões e uma vasta gama de estilos com o clique de um botão na Cortefiel.com ou nas suas mais de 150 lojas Cortefiel”, enfatiza María Sañudo, diretora de marketing internacional da Cortefiel, Pedro del Hierro, Hoss Intropia, Slowlove e OOTO, em comunicado de imprensa.

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Taxas de recordação de anúncios em ‘connected TV’ são 8,7 vezes superiores

Aliar a publicidade nativa à ‘connected TV’ e ao vídeo em campanhas digitais aumenta as métricas de retenção e amplifica o desempenho comercial de marcas e empresas, revela o estudo internacional da MediaScience para a LG Ad Solutions

Os anúncios exibidos em ‘connected TV’ têm taxas de recordação 8,7 vezes superiores e um grau de reconhecimento de marca 4,7 vezes maior, avança o estudo internacional ‘The Connect Effect: How Smart TVs are Changing the TV Experience for Both Viewers and Brands’, desenvolvido pela MediaScience para a LG Ad Solutions.

De acordo com a análise, aliar a publicidade nativa à ‘connected TV’ e ao vídeo em campanhas digitais aumenta as métricas de retenção e amplifica o desempenho comercial das empresas. A possibilidade de os consumidores adquirirem produtos e/ou serviços das marcas que adotam essa estratégia é 11,2 vezes superior, refere ainda o estudo.

“A ‘connected TV’ está a mudar a forma como telespetadores, anunciantes e produtores de conteúdos interagem para além da televisão tradicional. Para capitalizar as possibilidades que este suporte oferece, as marcas devem olhar para além do tradicional anúncio de 30 segundos e concentrarem-se na experiência completa de visualização de TV”, refere Ed Wale, vice-presidente da LG Ad Solutions para a Europa, citado no estudo.

Segundo a investigação, 42% dos utilizadores de ‘connected TV’ ligam-se aos dispositivos sem saberem o que vão ver, permanecendo, em média, 33 segundos em frente ao ecrã a pensar nos filmes, nas séries, nos documentários ou nos espetáculos que vão visualizar.

“Aparecer no primeiro ecrã que as pessoas veem oferece uma oportunidade única de captar a atenção dos consumidores logo no primeiro momento de envolvimento, definindo o tom para toda a experiência de visualização e causando um impacto duradouro, uma vez que as primeiras impressões são as mais importantes”, sublinha Ed Wale.

Apesar de a televisão linear ainda absorver dois terços do investimento publicitário global, os intervalos comerciais mais longos e a falta de controlo de frequência diminuíram a eficácia dos filmes, em comparação com as plataformas mais recentes, refere a análise.

“Incluir a televisão linear em planos de meios ter impactado negativamente a perceção do anúncio em quase todos os atributos testados”, revela o estudo, que também afirma que os anúncios de vídeo, quando exibidos nos telemóveis e nos tablets, têm taxas de recordação menores do que quando são vistos em ‘connected TV’ e até em televisão linear.

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DAZN transmite torneio de padel Hexagon Cup

Todos os jogos estão disponíveis em direto e ‘on demand’, de forma gratuita, a partir de 29 de janeiro de 2025. A prova internacional de padel conta com a participação da atleta portuguesa Sofia Araújo (na foto), vencedora da primeira edição da competição

A DAZN vai transmitir gratuitamente todos os jogos do Hexagon Cup. A plataforma de ‘streaming’ chegou a acordo com os organizadores do torneio internacional de padel e renovou a parceria, que não abrange os Estados Unidos.

“O padel tem vindo a registar um crescimento inigualável nos últimos anos e estamos comprometidos em apoiar o seu crescimento, proporcionando uma experiência de entretenimento verdadeiramente envolvente e cativante”, refere citado em comunicado de imprensa Tom Burrows, vice-presidente executivo da DAZN, com o pelouro da negociação global de direitos desportivos.

A edição de 2025 do Hexagon Cup arranca a 29 de janeiro, em Madrid, podendo ser acompanhada em direto ou ‘on demand’, através da aplicação móvel ou do site, pelos utilizadores registados na plataforma de entretenimento desportivo.

“A atleta portuguesa Sofia Araújo volta a marcar presença na Hexagon Cup, após ter vencido a primeira edição juntamente com a sua parceira, Delfina Brea, pela equipa AD/vantage de Andy Murray. A campeã nacional de padel estará em Madrid de 29 de janeiro a 2 de fevereiro para lutar pela reconquista do título da Hexagon Cup”, avança a DAZN em comunicado de imprensa.

O sucesso da primeira edição leva a organização da prova a aumentar o investimento na produção audiovisual para elevar ainda mais o padrão de transmissão digital do torneio, sem no entanto adiantar valores.

“A DAZN é a plataforma de ‘streaming’ desportivo com maior alcance mundial e este acordo de renovação confirma que continuamos a crescer e a trabalhar para tornar este evento uma referência internacional”, refere Astrid Thams, diretora comercial da Hexagon, citada no documento.

