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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

Pedro Durães

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

A evolução do investimento publicitário está cada vez mais difícil de prever mas há pelo menos uma certeza: o digital vai continuar a crescer muito acima dos restantes meios e o crescimento global do investimento no mercado português não deverá oscilar muito face ao registado este ano durante os próximos três a quatro anos, até 2021. Após um 2017 em que as previsões optimistas iniciais tiveram de ser revistas em baixa e se aponta para um crescimento de apenas 2,5 a três por cento, aquém do crescimento registado no ano, essa parece ser a única garantia a resultar do painel “Para onde vai o investimento em 2018?”, promovido pelo M&P no âmbito da conferência Marketing em Debate.

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“Não é o que se passou exclusivamente este ano, é o que se vem passando de há uns anos para cá, já não temos o mesmo nível de informação, as coisas já não são tão lineares com eram há alguns anos atrás, já não são tão estáticas”, começou por explicar Fernanda Marantes, o que justifica, nas palavras da CEO do Havas Media Group, a dificuldade das agências em fazer previsões sobre a evolução do investimento publicitário. “Hoje já não há previsões”, concorda Nuno Frazão, lembrando, por um lado, que “há uma parte do digital dos grandes players Google e Facebook que não é vista” e, por outro, “não conseguimos fazer uma previsão dos investimentos porque o próprio modelo de investimento mudou muito”. “É muito difícil antecipar investimentos quanto há tantas variáveis e com tantos valores que não estão a ser devidamente auditados”, afirma o CEO do grupo Dentsu Aegis.

“É verdade que hoje é muito mais difícil fazer previsões, o investimento mudou e é muito mais complexo, abarca muito mais do que o investimento tradicional”, reforça Alberto Rui Pereira, para quem o mais importante é que “pelo menos o investimento vai crescendo, estamos melhor do que há uns anos, em que perdemos metade do investimento publicitário”. Relativamente ao crescimento a rondar apenas três por cento, e que deverá manter-se nesta linha em 2018 segundo apontaram todos os profissionais presentes, o CEO do grupo IPG Mediabrands Portugal confirma que “a menos que haja alguma alteração na economia que não seja expectável neste momento, é com isto que vamos ter de conviver nos próximos anos”. No entanto, considera, “isto não é necessariamente uma má notícia, o investimento está a crescer”, volta a sublinhar, recordando que “a nível mundial também está a crescer pouco e, mesmo nos países emergentes, onde cresce mais, está a crescer sete por cento e nós não somos um país emergente”.

“Não considero que tenhamos tido um mau ano”, afirmou também Luís Mergulhão, salientando que “as marcas estiveram muito presentes, com muita activação que é também investimento em comunicação”. “O mercado terá crescido cinco por cento líquidos este ano, no tradicional, mas se contarmos com tudo isto, com a comunicação das marcas em sentido mais alargado, facilmente terá chegado aos sete por cento”, adianta o CEO do Omnicom Media Group.

 

Por onde andará o investimento no próximo ano?

Quando a questão recai sobre quais os meios que vão evoluir de forma mais positiva, após um ano em que a televisão em sinal aberto tem estado a perder investimento pela primeira vez desde 2013, com crescimentos do lado da Pay TV e digital, além de desempenhos interessantes na rádio e outdoor, a dificuldade em fazer previsões mantém-se mas o certo é que o digital continuará a ganhar quota. “A tendência é para vermos o digital e as plataformas que giram em torno do digital continuarem a crescer porque ainda representa apenas 20 por cento do investimento em Portugal e a media mundial já está nos 40 por cento. Ainda há muito para crescer e é natural que se cavalgue aí”, aponta Alberto Rui Pereira. Opinião partilhada por Nuno Frazão, para quem “o digital tem hoje um protagonismo muito maior mas já tem um valor muito superior nos hábitos de consumo em comparação com aquele que é traduzido no investimento”.

“As alterações são mais complicadas de perspectivar porque a televisão ainda ocupa um grande share do investimento e qualquer espirro na televisão generalista dá uma grande constipação no mercado”, analisa Manuel Falcão. O director-geral da Nova Expressão explica que “as pessoas estão a consumir menos televisão generalista, estão a ir para o cabo e para o não linear, e há alguma dificuldade de alguns generalistas em entregarem as audiências acordadas com as agências e anunciantes”, motivos por que “é muito complicado falar do futuro porque depende muito de como vai evoluir o mercado de televisão”. Além disso, diz, o investimento digital já será muito superior a esses 20 por cento já que, actualmente, “se juntarmos o investimento feito nas grandes plataformas internacionais ao investimento de cá, o bolo digital já deve estar muito próximo daquele que é investido na televisão generalista e isso vai mudar muito o paradigma da comunicação e do investimento”.

“As marcas estão a tentar encontrar a sua perspectiva de comunicação, a criatividade continua a ter um papel preponderante, mas as marcas estão a conseguir pela primeira vez, de forma consistente, utilizar os dados digitais para criar comunicação mais eficaz”, refere Luís Mergulhão. E se esta capacidade de obter mais eficácia explica a tendência para as marcas investirem mais no digital, com a pressão a ser maior sobre a imprensa, o responsável sublinha que é preciso “investir de forma correcta e ser capaz de potenciar a comunicação”. “O nosso mercado tem imenso potencial porque este investimento tem crescido”, considera Luís Mergulhão, referindo ainda que os meios estão a realinhar-se para o digital mas que “a oferta está muito concentrada, dois grupos de media concentram 45 por cento do investimento”. “Há uns que fazem investimentos e há ainda um conjunto de meios que está a hibernar e isso pode ser bom para recuperar e ter novas dinâmicas, são grupos que estão a evoluir a sua migração para o digital”, considera, sublinhando que utiliza a palavra no sentido positivo de os grupos prepararem os seus ecossistemas para um novo fôlego já em realinhamento com o digital. Mas, considera, é difícil prever como vai evoluir o investimento digital. “O Facebook já não tem operação em Portugal, foi deslocado para Espanha, o Google não se sabe durante quanto tempo terá operação em Portugal”, deixou no ar Luís Mergulhão, explicando que “a nossa escala é tão pequena que a capacidade que eles têm de acompanhar clientes de pequena e média dimensão é nula, não tem autorização, e prever o mercado é difícil porque está dependente destas variáveis e de coisas difíceis de prever”.

Opinião partilhada por Alberto Rui Pereira, que, sobre se Google e Facebook são aliados ou inimigos dos media, frisa o facto de que “as plataformas estão aqui, não vale a pena ignorar isso, mas temos pouca escala e temos de tirar partido do facto de essas plataformas estarem aqui porque eles têm escala e têm a tecnologia”. “Não é só em Portugal que isto se passa, mas essas plataformas precisam de quem produza os conteúdos e, para nós, o mais importante é ganhar escala”, reforça. “Os conteúdos locais são necessários e valorizados, prova disso mesmo é que essas plataformas globais estão a fazer um esforço para fechar acordos com os publishers locais”, concorda Luís Mergulhão, deixando claro que “não é possível ter um wonderland e não ter lá atracções, assim não se vendem bilhetes”. “Do ponto de vista dos publishers, é determinante a valorização da oferta, e do lado das marcas a capacidade de diferenciação e de perceber o que é ou não relevante para a marca”, aponta o CEO do Omnicom Media Group.

