Joana Ferreira
(Saber) comunicar inovação é imperativo para a Democracia
Artigo de opinião de Joana Ferreira, coordenadora de Comunicação da Agência Nacional de Inovação (ANI)
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Se uma árvore cai na floresta, mas não há ninguém por perto, ela faz barulho? Esta questão assenta como uma luva quando falamos em comunicação de inovação, ciência e tecnologia. Desde a Antiguidade os avanços científicos influenciaram as civilizações. Contudo, nunca, como actualmente, na dita “sociedade do conhecimento”, impactaram de forma tão directa e imediata todos os aspectos do quotidiano das pessoas.
A inovação de base científica e tecnológica está na génese da competitividade económica, através da criação de riqueza e de postos de trabalho, mas também do progresso e bem-estar social. No entanto, verifica-se ainda uma lacuna em passar essa mensagem das paredes dos laboratórios, dos centros de investigação e das instituições de ensino superior para a esfera pública e para o cidadão comum.
Pode algo existir sem ser percebido justamente por aqueles que influencia? Os processos de inovação não estão completos sem a sua comunicação eficaz. A democratização do conhecimento é fundamental para o exercício de uma cidadania plena e, consequentemente, um pilar de uma democracia saudável.
Se é um desafio? Sem dúvida que sim! Desde logo pela especificidade e complexidade dos temas, que implicam uma colaboração entre a comunidade científica e os profissionais de comunicação. Factos e números nem sempre são suficientes para a apropriação da transferência do conhecimento por parte da comunidade. Os profissionais de comunicação são os interlocutores mais competentes para, mais do que descodificar termos técnicos, contar histórias capazes de informar, cativar e inspirar o público em geral. Simplificar sem perder o rigor, evitar o sensacionalismo, prevenir as “fake news” e enquadrar os desenvolvimentos científicos no ambiente social, económico e político, constituem uma forma de serviço público e de credibilizar, perante os contribuintes, o crescente investimento público e privado nestas áreas.
E, se por um lado verificamos um esvaziamento de espaço editorial nos meios mais generalistas e um decréscimo de jornalistas especializados nesta área, também se verifica a proliferação de novos canais de comunicação especializados com uma expressão e credibilidade crescentes. Nunca como hoje a comunidade de inovação teve ao seu dispor tantos canais e ferramentas para comunicar eficazmente os resultados do seu trabalho, complementando a divulgação levada a cabo pela comunicação social.
Tal como os profissionais de comunicação, também a Agência Nacional de Inovação assume o papel de interface entre ciência, economia e sociedade. Por acreditarmos que o jornalismo e a comunicação de inovação são pilares fundamentais para consolidar as relações entre esta tríade e para posicionar Portugal no grupo dos países “fortemente inovadores”, lançámos no ano passado o Prémio Nacional de Jornalismo de Inovação, iniciativa que repetimos este ano.
Com o apoio de entidades relevantes como a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e o Sindicato de Jornalistas, vamos premiar cada uma das cinco categorias a concurso – “Nacional Escrito”, “Nacional Audiovisual”, “Nacional Áudio” e “Nacional Multimédia” e “Regional” – com um prémio monetário de quatro mil euros. Cientes da emergência de novos canais, formatos e produtores de conteúdos de inovação, assim como da necessidade de estimular o interesse por esta área, também iremos distinguir trabalhos de entusiastas da comunicação e de estudantes através das menções honrosas “Academia” e “Blog/Podcast”. As candidaturas estão abertas até às 23h59 do dia 13 de Setembro de 2019 para trabalhos sobre inovação de base científica e tecnológica publicados durante o ano de 2018.
Através do Prémio Nacional de Jornalismo de Inovação, a ANI pretende que os resultados do que de melhor se faz em Portugal em matéria de investigação e desenvolvimento sejam cada vez mais parte integrante da sociedade e do diálogo público.
Artigo de opinião de Joana Ferreira, coordenadora de Comunicação da Agência Nacional de Inovação (ANI)