 

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“Os criativos são mais valorizados financeiramente”

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, Mariana Reis (na foto), codiretora criativa associada da TBWA\Chiat\Day, salienta o facto de trabalhar num mercado com maior capacidade de investimento em marcas e publicidade. Em Nova Iorque, divide o quotidiano laboral com Teresa Verde Pinho, com quem faz dupla

Hilton, Carnival e Columbia Journalism Review são três das marcas que Mariana Reis, codiretora criativa associada da TBWA\Chiat\Day, está a trabalhar em parceria com Teresa Verde Pinho, com quem faz dupla, na agência criativa, em Nova Iorque.

Apesar das saudades do ambiente profissional que tinha em Portugal, que não volta a encontrar nos Estados Unidos, a criativa depara-se com formas distintas de ver as coisas e com estímulos e obstáculos que têm obrigado a vencedora de uma Prata, na competição internacional Eurobest Young Creatives, em 2015, a sair da zona de conforto.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou houve uma circunstância a determinar a saída?

Achava que tinha sido a vida a empurrar-me nessa direção, mas, recentemente, a minha mãe contou-me que, logo desde muito nova, já dizia que queria ir para fora. Por isso, agora, acho que foi uma combinação de fatores. Primeiro, porque cresci numa época em que ainda se acreditava que, para ter sucesso, era necessário emigrar. E, segundo, porque sempre quis viver uma aventura no estrangeiro.

Trabalhar no estrangeiro é uma ambição de adolescência, que Mariana Reis concretiza nos Estdos Unidos, agora em Nova Iorque

Acho que sempre trabalhei com essa ambição, mas tenho consciência de que, naquela altura, não sabia bem o que fazer para o conseguir. A oportunidade só surgiu quando eu e a minha dupla, a Teresa Verde Pinho, ganhámos Prata no concurso Young Creatives do Eurobest. Foi isso que nos abriu as portas para o mercado internacional.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar em Portugal e nos Estados Unidos?

Saí de Portugal em 2016 e, certamente, o mercado mudou nos últimos anos. Por isso, talvez a minha visão já não seja totalmente realista. Mas, ignorando esse pequeno detalhe, para mim, há três diferenças fundamentais. A primeira é o dinheiro. As marcas nos Estados Unidos investem muito mais, o que facilita a criação de oportunidades. Além disso, os criativos são mais valorizados financeiramente.

E quais são as outras?

A segunda é o mercado global. Mesmo trabalhando para marcas nos Estados Unidos, o impacto é global, o que abre portas para projetos com maior visibilidade e alcance. E a terceira são as pessoas. Temos estilos de trabalho bastante diferentes, creio que questionamos mais o ‘briefing’ e o cliente, além de também apresentarmos ideias mais fechadas.

Esse choque cultural é o maior desafio, adaptarmo-nos à cultura local sem perdermos a nossa essência. Não é à toa que, quando emigramos, dizemos, com orgulho, que somos portugueses. Desculpem se soar patriota, mas, se estar fora me ensinou algo, foi a olhar para dentro e a ver o que conseguimos fazer com tão pouco. Agora imaginem o que seríamos se tivéssemos a confiança dos americanos.

Quais são as mais-valias e os obstáculos que o ser portuguesa tem no seu trabalho?

Acho que o terceiro ponto da resposta anterior já aborda isso. Tendo trabalhado em vários mercados, a minha experiência mostra que o fator humano é sempre o mais desafiador. Temos uma forma direta de nos expressarmos, que nem todas as culturas apreciam. Somos francos, dentro da agência, sobre quais são as batalhas que valem a pena e isso também não agrada a todas as culturas. Tentamos criar laços pessoais entre as equipas, e, mais uma vez, nem todas as culturas valorizam isso.

Essas características acabam por ser forças ou fraquezas?

O facto de sermos diretos e de não desperdiçamos tempo, de sermos honestos e de não criarmos falsas expetativas e de procurarmos estabelecer relações mais humanas são grandes vantagens, desde que esses atributos sejam usados com moderação. Isto sem esquecer a nossa dedicação e a capacidade de desenrascar, que são trunfos em qualquer área.

Em Nova Iorque, Mariana Reis salienta o facto de trabalhar num mercado com maior capacidade de investimento em marcas e publicidade

Outro ponto importante é a nossa visão global. Estarmos fora da nossa cultura permite-nos observar as coisas sob outra perspetiva, trazendo novos ‘insights’ para as organizações onde estamos inseridos.

Quais são as particularidades do mercado publicitário norte-americano, em relação ao português?

Além das diferenças já mencionadas, há uma particularidade evidente, que é o tempo. Trabalhar para marcas globais demora mais tempo. Os prazos para os criativos continuam apertados, mas o processo de aprovação e decisão é muito mais demorado, o que, mais do que um desafio, torna-se bastante frustrante.

Qual é o momento que o mercado publicitário norte-americano está a atravessar?