No mesmo sentido, Manuel Falcão sublinha que “a importância das marcas locais tem a ver com os hábitos de consumo de media da audiência local, com sentir o local, a proximidade, pelo que as marcas locais os nossos melhores touchpoints para as marcas que querem trabalhar em Portugal são as marcas de comunicado e informação portuguesas”. Contudo, o director-geral da Nova Expressão chama a atenção para o facto de que “os conteúdos estão integrados nas plataformas globais e, com isso, estas deixaram de ser apenas tecnológicas e passaram a ser também plataformas de informação, por isso tem de haver regulamentação”. “Há um laxismo muito grande dos governos em relação a este tipo de empresas que têm já uma actividade muito grande de publishing”, considera Manuel Falcão. Alberto Rui Pereira, embora afirme que já alguma regulamentação, refere também que “a tecnologia anda sempre mais depressa do que a regulamentação e é preciso adaptação”. No entanto, ressalva, “as marcas nacionais têm de coexistir com os grandes plataformas, o esforço que tem sido feito é positivo para ambos”. Também Nuno Frazão considera que “as marcas portuguesas e aqueles que querem comunicar em Portugal precisam de conteúdos em português, feitos por portugueses e para portugueses”, destacando que “o esforço foi feito pelos publishers, alguns até tendo a coragem de fechar publicações porque não tinham escala ou focando em nichos”. “Hoje olhamos para o cenário da oferta dos publishers e há valor”, acredita o CEO do grupo Dentsu Aegis.

Olhando para um dos meios tradicionais que melhor tem resistido à transição para o digital, a rádio, desde logo porque aproveitou o online para suavizar a quebra após o prime time da manhã continuando a ter audiência ao longo do dia, como explicou Manuel Falcão, que lições pode a imprensa retirar? “A rádio não perde investimento porque soube reposicionar-se a tempo, numa altura em que era possível aproveitar a oportunidade, por isso deixo o desafio aos publishers para reconsiderar estratégias e até fazerem algum investimento para melhorar a oferta e os conteúdos”, incentivou Fernanda Marantes. A previsão da CEO do Havas Media Group é que “o investimento em 2018 vai para quem conseguir saber aproveitar essa oportunidade e fazer esse reposicionamento” uma vez que “sem grandes conteúdos não será possível ter uma oferta capaz de captar investimento”.

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Perfect Storm produz nova campanha internacional da Coca-Cola (com vídeo)

A estrela do filme publicitário, produzido por estúdio português e realizado por André Valenti Gaspar, é o Coke SoundZ, instrumento desenvolvido com IA que reproduz o som de uma carica a ser retirada da garrafa quando surgem as primeiras bolhas de Coca-Cola. A DaHouse Audio e o produtor musical Fred Pinto Ferreira colaboram na campanha

O estúdio de produção criativa português Perfect Storm, sediado em Lisboa e com delegações na Alemanha e nos Estados Unidos, assina a nova campanha publicitária global da Coca-Cola. O filme publicitário que a integra, realizado por André Valenti Gaspar, produtor executivo e sócio da produtora, com direção de arte de Renato Marques, produção executiva de André Valenti Gaspar e Mariana Marques e edição de Sérgio Pedro, explora a experiência sensorial que o som da abertura das garrafas do refrigerante despertam nos consumidores, reproduzindo esse efeito no cérebro.

A partir de um trabalho de investigação da neurocientista norte-americana Katherine Lewis, a Perfect Storm desenvolveu o spot do Coke SoundZ, com direção de fotografia de Ricardo Magalhães, em colaboração com a AKQA, a DaHouse Audio e o produtor musical Fred Pinto Ferreira. O instrumento não só reproduz o som que se ouve quando é retirada a carica e surgem as primeiras bolhas como permite depois usar os fragmentos sonoros identificados para, com recurso a inteligência artificial (IA), fazer misturas musicais.

Psst! Fizz… Clink! Glug… e Ahh! foram os cinco sons identificados pela neurocientista. Depois de isolados, foram reproduzidos com o auxílio da IA e incorporados no sistema de algoritmos usado no Coke SoundZ. O instrumento está a ser distribuído a produtores musicais e DJ, para que incorporem os sons da marca de refrigerantes norte-americana nas misturas musicais que fazem. A versão digital, também já disponível, pode ser descarregada gratuitamente na App Store e no Google Play na Europa e nos Estados Unidos.

 

 

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Carlos Maciel assume direção da Caras e da Caras Decoração. Mariana Correia de Barros convidada a dirigir Activa

O novo diretor da Caras e da Caras Decoração deixa a TV Mais. Rita Santos, até aqui jornalista da revista de televisão, é promovida a diretora-adjunta. Natalina de Almeida, que assumia a direção das três publicações, abandonou a Trust in News no final de março

Carlos Maciel é o novo diretor das revistas Caras e Caras Decoração. Após a saída de Natalina de Almeida, que acumulava a direção dos dois títulos com a direção da revista feminina Activa, no final de março, a direção interina das três publicações foi temporariamente entregue a Ana Oliveira, Teresa Mafalda e Cíntia Sakellarides, enquanto a administração da Trust in News (TIN), dona dos títulos, procurava uma solução interna para a substituição. A escolha recaiu sobre o diretor-adjunto da TV Mais, que vai ter Rita Santos, até aqui jornalista da publicação televisiva, como diretora-adjunta.

“Já serão eles a fazer as revistas a partir da semana que vem”, confirmou ao M&P Luís Delgado, proprietário da empresa. Embora a decisão da administração da TIN tenha sido chumbada pelo conselho de redação das publicações, que levantou reservas quanto à promoção de Rita Santos, a intenção de apostar na dupla foi levada avante, uma vez que o parecer daquele órgão não é vinculativo.

Mariana Correia de Barros, diretora da revista Prima desde o início do ano, foi convidada a assumir a direção da revista Activa, mas ainda não chegou a acordo com a administração da TIN para acumular os dois cargos. “Está em curso um processo de reestruturação interna, que está a andar bem”, garante Luís Delgado. “Estas mudanças vão potenciar uma maior sinergia interna no grupo, em particular nas revistas femininas, em tudo o que tem a ver com as equipas gráficas e os repórteres fotográficos”, refere.

“Não faz sentido irem dois fotógrafos de duas publicações a um evento quando um pode tirar fotografias para essas duas revistas”, exemplifica. “No trabalho de escrita jornalística, não, mas em tudo o que forem trabalhos que se possam usar, essa sinergia será feita e é importante que seja feita”, defende Luís Delgado, que continua expectante em relação à evolução do mercado publicitário em Portugal.

