Audiências: RTP faz ultimato à CAEM
O conselho de administração da RTP deu hoje 48 horas à CAEM para esclarecer vários pontos sobre a medição de audiências pela GfK, admitindo a realização de uma auditoria externa, pedindo a intervenção imediata da ERC.
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O conselho de administração da RTP deu hoje 48 horas à CAEM para esclarecer vários pontos sobre a medição de audiências pela GfK, admitindo a realização de uma auditoria externa, pedindo a intervenção imediata da ERC. Numa carta enviada pela administração da RTP à Comissão de Análise e Estudos de Meios (CAEM), a que a Lusa teve acesso, a estação pública deu 48 horas para ver várias questões respondidas, sobre se o contrato celebrado com a GfK, que começou a realizar as medições no começo de Março, está a ser cumprido, se o painel é representativo e se a validação de dados está a ser efectuada de forma adequada.
“Caso a resposta às diversas questões seja afirmativa, e pela convicção que a RTP tem do contrário, a RTP desde já manifesta que pretende exercer imediatamente o direito à realização de uma auditoria por parte de entidade de reconhecida independência”, escreve a administração da RTP. Se forem confirmados “erros grosseiros”, a RTP afirma que não hesitará “em responsabilizar a CAEM e os titulares dos seus órgãos pelos danos causados à RTP e aos demais agentes deste mercado pela divulgação de dados incorrectos”. Mais, a estação pública reiterou as acusações feitas anteriormente da existência de “um conjunto grave de deficiências do novo sistema”, tais como no número de lares a ser auditado, uma incoerência entre os dados disponibilizados e o relatório de controlo de qualidade, uma falta de representatividade da amostra, uma falta de “proporção coerente” nas idades incluídas na amostra, ausência de aplicação de algumas regras de validação e “situações anómalas” várias.
Entretanto, a RTP informou, através da mesma carta, considerar que o “modelo de auto-regulação corporizado na CAEM deixou de funcionar adequadamente”, o que significa que vai recorrer à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) “em busca de uma posição que proteja os interesses da RTP e do mercado televisivo”. No caso de a CAEM considerar que a GfK Portugal não está a agir de acordo com o contrato, o canal público exige que a comissão “encontre uma solução que repare imediatamente os erros detectados nos dados que têm vindo a ser divulgados”.
Na segunda-feira, a comissão de trabalhadores da RTP disse que, caso tivesse sido assinado um contrato com as partes envolvidas no processo de medição de audiências, algo que foi hoje confirmado pela administração, este devia ser rescindido de imediato. Os trabalhadores da RTP acusaram a empresa GfK de utilizar aparelhos de medição “comprados num bazar oriental, de fraca qualidade”, com um painel apresentado a mostrar “distorções muito consideráveis”.
As audiências da RTP caíram de forma significativa após o começo das novas medições, passando de um share de 19,7 por cento no dia 01 de Março e de 27,2 no dia seguinte para 13,9 aquando da estreia da GfK. A TVI obteve a liderança, segundo dados divulgados no sábado, nos 23,9, com a SIC imediatamente atrás, nos 21,7 por cento e a RTP 2 sem desvios de maior. (Lusa)