Investimento publicitário: E o segundo semestre?
Em seis meses, e olhando apenas para a Cofina, Impresa e Media Capital, o mercado perdeu então cerca de 8.5 milhões de euros. De acordo com informações recolhidas pelo M&P estes três grupos – que integram a SIC e a TVI -– captarão cerca de 60 por cento da publicidade investida em Portugal, que no primeiro semestre deve ter recuado perto de 7 por cento.
Carla Borges Ferreira
Quebra da publicidade nos canais abertos determina resultados negativos do grupo Impresa, em 2023
O que pode ler na mais recente edição do M&P
“Tempo de trabalho e serenidade” diz Vítor Coutinho, novo CEO da Global Media
Greve geral de jornalistas com “forte adesão”, diz João Rodrigues do SJ. Silenciaram-se 40 órgãos de comunicação
ERC analisa sobreposição de conteúdos jornalísticos e comerciais para garantir maior transparência
ERC reconfirma falta de transparência do fundo WOF na Páginas Civilizadas e na Global Notícias
Audiências: Consumo diário de televisão em queda
Vamos à Bola! é o novo programa da Sport TV
TikTok tem novos formatos publicitários
Connected TV é o suporte mais eficiente para publicitar marcas e serviços, garante estudo
No primeiro semestre de 2011 os três grupos de media cotados em bolsa perderam 14.4 milhões de euros em receitas, sendo mais de metade destas receitas de publicidade (ver gráfico). Em seis meses, e olhando apenas para a Cofina, Impresa e Media Capital, o mercado perdeu então cerca de 8.5 milhões de euros. De acordo com informações recolhidas pelo M&P estes três grupos – que integram a SIC e a TVI -– captarão cerca de 60 por cento da publicidade investida em Portugal, que no primeiro semestre deve ter recuado perto de 7 por cento. Apesar de em Julho, de acordo com várias estimativas, os números terem sido ligeiramente mais animadores, no mês de Agosto ter-se-á registado nova retracção, sobretudo na sequência de todas as notícias nacionais e internacionais relacionadas com a crise económica e financeira.
Assim, “o segundo semestre vai ser muito afectado pela evolução da conjuntura económica – sobretudo o último trimestre que usualmente é um ponto forte do investimento publicitário todos os anos. As previsões para o último trimestre do ano, mesmo as mais conservadoras, não são optimistas”, constata Manuel Falcão, director-geral da Nova Expressão. Pedro Norton, vice presidente do maior grupo de media nacional, a Impresa, também não se mostra optimista. “Acredito que o mercado cairá mais no segundo semestre. Em termos anuais não devemos ficar longe de uma queda de 10 por cento”, avança. Alberto Rui Pereira, CEO da Initiative, mostra-se apenas ligeiramente menos pessimista. De acordo com o responsável, o volume de investimento deve manter “a tendência manifestada no primeiro semestre. A evolução da conjuntura económica assim o determina e nada de qualitativamente relevante se espera que aconteça neste semestre que possa alterar a actual tendência”. Assim, o mercado deverá fechar a cair entre os 5 e os 10 por cento”, diz, ao mesmo tempo que lembra que “é um valor já muito elevado dada a tendência negativa existente desde 2009”. Recorde-se que o mercado publicitário, excluindo os clientes directos, valia cerca de 700 milhões de euros em 2008, não tendo chegado aos 600 milhões em 2010.
Quanto à queda, que não se faz sentir da mesma forma em todos os meios, Alberto Rui Pereira explica que “também nesta matéria se espera que se confirme a actual tendência”. Ou seja: “A internet e os canais de comunicação digitais serão claramente os que continuarão a ganhar quota de forma significativa e com crescimento a dois dígitos. A rádio e os canais TV pagos poderão apresentar também pequenos crescimentos (assim como em 2010) e como tal continuar a reforçar a sua quota” e o exterior deverá apresentar valores muito em linha com o mercado”. Assim, a imprensa e a TV free to air arriscam-se a ser os meios que “irão eventualmente cair mais do que o mercado” perdendo assim alguma da sua quota”. Uma opinião em parte partilhada por Manuel Falcão. “Penso que é expectável mais alguma queda na open TV e na imprensa, manutenção ou ligeiro aumento na rádio e diminuição do crescimento na Internet”, conclu