“Em janeiro, fevereiro e março, não sentimos melhoria nenhuma. Tradicionalmente, janeiro e fevereiro são meses péssimos mas, em março, o mercado começava a mexer. Este ano, não mexeu. Só começou a mexer em abril”, desabafa, sem desanimar. “Em breve, entraremos no período da boa sazonalidade, que acontece em julho, agosto e uma parte de setembro, altura em que as pessoas estão de férias e têm mais tempo para ler”, justifica o empresário.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Audiências: TVI reforça liderança e pay TV atinge valor mais elevado do ano em abril

No quarto mês de 2024, o futebol volta a figurar entre os programas de televisão mais vistos, ocupando as três primeiras posições da tabela. O sucesso do reality show Big Brother, exibido pela TVI, também impulsionou o crescimento do canal de cabo TVI Reality

A análise de audiências de televisão da agência de meios Initative, que integra o grupo Mediabrands, revela que, em abril, o consumo televisivo em Portugal, em termos de audiência média, verificou uma diminuição de 5% face ao mês de março. Entre os canais FTA, a TVI, com um share de 15.4% (+0.5 p.p. vs. março 2024), reforça a liderança. A SIC ficou na 2a posição, com um share de 14.3% (-0.4 p.p. vs. março 2024). Em 3o, ficou a RTP1, que, apesar de ter o programa mais visto do mês, a 2a mão das meias-finais da Taça de Portugal entre o Benfica e o Sporting, registou um share de 10.3% (-0.2 p.p. vs. mês anterior).

Depois de, em março, terem registado o share mais elevado desde que há registo, em abril, os canais que integram a tipologia Outros verificaram uma diminuição de 0.5 p.p. vs. março. Em sentido contrário, encontra-se a tipologia de pay TV, que, com um crescimento de 0.5 p.p. atinge o valor mais elevado do ano.

No mês de abril, a pay TV registou um crescimento de 0.5 p.p. vs. março de 2024, com o TVI Reality (+0.4 p.p. vs. março) e a SIC Mulher (+0.2 p.p. vs. março) a serem os canais que assinalaram o maior aumento. Com o aproximar do fim do campeonato nacional de futebol, as últimas jornadas despertam um maior interesse junto dos portugueses. O mês de abril fica marcado por dois decisivos jogos na luta pelo título de campeão nacional (Sporting x Benfica) e (Porto x Sporting), que provocaram um crescimento dos canais Sport TV+ (+0.2 p.p.) e Sport TV1 (+0.1 p.p.) face ao último mês.

Em abril, o top 3 dos programas mais vistos voltou a ser novamente composto por jogos de futebol. A segunda mão da meia-final da Taça de Portugal Placard entre o Benfica e o Sporting, transmitido pela RTP1, foi o programa mais visto do mês. O jogo alcançou uma audiência média de 2 milhões e 229 mil telespetadores, o que representou um share de 42.1%. Os jogos dos quartos de final da Liga Europa, transmitidos pela SIC, entre o Benfica e o Marselha, ficaram na 2a posição. Os dois jogos contaram com uma audiência média de 1 milhão e 872 mil telespetadores e um share de 37.6%.

A completar o pódio surgem os jogos da Liga dos Campeões, transmitidos pela TVI. O Manchester City x Real Madrid e o PSG x Barcelona registaram uma audiência média de 1 milhão e 165 mil telespetadores, o que representou um share de 24.3%. Se retirarmos os jogos de futebol, podemos verificar que o Big Brother ocupa as quatro primeiras posições, com o programa Big Brother – Os Grupos a ser o programa mais visto com uma audiência média de 1 milhão de telespetadores e um share de 25.7%.

No que toca às audiências por período horário, durante o mês de abril, a SIC manteve a liderança durante o período do almoço e no primeiro prime-time com um share de 21.1% e 17.1%. A TVI, em contrapartida, mantém a liderança no segundo prime-time (22h30-24h) e no late night (00h-02h30) com um share de 17.2% e 16.6%, respetivamente. Em abril, a TVI consegue roubar a liderança à RTP1 no período da manhã (13.5% vs. 13.2% da RTP1) e no pré-prime (15.2% vs. 13.8% da RTP1). Consegue também ultrapassar a SIC no período da tarde (13.9% vs. 13% da SIC).

Fonte: Initiative

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Netflix é a plataforma de streaming com maior quota de mercado em Portugal

Segundo o ranking da JustWatch, referente ao primeiro trimestre de 2024, o serviço de subscrição de video on demand (SVoD) Prime Video, que tem uma parceria estratégia com a Media Capital, está, no entanto, apenas a um ponto percentual de distância do líder

A Netflix é a plataforma de streaming com maior quota de mercado em Portugal. De acordo com o ranking do guia de streaming internacional JustWatch, referente ao primeiro trimestre de 2024, o serviço de subscrição de video on demand (SVoD) alcançou 23% dos subscritores, mais 1% do que a Prime Video, que figura em segundo lugar, com 22%. Em terceiro lugar, surge o Disney+, com 18%, a perder um ponto percentual face ao trimestre anterior. A quarta posição é ocupada pelo HBO Max, com uma quota de mercado de 13%, à frente da SkyShowtime, em quinto lugar na tabela com 7%.

“O gigante do streaming Netflix continua com a sua coroa, seguida de perto pelo Prime Video, com uma diferença de 1%. O Disney+, entretanto, continua a ser um forte concorrente, posicionado em terceiro lugar com o triplo do tamanho das quotas do Apple TV+”, refere o relatório da JustWatch, a que o M&P teve acesso. “As plataformas de streaming Apple TV+ e Netflix registam uma melhoria nos primeiros meses de 2024, com um aumento significativo de 1%. Porém, o Disney+ regista um declínio de 1% até março”, refere o documento. Os cálculos têm por base os 190.000 utilizadores mensais do guia.

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Worten evolui comunicação com Ricardo Araújo Pereira em campanha da Fuel (com vídeos)

Apesar de mudar o conceito criativo, a Worten mantém a assinatura anterior ‘Tem tudo e mais não sei o quê’, nas imagens estáticas da nova campanha, adotando o “Tudo como tu queres” em voz off nos três novos vídeos, que contam com a produção da Take it Easy, realização de Tiago Guedes e consultoria de produção da Pro(u)d

Catarina Nunes

‘Na Worten é tudo como tu queres’ é o conceito criativo para 2024 da marca de retalho da Sonae, que pretende mostrar que a Worten tem tudo para satisfazer até o cliente mais exigente. Para materializar esta ideia, recorre ao humor de Ricardo Araújo Pereira, mais uma vez, que dá corpo a três personagens que querem tudo à sua maneira, numa campanha publicitária criada pela Fuel, que estreia hoje, 30 de abril, com dois dos três vídeos previstos.

Apesar de mudar o conceito criativo, a Worten mantém a assinatura anterior ‘Tem tudo e mais não sei o quê’, nas imagens estáticas da nova campanha, adotando o “É tudo como tu queres” em voz off nos três novos vídeos. “Com esta nova linha de comunicação queremos dar um passo à frente, porque não só continuamos a ter ‘Tudo e mais não sei o quê’, como mostramos que temos a solução que é mais conveniente para cada cliente, mesmo os mais exigentes, não importa a variedade de escolha que tenham à sua disposição. Mostramos que, na Worten, os clientes têm tudo e podem tê-lo como e quando querem”, explica António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Worten, em declarações ao M&P, salientando o nível de conveniência da Worten, como as entregas em casa em duas horas e o levantamento gratuito nas lojas em 15 minutos, por exemplo, passando por necessidades urgentes como serviço de canalizador.

Numa segunda fase desta campanha multimeios, Ricardo Araújo Pereira é acompanhado por Inês Aires Pereira, que já tem sido a escolha em anteriores anúncios da Worten. Além da criatividade da Fuel, a nova campanha conta com a produção da Take it Easy, realização de Tiago Guedes e consultoria de produção da Pro(u)d. Inclui televisão, rádio, múpis, digital, lojas, app e site da Worten, bem como histórias específicas para rádio, em formato de programa de entretenimento.

