Nomadismo digital: Os primeiros passos antes do “primeiro dia do resto da tua vida”
Artigo de Sofia Macedo (Sofiamacedo.com). Sofia Macedo promete partilhar, a cada 15 dias, a sua experiência como nómada digital.
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Nomadismo digital. A primeira vez que ouvi disto, foi há uns quatro anos , trabalhava eu em Madrid. Vida estável, trabalho das 9h às 18h e um salário simpático. Na altura, dei por mim a pensar: “Como? Como é que eu não pensei nisto antes?”
O conceito é simples: viajar e trabalhar. Ter um emprego remoto, que nos permita trabalhar de qualquer lado, usando a internet, ao mesmo tempo que se vai explorando o mundo, sem residência fixa.
Não há idade para ser nómada digital, nem género ou estado civil. E como nem todas as empresas estão preparadas (ou interessadas) em ter funcionários a trabalhar remotamente; são muitos os que deixam tudo, tornando-se freelancers ou montando o próprio negócio.
A coisa é séria e países como a Estónia ou a Tailândia estão a criar leis para obter vistos especiais para estes trabalhadores.
No meu caso, passado o fascínio, veio a descrença. “Isto é impossível! E quem paga as contas? Tudo muito lindo, mas não basta querer! O patronato não está para aí virado e sei lá eu que tipo de negócio montar!” Já para não falar da burocracia e da insegurança financeira!
De repente, aquelas fotos de computadores com vista para águas cristalinas começaram-me a causar irritação – ou, em bom português, dor de cotovelo.
Pelo meio, troquei de trabalho e mudei de cidade. Adeus Madrid, olá Berlim! Novamente um trabalho de horas certas e a rotina casa/trabalho. E o nomadismo ali, meio escondido, meio a piscar o olho, ora a espreitar pela janela, ora de porta escancarada! Até que chega o dia… mentira! Não houve um dia! Houve um momento!
Um momento que foi cheio de micro-momentos, de muita ansiedade, sonhos e especulação. Começamos a pensar “e se” e a preparar tudo… só para ver se dá! A ideia de chegar aos 80 anos e viver com este sonho por cumprir também foi determinante! O maior desafio foi definir o “que posso eu oferecer?”
Embora tenha repetido 239 mil vezes a cena na minha cabeça, nunca cheguei junto do meu chefe, a cantar “Adieu! Adios! Bye, bye! Despeço-me! A partir de agora vai ser só praia e água de coco!” Até dizer que me ia, foram meses a trabalhar para a empresa e a, paralelamente, montar o meu projecto – tratar da burocracia, planear o negócio, criar uma estratégia, fazer site, elaborar conteúdos, conseguir clientes, perder clientes, trabalhar e trabalhar e trabalhar.
Só depois foi possível dar o passo e traçar o plano – e as viagens! Primeiro, Madrid, porque é importante voltar onde fomos felizes. Depois, uns meses em Itália e em Portugal, em modo de estagiária, nesta coisa nova que é ser Nómada Digital. A aventura começa a sério mais tarde, no Japão! Quanto aos próximos destinos, ainda estão em aberto, contudo, uma coisa é certa: têm de ter Internet – e boa!
Daqui a uns dias, entrego a chave da casa, ponho a mochila e o portátil às costas e lá vou eu, mundo fora, a cantar ao som de Sérgio Godinho: “Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida / Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo / Dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo”.
Artigo de Sofia Macedo (Sofiamacedo.com). Sofia Macedo promete partilhar, a cada 15 dias, a sua experiência como nómada digital.