Está a atravessar um momento de crise, mas, ao olhar em volta, pergunto-me também se não estará a publicidade, de forma geral, a passar por um momento de crise.

Que funções desempenha atualmente e que projetos tem em mãos?

Eu e a minha dupla acabámos de nos mudar para Nova Iorque, onde assumimos o cargo de codiretoras criativas associadas na TBWA\Chiat\Day. Neste momento, estamos a trabalhar com a marca de cruzeiros Carnival, com a cadeia de hotéis e resorts Hilton e com a revista Columbia Journalism Review.

Qual foi a experiência profissional que teve até agora que mais a marcou?

Curiosamente, foi um projeto global que produzimos em Portugal, o ‘Merry Birthday’ para a Coca-Cola, no Natal do ano passado. Foi um projeto carregado de lágrimas, suor e sangue, como se costuma dizer. A maior festa surpresa do mundo, em que Cascais se uniu para celebrar o nascimento de uma consumidora, Olívia Houssiaux, que fazia anos a 23 de dezembro.

‘Merry Birthday’, projeto global desenvolvido para a Coca-Cola em Portugal, é a experiência profissional que Mariana Reis mais destaca

Foi uma festa surpresa em que o mundo inteiro pôde juntar-se, com o objetivo de inspirar as pessoas a celebrar aqueles que dividem o aniversário com o Natal.

O que é que essa ação teve de tão marcante?

Por ser um evento ao vivo, em Portugal, com produção portuguesa e uma equipa composta por portugueses, colombianos, brasileiros e americanos, para uma marca que representa a magia do Natal, mas cujo tema não era o Natal. Foi, sem dúvida, um projeto que nunca irei esquecer e que partilho através do código QR nesta página.

Em termos profissionais, do que é que tem mais saudades em Portugal?

Acima de tudo, das pessoas. Lembro-me que, quando trabalhava na Fuel, havia companheirismo e amizade e todos trabalhavam com o mesmo objetivo. Nunca voltei a encontrar um ambiente profissional onde me divertisse tanto a trabalhar como naquela época.

Pensa regressar a Portugal?

Essa vontade existe em quase todos os emigrantes. Se estiver errada, peço que não me ‘cancelem’. A família, os amigos e tudo o que faz de Portugal o país que é, a comida, o sol, o vinho, a cerveja, os caracóis, o bacalhau e o mar gelado, deixam muita saudade.

Em termos profissionais, acredito que há bom trabalho a sair de Portugal, o que me faz sonhar com a possibilidade de voltar ou, quem sabe, de trabalhar remotamente. Por enquanto, não acredito que isso seja uma realidade próxima, mas nunca se sabe. Como se costuma dizer, a vida é o que acontece enquanto fazemos planos para o futuro, apesar de reconhecer que a citação é um cliché.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Conheça os vencedores dos Prémios M&P Criatividade e Autopromoções & Inovação em Media

A cerimónia de entrega de prémios (na foto) decorreu ao final da tarde de 30 de outubro, na Estufa, em Monsanto

‘A estante dos 75.800 euros’, da Uzina para a Ikea, é a vencedora do Grande Prémio dos Prémios M&P Criatividade, em que a Dentsu Creative Iberia é distinguida como Agência Criativa do Ano, a 78 como Produtora do Ano e a Meo como Anunciante do Ano.

Na edição deste ano dos Prémios M&P Criatividade, houve 212 trabalhos inscritos, dos quais resultaram 75 finalistas e 54 prémios: dez ouros, 20 pratas e 24 bronzes. Os trabalhos foram avaliados por um júri composto por Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix),  Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas).

Nos Prémios M&P Autopromoções & Inovação em Media, o Grande Prémio vai para o ‘rebranding’ do Star Channels, da The Walt Disney Company Portugal, desenvolvido pela This is Pacifica. O trabalho Observador Podcast Plus, formato de áudio do Observador, tem ainda uma Menção do Júri.

No total foram inscritos 88 trabalhos em Autopromoções & Inovação em Media, chegando 37 deles à final, dos quais 36 foram premiados: cinco ouros, 12 pratas e 19 bronzes. Filipa Avillez (Media Nove), Filipa Marçal Grilo (Impresa), Maria João Carvalho (The Walt Disney Company Portugal), João Lobo (Renascença Multimédia), João Magalhães (Canais TVCine), José Manuel Gomes (MediaLivre), Manuel Simões de Almeida (Bauer Media Audio Portugal), Mafalda Campos Forte (Global Media), Marina Ramos (RTP) e Rudolf Gruner (Observador) são os representantes dos meios de comunicação social que avaliaram os trabalhos a concurso.

A cerimónia de entrega de prémios decorreu ao final da tarde de 30 de outubro, na Estufa, em Monsanto, em Lisboa. Conheça os vencedores Premios M&P Autopromoções & Inovação Em Media 2024 Premios M&P Criatividade 2024.

 

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