Ricardo Araújo Pereira interpreta três personagens extremamente insatisfeitas, em três diferentes cenários de programas de televisão (Paulo numa competição culinária, Tozé num reality show e Antunes num concurso), que têm em comum serem concorrentes em formatos de entretenimento e contarem com a Worten na resposta às suas necessidades mais urgentes e exigentes. “Estamos a dar continuidade a uma aposta no humor e na figura do Ricardo Araújo Pereira, que se tem verificado uma fórmula de sucesso nos últimos quatro anos, tanto a nível de proximidade com os consumidores como de engagement. Pode dizer-se que o Ricardo já faz parte da Worten, não só pela estreita relação que tem com a marca, como pela confiança que verificamos que os portugueses depositam nele”, refere António Fuzeta da Ponte, escusando-se, no entanto, a revelar o montante investido na campanha.

A nova linha da comunicação, ‘Na Worten é tudo como tu queres’, terá ativações na app da marca, no verão, e durante o Euro 2024, que ainda não são divulgáveis. “Vamos ter também uma oferta de IA bastante forte, mas o foco da campanha são as mensagens de conveniência. Se calhar, lá para setembro, poderemos ter mais surpresas”, revela ao M&P António Fuzeta da Ponte. O diretor de marca e comunicação da Worten recorda que o digital assume, desde há vários anos, o foco de desenvolvimento de negócio na Worten, com a diversificação e aumento da oferta online, desde 2018, com produtos e serviços que vão além da eletrónica de consumo e dos eletrodomésticos.

“A ambição da Worten é ser a one-stop shop omnicanal dos portugueses e, para isso, temos vindo a crescer em novas categorias, apostámos no marketplace e nos serviços, aperfeiçoámos a complementaridade entre o físico e o digital, proporcionando uma maior conveniência e comodidade aos consumidores”, sustenta António Fuzeta da Ponte, distinguido a 17 de abril como Marketeer do Ano, nos Prémios de Marketing M&P’23. Um troféu que considera refletir uma empresa que “acredita na marca como ativo económico” e uma equipa que “todos os dias aceita o desafio de ser ‘best in class’”.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

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Digital

TikTok antecipa-se à União Europeia e suspende funções de recompensa do TikTok Lite

Lançada discretamente no início de abril em Espanha e em França, a aplicação móvel, que pagava aos utilizadores para verem vídeos e convidar amigos, estava a ser investigada pela Comissão Europeia por desrespeitar a nova Lei dos Serviços Digitais

O TikTok antecipou-se à União Europeia (UE) e suspendeu as funções de recompensa do TikTok Lite em França e em Espanha, os países europeus onde estava presente. A 22 de abril, a Comissão Europeia (CE) anunciou a abertura de uma investigação à nova aplicação móvel do Tik Tok, que permite aos utilizadores com mais de 13 anos ganhar pontos por verem vídeos e convidarem amigos a descarregar a app. Perante a ameaça de proibição, o TikTok, que tinha até 26 de abril para se pronunciar, decidiu suspender temporariamente o serviço para evitar uma multa que poderia ir até 6% do volume de negócios global da empresa.

Lançado no início do mês na Europa, em Espanha e em França, o TikTok Lite, muito popular na Ásia, poderia render diariamente 3.600 moedas, o equivalente a €0,36 por dia. Face à dependência crescente dos utilizadores adolescentes, e temendo o seu agravamento com a possibilidade de ganharem €129,6 por ano, a CE instaurou um processo de averiguação para travar o TikTok, apesar de a empresa garantir que não tem intenção de lançar o serviço em mais nenhum país europeu nos próximos meses.

No entendimento da UE, por desrespeitar a Lei dos Serviços Digitais, em vigor em todas as plataformas digitais desde março, o TikTok Lite deveria ter sido submetido a aprovação antes de ser lançado, para que fossem avaliados potenciais riscos para os mais novos. Nas redes sociais, a empresa assumiu o incumprimento. “Como procuramos sempre ter interações construtivas com a CE e com os outros reguladores, suspendemos voluntariamente as funções de recompensa da app enquanto analisamos as preocupações que suscitaram”, esclarece o TikTok.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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Comunicação

Nova Expressão renova conta de media de €1,2 milhões com a Opticalia

A agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas

Catarina Nunes

A Opticalia volta a entregar à Nova Expressão a conta de media, com um valor anual de €1,2 milhões e por um período de três anos, na sequência de uma consulta de mercado na qual participaram também as multinacionais Havas Media e Mediabrands.

“A Opticalia é uma marca espanhola e desde que veio para Portugal, em 2012, que trabalhamos com a Nova Expressão porque era parceira da agência com a qual trabalhamos em Espanha”, refere em declarações ao M&P Joana Correia, diretora de marketing e comunicação da Opticalia, justificando a opção pela Nova Expressão.

Um porta-voz da Nova Expressão avança ao M&P que a agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas.

Com uma rede de 261 lojas no continente e nas ilhas dos Açores e da Madeira, a Opticalia opera em Portugal desde 2012 com uma comunicação disruptiva e promovendo os óculos como um acessório de moda. A Nova Expressão, por seu lado, é uma agência de meios a operar no mercado português desde 1994, independente de grupos de media ou de plataformas tecnológicas globais.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Já são conhecidos os 14 representantes portugueses no Young Lions

As sete duplas criativas, selecionadas entre os 70 pretendentes que participaram num bootcamp em Lisboa, vão competir entre 17 a 21 de junho, em Cannes. VML, Arena Media, LLYC e Judas são as agências mais representadas na competição internacional

Já são conhecidos os nomes dos 14 vencedores da Tangity Young Lions Portugal que, entre 17 a 21 de junho, terão a oportunidade de representar o país na competição internacional que integra a 71a edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, em França. A partir do dia 17 de junho, as sete duplas selecionadas receberão os briefings de uma instituição de solidariedade social ou de uma organização não-governamental, tendo apenas 24 horas para a concretização de uma estratégia que vá ao encontro do desafio proposto. A exceção é a dupla selecionada para a categoria de Filme, que terá 48 horas para o executar.

Foram 70 os finalistas que participaram no bootcamp de seleção, realizado na NTT Data, em Lisboa. “Com a determinação e paixão demonstrada nos últimos dias, os 14 jovens profissionais selecionados representarão a alma da criatividade nacional, ao mais alto nível”, garante Ana Paula Costa, representante nacional do Lions Festivals. “Este ano, registámos um aumento de 16% do número de candidaturas, um crescimento que espelha a vontade dos jovens profissionais em ir mais além. As duplas vencedoras têm, agora, a oportunidade de ficar na cabeça e no ouvido das mentes mais criativas”, refere ainda.

“Costumo dizer que os Young Lions representam o futuro do setor da publicidade, criatividade e marketing e são sempre uma fotografia do setor. Este grupo de 70 jovens reflete isso mesmo, uma mistura de jovens de grande qualidade que trabalham em agências e empresas consagradas com outros de novas agências mais recentes que cada vez mais têm dado cartas neste mercado”, sublinha também Vasco Perestrelo, CEO da Multimédia Outdoors Portugal (MOP), entidade representante do Lions Festivals em Portugal. “Esse é o espírito certo que queremos para os jovens criativos nacionais”, acrescenta ainda o responsável.

As duplas vencedoras

 

Media (Leroy Merlin)

1º lugar: João Santos (Arena Media) + Débora Jaime (Arena Media)

2º lugar: Margarida Brilhante (Mindshare) + Bernardo Graça (Mindhsare)

3º lugar: Leonor Moniz (Group M) + Mafalda Aleixo (EssenceMediacom)

 

PR (EDP)

1º lugar: Beatriz Raposo (LLYC) + Rita Paulo (LLYC)

2º lugar: Sofia Melo Mendes (Verlingue) + Inês de Amorim Almeida (EDP New)

3º lugar: Hernâni Correia (Leo Burnett) + Manuel Menezes (Havas)

 

Marketing (Worten)

1º lugar: Mariana Coimbra (Era Imobiliária) + Francisco Vaz Santos (Nova SBE)

2º lugar: Sara Aguiar (P&G) + Filipe Santiago Lopes (Nos)

3º lugar: Catarina Espírito Santo (Nos) + Vanessa Marques (Nos)

 

Filme (Turismo de Portugal)

1º lugar: Francisco Machado (Judas) + Daniel Gordon (Trix)

2º lugar: Carlota Real (Judas) + Luís Ferreira Borges (Stream and Tough Guy)

3º lugar: Miguel Valente (Bar Ogilvy) + Beatriz Roque (BBDO)

 

Imprensa/Outdoor (Betclic)

1º lugar: Maria Branco (Judas) + Catarina Araújo (VML)

2º lugar: Joana Quintela Moura (Havas) + Mariana Trindade (Uzina)

3º lugar: Guilherme Kaufmann (FunnyHow) + Rúben Vilaça (FunnyHow)

 

Digital (Nos)

1º lugar: Tomás de Matos Almeida (BBDO) + João Chicau (VML)

2º lugar: Nuno Miguel Coelho (Acne Lisboa) + Tomás Toste (freelancer)

3º lugar: Welzimar Silva + Pedro Silva (O Escritório)

 

Design (MOP)

1º lugar: David Canaes (Fuel) + Francisco Roque do Vale (VML)

2º lugar: Michelle Silva (Judas) + Carolina Gonçalves (Judas)

3º lugar: Mercedes Alves (This is Pacifica) + Eduardo Abilheira (Abilheira.design)

 

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Luis Batista Gonçalves

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“Vemos os influenciadores como um canal de media que deve estar ligado ao desempenho e ser visto ao lado de outros canais de media”

Um ano depois da aquisição da The Goat Agency pela GroupM, Paul Scannell, líder regional para a EMEA, vem a Lisboa para o lançamento da agência em Portugal. Em entrevista exclusiva ao M&P, explica a aposta no marketing de influência e os desafios deste mercado

Catarina Nunes

Paul Scannell, líder regional da The Goat Agency para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), veio a Lisboa para o lançamento em Portugal desta agência de marketing de influência, adquirida pela GroupM em 2023. Em entrevista ao M&P, fala sobre o posicionamento da Goat, as questões em torno da transparência das publicações de influenciadores nas redes sociais, a necessidade de autorregulação e a importância dos dados primários neste mercado.

Por que razão a GroupM está a investir agora em marketing de influência com uma agência própria, que comprou em 2023?

O marketing de influência já era uma parte interna do nosso negócio, mas agora a WPP investiu fortemente. No espaço de um ano, comprou as empresas Obviously, a Village Marketing e a The Goat Agency, três grandes investimentos em marketing de influência.

Há anos que o marketing de influência é uma tendência. A WPP está a entrar tarde?

Acho que estamos ainda no início da jornada. A indústria do marketing de influência, dependendo dos dados que lermos, estava avaliada em 21 biliões de dólares (€19,3 mil milhões), em 2023, o que é menos de 2% do mercado global de publicidade. Li uma citação do Goldman Sachs que referia que a economia dos criadores vai duplicar nos próximos cinco anos e vai ser cada vez mais importante. Isto decorre do facto de que estamos a passar por uma grande mudança na forma como consumimos media, em particular nas gerações mais jovens. Sou parte da geração mais velha que ainda liga a televisão todas as noites, mas as pessoas já não consumem media assim. Está a acontecer uma mudança geracional. A forma como consumimos conteúdos agora é no que chamaríamos de plataformas sociais, que já nem são propriamente sociais, são apenas plataformas de conteúdos, como o TikTok e o YouTube, que mudaram completamente o paradigma.

Qual é a origem da denominação da agência, Goat?

Foi a primeira pergunta que fiz também [risos]. Toda gente julga que é porque somos os melhores de todos os tempos [GOAT é o acrónimo de greatest of the all time], mas os fundadores da Goat [Arron Sheperd, Nick Cooke e Harry Hugo] gostam de manter a explicação do nome relativamente desconhecida. Anteriormente, tiveram a empresa Sportlobster [app de envolvimento de fãs de desporto] e, quando se lançaram como uma agência de influenciadores, quiseram manter a coisa animal. Os três fundadores mantêm-se na Goat e ajudam no crescimento da agência. O Arron é o CEO global da empresa, o Nick é o diretor de clientes e o Harry é o diretor de campanhas e, dependendo de a quem perguntar a origem do nome da Goat, a história é diferente.

É responsável pela EMEA. Nesta região, quais são os países onde os consumidores se envolvem mais e menos com o marketing de influência?

Há mercados que são mais emergentes. Estivemos na Polónia, há cerca de um mês, a falar com a nossa equipa, que tem cerca de 29 pessoas a trabalhar no negócio da Goat. Olhámos para mercados como Eslováquia, Chéquia, Hungria e todos os mercados do Leste Europeu, para tentar perceber se é possível uma abordagem central, se são ou não muito diferentes culturalmente. Diria que estes mercados ainda não descolaram em termos de marketing de influência. Mas, nos grandes mercados, nos cinco grandes na Europa, há muito marketing de influência já a acontecer.

A Goat afirma-se como líder mundial nas agências de marketing social. Quais são os dados que sustentam esta afirmação?

Agora, que temos o negócio integrado, temos cerca de 450 pessoas a trabalhar em todo o mundo, em 36 mercados diferentes, com campanhas ativadas em 70 países distintos. Não vemos mais ninguém que esteja a fazer marketing de influência neste nível de escala, globalmente. Também entendemos que o nível de dados que temos em termos de desempenho, dados que impulsionam todas as nossas tomadas de decisão e a forma como trabalhamos com influenciadores e como os selecionamos, é mais avançado do que qualquer outro que tenhamos visto. Tendo trabalhado na indústria durante oito anos, diria que somos os maiores e os melhores. Depois de ter observado tudo e de todas as maneiras possíveis de analisar a escala, acho que não há mais ninguém que possa competir connosco.

E em termos de receitas do negócio?

Não sabemos as receitas de todas as agências de influenciadores do mundo. Em relação às da Goat, se as partilhasse, o que não posso fazer, alguém provavelmente cortar-me-ia a cabeça, mas posso dizer que somos uma grande parte de uma indústria de 21 biliões de dólares (€19,3 mil milhões). Temos um vlog, e, se seguir a agência no LinkedIn, verá os vídeos que criamos três a quatro vezes por semana, todas as semanas, que são um meio de documentar a ascensão dos fundadores e a mostrar o que eles têm vindo a fazer desde há dez anos.

O vlog fala das receitas, dos números do negócio da Goat?

O vlog é sobre construir um negócio de um bilião de dólares, que é o valor a que estamos a tentar chegar, o que lhe pode dar uma ideia da escala.

O que é que a Goat tem de diferente de outras agências de marketing de influência?

Muita da diferença prende-se com os dados e com a tecnologia que alimentam a nossa abordagem ao marketing de influência. Quando os fundadores começaram a Sportlobster, em 2012 – há muito tempo, ainda antes de o marketing de influência ser realmente relevante – começaram a trabalhar com influenciadores, com uma app de redes sociais para tentar impulsionar downloads. Cada vez que trabalhavam com alguém, reuniam todos os dados, quanto pagavam, quantos downloads de aplicações eram feitos e todo o tipo de informações.

A Sportlobster é a empresa que gere os dados e a tecnologia?

É a empresa que precedeu a Goat, o negócio original dos fundadores. Quando eles viram o poder do marketing de influência, com esse tipo de influenciadores de nicho a falar para comunidades de nicho com os seus conteúdos, direcionaram o negócio para uma agência de influenciadores. Depois, passaram os oito anos seguintes a construir a que era, na época, a maior agência de influenciadores independentes do mundo. Sempre que alguém fazia uma publicação ou uma campanha para a Goat, rastreavam-na e mediam-na, construindo uma enorme base de dados numa pilha de tecnologia que nos permite tomar decisões sobre os influenciadores com os quais trabalhamos e para que clientes, sempre tendo em conta os objetivos da campanha que temos de entregar.

Qual é a diferença em relação a outras agências que também têm dados?

A nossa principal diferença é que estamos a mudar o marketing de influência a partir de uma abordagem baseada em relações públicas, através da qual se tenta que os influenciadores façam as coisas de graça, e eles não são valorizados como um canal de media. Isto funciona muito bem para as marcas, mas nós vemos os influenciadores como um canal de media que deve estar ligado ao desempenho e ser visto ao lado de outros canais de media, para ser possível comparar, contrastar e medir.

Os influenciadores são os novos meios de comunicação?

Acho que sim. O MrBeast é o maior, mas, se olhar para o número de visualizações que ele gera em comparação com a visualização de televisão em horário nobre nos Estados Unidos, no Reino Unido ou em qualquer outro lugar, é um canal de media genuíno por conta própria, apenas com o canal no YouTube. É desta forma que muitas pessoas estão, hoje, a consumir os media e, por isso, temos de o tratar como um canal de comunicação social.

Houve, no passado recente, o movimento de ‘desinfluenciar’, que promovia a autenticidade e a verdade nos influenciadores. Ainda é uma tendência que esteja a moldar a indústria?

Acho que sim. Provavelmente ganhou mais manchetes do que potencialmente teria ganho se não fosse uma parte emergente de um negócio sobre o qual o mundo inteiro está a falar. O interessante é que a tendência de desinfluência ganhou dimensão porque os influenciadores estavam a promovê-la, conferindo-lhe uma dimensão maior. Isto mostra o poder dos influenciadores na visibilidade de uma tendência que é sobre influência. Todas as pessoas que trabalham bem o marketing de influência entenderam sempre como fundamental trabalhar com alguém que seja autêntico para uma marca. Falamos muito sobre os dados e a tecnologia, mas, quando estamos num processo de seleção de influenciadores, estamos realmente perante uma verdadeira arte e uma ciência. Trabalhar esta área obriga-nos a tentar perceber quais os que vão impulsionar melhor o desempenho, mas é preciso encontrar pessoas que falem autenticamente sobre a marca para as suas audiências, sem causar problemas. Caso contrário, poderá gerar uma perceção negativa, se o influenciador trabalhar com uma marca que nunca ressoaria com o seu público.

Isso acontece muito…

Pode parecer estranho, mas a grande maioria dos influenciadores com os quais trabalhamos rejeita muitos negócios, por não serem adequados para eles. Dizem aos clientes para os voltarem a contactar quando tiverem uma marca que se encaixe no seu perfil, porque eles conhecem bem o seu público. Como passaram anos e anos a construir as suas comunidades, não vão querer arriscar, são muito profissionais, pelo menos a maioria dos influenciadores com os quais trabalhamos.

O que é mais importante: o perfil e o número de seguidores do influenciador ou os valores e a narrativa da marca?

O mais importante é encontrar alguém que seja autêntico para a marca. Trabalhamos com grandes influenciadores e até já trabalhámos com o MrBeast, mas a maior parte do trabalho que fazemos é com influenciadores de nicho, que podem tocar uma comunidade mais segmentada. Depende também da marca e dos seus objetivos, porque, às vezes, apenas querem um alcance de massa e trabalhar com alguém que é enorme e relevante. E é por isto que o endosso de celebridades é procurado. Todos os anúncios do Super Bowl têm uma celebridade endossada porque, às vezes, funciona para o que se quer.

Funcionam na conversão em vendas?

Tendemos a achar que as campanhas que funcionam melhor são as que…. Como sabe, as pessoas vão para as redes sociais para encontrar a sua tribo e subcultura. E é por isso que as pessoas se conectam. Encontram o seu pequeno nicho e pessoas que falam sobre ele de uma maneira que lhes agrada, envolvendo-se com elas. É esta a razão pela qual as pessoas realmente se sintonizam.

A sua empresa está a vender produtos.

Sim, mas pode vender produtos… Por exemplo, fazemos muito trabalho para a empresa 3M, que produz tudo. Aliás, um dos seus slogans é “Nunca está a mais de dez pés [três metros] de distância de um produto 3M”. Eles estavam a tentar vender capacetes de soldadura e, na América Latina, havia uma comunidade de pessoas que foram viver na floresta, construíram as suas próprias casas e criaram comunidades sociais. Mesmo quando se tenta vender capacetes de soldadura, que acho que custavam 500 dólares [€461], é possível encontrar as pessoas certas, se se souber onde procurar e encontrar as comunidades de nicho certas. Quem é que vai ser capaz de falar com essa audiência de determinada forma? Pode ser esta comunidade que construiu esse público ao longo do tempo.

Quando fala em nicho, isso é diferente de microinfluenciadores?

Há muitas maneiras diferentes de falar, cada qual tem a sua maneira de referir-se a diferentes tipos de influenciadores. A maioria das pessoas vai dizer que um microinfluenciador tem entre 10 mil e 100 mil seguidores, mas acho que é mais complicado do que essa distinção. Porque um microinfluenciador na área da beleza pode parecer muito diferente de um microinfluenciador que é um consultor em tecnologia de informação B2B. Mas as pessoas têm de ser colocadas em categorias porque a indústria em que trabalhamos funciona assim. O nicho tem mais a ver com o alcance da comunidade, que é diferente da quantidade de seguidores.

Como é possível uma marca destacar-se no ultrapovoado cenário digital?

Uma das coisas que a Goat tem é uma equipa de estratégia, que fala muito sobre a ideia do efeito oddball, porque há muitos conteúdos nas redes sociais que parecem o mesmo. A equipa de estratégia tem uma apresentação com uma dezena de imagens num ecrã, que um influenciador fotografou num barco num lago, que mostra também um pequeno clipe com um urso. Depois, perguntam qual é a imagem que apareceu no ecrã durante mais tempo. Toda a gente diz sempre que foi a imagem do urso, mas, na verdade, todas elas estiveram o mesmo tempo de exposição no ecrã. A equipa depois fala sobre isto, numa perspetiva criativa, sobre a relevância da irrelevância daquilo com que trabalhamos.

Qual é a conclusão?

Quando trabalhamos com influenciadores que são relevantes para a marca em causa, eles têm os mesmos valores. Mas é preciso criar algo que se destaque, algo criativo e ligeiramente diferente do que as outras pessoas estão a fazer.

Acertar nisso é rocket science.

Sim, e nem sempre acertamos. Mas a ideia é ter um pensamento criativo e estratégico para entender a plataforma, as tendências e como funciona o marketing de influência, para ter ideias incríveis que permitam que algo se destaque num mercado saturado. Acho que é isto que está em causa quando se trata de pessoas e criatividade.

Com tantas plataformas digitais que existem, e que continuam a aparecer, qual é o desafio?

Isso pode ser um desafio e uma oportunidade. Há campanhas em que posso inclinar-me para o YouTube, se quero entregar uma determinada mensagem para um determinado público de uma determinada maneira. Depois, há campanhas que me inclino mais para o TikTok ou para o Instagram. Penso que dão-nos mais opções, mais capacidade para trabalhar com criadores de uma maneira diferente. Os criadores do TikTok são muito diferentes dos do YouTube.

Não é mais difícil trabalhar com muitas plataformas?

Só porque existem mais plataformas não significa que em cada campanha se deve acrescentar mais. Trata-se de encontrar as pessoas certas. Se existirem mais, isso só dará mais capacidade de trabalhar com pessoas mais interessantes de maneiras mais diversas, que criam diferentes tipos de conteúdos que atraem públicos diferentes.

Os consumidores estão saturados de tantas plataformas?

Não vejo isso. Não acho que as pessoas não se lembram das marcas por causa do número de plataformas, a questão prende-se com a mensagem. A saturação é uma desculpa. Sempre tivemos desculpas suficientes para nos distrairmos. Durante anos, houve horas e horas de conteúdos publicados em todas as plataformas. Trata-se de criar coisas que se destaquem e atraiam o público. Se conseguirmos isto, quer haja uma dezena de plataformas ou um milhão, não importa. Se encontrarmos o público certo, é possível atingi-lo com as pessoas certas no momento certo, o conteúdo vai destacar-se e as pessoas vão lembrar-se.

Como é que vê as questões em torno dos influenciadores, com as publicações comerciais não identificadas, a legislação e respetiva fiscalização?

Esta questão é mesmo muito importante. No Reino Unido, somos membros fundadores da organização Influencer Marketing Trade Body (IMTB), desde há quatro anos. É uma entidade de autorregulação porque acreditamos que temos de dar esse primeiro passo, para que não sejamos regulados por pessoas que não entendem a indústria. Criámos um código de conduta, há dois anos, que todos subscrevemos enquanto membros e que se tornou o padrão na abordagem aos influenciadores, do ponto de vista da transparência em relação às audiências. Porque não queremos apenas uma regulamentação de governos, que estão a tentar dar um ponto de vista político a coisas que não entendem sobre esta indústria.

Porquê?

Temos de ser capazes de nos autorregular, mas, para fazer isso, precisamos que as pessoas que são influentes no marketing de influência colaborem e se certifiquem de que estamos a trabalhar juntos para garantir que todos estão a fazer as coisas da maneira certa. Infelizmente, o espaço de marketing de influência cria muito ruído e muitas manchetes e os políticos de todo o mundo podem usá-lo para uma voz política, em vez do que deveriam estar a fazer. Parece atrair muito mais atenção os influenciadores serem pagos para ir a um determinado lugar e não divulgarem isso no post versus o mundo editorial, em que não sei o quanto tudo é escrito nos mesmos termos, por exemplo, quando escrevem sobre um top 10 de destinos de férias. Não me parece que isto tenha o mesmo nível de atenção, mas, se calhar, é porque estou no espaço dos influenciadores.

Jornalismo é diferente de publicidade.

Exatamente. Mas onde é que essa linha é traçada? No universo do
marketing de influência, eles recebem presentes e escrevem sobre essas ofertas.

E são pagos para fazerem isso.

Às vezes. A questão é que a quantidade de conteúdos que as pessoas consomem de influenciadores e de criadores de conteúdos tornou-se um tema quente de debate. A minha opinião pessoal é pela autorregulação, que é o caminho a seguir, mas tem de ser feito corretamente.

Concorda com as publicações identificadas como publicidade?

Sim, absolutamente. Se alguém pagou a um influenciador para falar sobre uma marca, essa situação deve ser identificada, como em qualquer outro meio de comunicação.

Isso é suficiente?

É o requisito mínimo. Se os influenciadores estão a construir negócios, a criar conteúdos, a trabalhar com marcas, a construir marcas e negócios para elas, então estão a agir com um canal de media.

A relação dos influenciadores com as marcas é totalmente transparente, em relação, por exemplo, ao número de seguidores que podem ou não ter sido comprados?

Isso é algo em que os estamos a pressionar há anos. A grande maioria do mundo dos influenciadores ainda é construído em capturas de ecrã dos dados das plataformas.

Dessa forma, os números podem ser alterados no Photoshop.

Potencialmente, mas não trabalhamos dessa forma. Trabalhamos com dados de API [Application Programming Interface], que são retirados diretamente da plataforma. Pedimos aos influenciadores que se conectem à plataforma precisamente por esse motivo.

A questão da transparência dos influenciadores é com os utilizadores, os seguidores e com as empresas com as quais trabalham, as marcas.

Obviamente, alguns influenciadores estão a tentar ganhar a vida e, portanto, o incentivo deles é mostrar que entregam uma audiência e impressões. Mas fomos sempre muito claros sobre o facto de trabalharmos com dados primários, diretamente da plataforma. É por isto que considero que o mundo dos influenciadores precisa de continuar a amadurecer, de continuar a crescer. A questão não é se os influenciadores devem fornecer dados primários, isso é uma necessidade porque temos de ver esses dados. Sempre fomos muito inflexíveis nisto. A transparência é absolutamente tudo, porque, caso contrário, prejudica toda a indústria.

A inteligência artificial (IA) é uma oportunidade, uma ameaça ou ambas?

Essa é uma grande pergunta. Provavelmente, as duas coisas, porque já vimos as últimas coisas que a OpenAI está a produzir, de texto para vídeos, e o quanto a edição está a ser alterada pela IA. Há uma parte de mim que pensa que, se as pessoas podem ser mais produtivas e produzir mais vídeos de alta qualidade mais rapidamente, isso é ótimo. Mas, então, onde é traçada a linha que deixa claro que foi um vídeo produzido com IA? Porque, obviamente, todos usamos o Photoshop há anos. Mas, à medida que vamos mais longe, o influenciador terá de declarar que produziu uma legenda com recurso a IA? Há muita coisa que precisamos de melhorar e ninguém tem todas as respostas neste momento, porque estamos a aprender à medida que avançamos. Mas uma grande parte de fazer parte do IMTB é ter estas conversas com as pessoas que lideram a indústria. É preciso ser capaz de abordar estas questões e de tomar decisões sensatas e adultas, que garantam que a indústria se mantém saudável.

Qual é a sua opinião sobre os influenciadores digitais gerados por IA?

Na nossa equipa, há alguns exemplos de trabalhos com avatares artificiais e IA com várias marcas importantes, mas ainda não têm escala. É algo que ainda estamos a descobrir a coisa certa a fazer. Acho que, desde que as pessoas saibam que é media social de animação com IA, que não é real, não vejo nenhum problema nisso. Neste momento, não é uma parte significativa da nossa oferta, mas não vejo razões para que não o seja no futuro.

Qual é a plataforma de redes sociais que vê como dominante no curto prazo?

É difícil de dizer, porque, muitas vezes, não se consegue ver até ao momento em que acontece. A BeReal foi uma das redes sociais de que falamos até à exaustão o ano passado e agora já não se fala. Antes, tinha sido aquela plataforma de áudio Clubhouse. Toda a gente estava no Clubhouse, que entretanto morreu.

Qual é a plataforma que usa mais?

Sou velho…

O Facebook?

Sim… [risos] Estou a começar a estar mais no TikTok mais do que na maioria das outras redes sociais, porque o algoritmo leva-me a ver o conteúdo que quero mais rapidamente.

Acha que o TikTok virá a tornar-se na maior das redes?

Sim, mas depende muito da política e do que está a acontecer nos Estados Unidos [o projeto de lei que pode banir o TikTok do país] e o que isso significa em termos de regulação. O TikTok é incrível, provavelmente é um dos maiores agora. É lá que o público jovem está a gastar o seu tempo. Vamos ver o que acontece.

Todas as marcas precisam de marketing nas redes sociais?

Enquanto marcas, por tudo aquilo que envolvem, seria insensato não estarem nas redes sociais, porque, presumivelmente, têm a intenção de fazer crescer o seu negócio. Para o expandirem, precisam de encontrar mais clientes e, hoje, praticamente toda a gente está nas redes sociais. Esta é a mudança geracional de que falámos no início desta conversa. É nas redes sociais que as pessoas estão a passar o tempo e a envolver-se com conteúdos gerados por utilizadores, pessoas que conhecem e de quem gostam e que seguem porque querem experimentar esses conteúdos. Acredito que possam existir marcas que não precisem de estar nas redes sociais, mas eu não conheço nenhuma. Acho que é mau não estar, mas tenho a certeza que alguém vai ler esta entrevista e dizer que a marca X não precisa das redes sociais.

Perfil
Paul Scannell, líder regional da The Goat Agency na EMEA

 

Da televisão até aos influenciadores

Qual foi o seu percurso antes de chegar à liderança regional da The Goat Agency?

Comecei nos media, em 2005, a vender publicidade em televisão para clientes e agências, até mudar para a venda de espaço publicitário em cinemas, o que era fácil, falava sobre filmes o dia todo. Depois transitei para o suporte digital e, mais tarde, para os anúncios nativos e depois para os influenciadores.

Quando é que entra na WPP?

Entrei para a GroupM, que integra a WPP, em 2016. Estou lá há oito anos.

Por que razão escolheu a área do marketing de influência?

Há um momento em que estava a trabalhar com um anúncio digital para uma campanha de uma nova rota da easyJet para Alicante. Queria medir se as pessoas expostas a esse anúncio tinham conhecimento dessa rota ou não. Trabalhávamos em direcionamento comportamental e em como veicular o anúncio no momento certo para a pessoa certa e aprendemos muito sobre segmentação e cookies. Fizemos um estudo em que analisámos os que foram expostos ao anúncio versus os que não foram e concluímos que não havia diferença. Aliás, as pessoas que foram expostas aos anúncios eram menos propensas a conhecer a nova rota.

Isso criou um problema com a easyJet?

Era o líder deste cliente e pus-me à procura de desculpas, a gritar com toda a gente, a questionar por que razão é que não tinha funcionado. Até que a pessoa da área de pesquisa perguntou como era o anúncio. Ninguém sabia. Recebemos uma linha de código que carregámos num servidor de anúncios. Não tinha ideia sobre a criatividade da publicidade nem de como era importante. O que aconteceu foi que o anúncio não mostrava a rota para Alicante antes dos seis segundos. No digital, ninguém chega lá e na agência, na altura, ninguém sabia desta situação. Foi um momento em que questionei o que andava a fazer. Estava a aprender tudo sobre dados, segmentação e todo este tipo de coisas, mas não sabia nada sobre criatividade.

Com esse discernimento, o que fez a seguir?

Iniciei uma jornada, fui ouvir podcasts e ler livros sobre marketing de conteúdo e marketing criativo. Depois, tentei arranjar um emprego em publicidade nativa para tentar perceber melhor, por se tratar de um tipo de conteúdo de formato longo, muito presente nas páginas de internet das editoras. Fiz isto durante algum tempo e, nessa fase, apercebi-me do aumento dos media sociais e do número de criadores de conteúdo. Todo o meu percurso decorre disto, de estar apenas a executar uma campanha sem saber qual é o aspeto visual da parte criativa. É isto que estamos a tentar fazer e foi isso que me levou ao caminho do marketing de influência, onde estou há cinco, seis anos.

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Santa Casa põe a concurso conta de €20,85 milhões

O concurso está dividido em três lotes. O maior (€8,1 milhões) diz respeito à criatividade dos jogos Placard, Totobola, Lotaria Clássica, Lotaria Popular e Eurodreams. O segundo maior (€7,5 milhões) inclui o Euromilhões, o M1LHÃO, o Totoloto, a Raspadinha e o Novo Jogo, enquanto o terceiro (€5,25 milhões) abrange a criatividade institucional das marcas/serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a marca Jogos Santa Casa

Catarina Nunes

Está aberto o concurso para a aquisição de serviços de agência criativa para as marcas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com um valor máximo de €20,85 milhões. As candidaturas podem ser apresentadas até 26 de maio, de acordo com a informação publicada em Diário da República, e a adjudicação é por três anos.

O concurso está dividido em três lotes, sendo o maior deles (€8,1 milhões) o que diz respeito à criatividade publicitária dos jogos Placard, Totobola, Lotaria Clássica, Lotaria Popular e Eurodreams. O segundo maior lote (€7,5 milhões) inclui o Euromilhões, o M1LHÃO, o Totoloto, a Raspadinha e o Novo Jogo, enquanto o terceiro maior (€5,25 milhões) abrange a criatividade institucional das marcas/serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a marca Jogos Santa Casa.

Os valores a adjudicar dizem respeito ao fee anual da agência, que inclui a remuneração base da equipa proposta, os custos indiretos e a margem de lucro da empresa, entre outros, com valores máximos para cada um dos lotes: €240 mil (lote um, €7,5 milhões), €300 mil (lote dois, €8,1 milhões) e €250 mil (lote três, €5,25 milhões), de acordo com o caderno de encargos, a que o M&P teve acesso.

Os custos totais de produção de televisão e rádio dos lotes um e dois, com um limite máximo de €300 mil, os direitos de autor durante um ano para todos os meios e os custos de produção da tabela de referência, com um limite máximo de €880 mil, são outras das despesas incluídas na adjudicação.

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