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Visitas ou pageviews? Utilizadores únicos!

O “mínimo indispensável”, um “percurso a fazer”, “não satisfazem”.

Ana Marcela
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O “mínimo indispensável”, um “percurso a fazer”, “não satisfazem”.

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O “mínimo indispensável”, um “percurso a fazer”, “não satisfazem”. Os operadores, a avaliar por estas descrições, não estão propriamente felizes com a actual oferta no mercado português em termos de estudos de audiências online. “Até ao momento os estudos disponibilizados pelo mercado para o meio online não nos satisfazem, pensamos que o seu uso é mesmo muito reduzido por parte das agências de meios”, considera Jorge Laranjinha. “Antes de ter dados para podermos planear, temos que ter dados para poder fazer boas estratégias. Uma coisa tão ‘básica’ como ter investimentos do meio online, não existe em Portugal. Para o planeamento, as agências dispõem de informação que recolhem de diversas fontes. Seria bom existir uma única fonte onde recolher a informação”, defende o director-geral da agência de meios digital Creative Partner, embora, ressalve, “para já, não nos parece que seja um grande problema porque com algumas ferramentas consegue-se contornar essa situação”.

“O que colocamos hoje à disposição do mercado (Netpanel e NetScope) é o que podemos considerar o mínimo indispensável”, diz, por seu turno, Pedro Ferreira. “O mercado nacional necessita hoje de mais informação, mais indicadores de tráfego e também, sobretudo, um perfil detalhado do utilizador online pois, mais cedo ou mais tarde, os anunciantes irão procurar colocar a sua publicidade em função de dados concretos sobre quem contactam e menos por compra simples de inventário indiferenciado”, argumenta o coordenador geral do Publico.pt.

Visitas, pageviews ou o importante são os utilizadores únicos?

Actualmente o NetScope, estudo site-centric de referência do mercado nacional, disponibiliza publicamente – no ranking actualmente composto por 95 sites – informação sobre o número de visitas (e não o número de utilizadores que visitam um site) e pageviews (número de vezes que os utilizadores visualizaram uma página web), sendo o ranking ordenado com base no número de visitas. Para o mercado, mais do que a discussão sobre quem tem o maior número de visitas ou pageviews, a questão central parece colocar-se na informação que, no entender de muitos, deveria constar em estudos como o NetScope. “Há mais indicadores que devem ser passados ao mercado”, começa por afirmar Nuno Ribeiro. “O mais relevante, e que chegou inicialmente a ser divulgado pelo estudo NetScope, da Marktest, são os utilizadores únicos (browsers únicos). Mas, há mais indicadores que seriam importantes para informar as agências e clientes, como o tempo médio de visita e percentagem de tráfego nacional”, descreve o director de e-business & multimédia da Controlinveste. “Os utilizadores únicos são a métrica mais relevante e indicador de referência nos mercados mais maduros e sobre o qual são ordenados os rankings de audiências”, justifica. E não está só nessa apreciação. “É nosso entendimento que, dada a natureza extensiva dos sites, a divulgação do tempo de permanência e do número de visitantes únicos, permitiria uma melhor avaliação do meio”, considera Carlos Antunes, director informático da Sociedade Vicra Desportiva, editora do desportivo A Bola, cujo site lidera invariavelmente o ranking do NetScope em termos de sites de informação, apenas suplantado pela homepage do Sapo. Um entendimento que faz eco junto ao responsável do Publico.pt. “Neste momento as pageviews ainda são uma variável fundamental no processo de alocação da publicidade online. Mas obviamente o número de visitas e visitantes únicos são indicadores muito relevantes na avaliação do verdadeiro potencial de um site, e conquistarão importância crescente à medida que os anunciantes procurarem atingir de forma mais eficaz os targets pretendidos e exigirem informação concreta sobre o meio”, defende Pedro Ferreira. “Indicadores como o tempo de visita e, sobretudo, o número de utilizadores e/ou browsers únicos são também fundamentais e, na nossa opinião, deviam já constar do ranking NetScope”, preconiza. “Estou certo que é só uma questão de tempo para que esta seja também a medida de referência em Portugal. Já hoje, as agências e clientes solicitam aos meios este indicador para fazerem os seus planeamentos e compras de espaço publicitário, mas todos ganharíamos se fosse uma entidade externa como a Marktest através do estudo NetScope a divulgar esta informação”, reforça Nuno Ribeiro, da Controlinveste.

“Número de utilizadores únicos, seguido do número de visitas, tempo de visita e finalmente do número de pageviews” é a enumeração feita por João Alves, director comercial do Iol, quando questionado sobre os itens que considera mais relevantes num estudo. “Naturalmente que o mercado continuará a comprar impressões (assente em pageviews) mas aquilo que tornará as campanhas mais ou menos eficientes será sobretudo a cobertura (utilizadores únicos), a frequência e o tempo/duração da exposição”, argumenta.

Vítor Cabeça, director-adjunto para a área Internet da direcção de estudos de meios da Marktest, defende a actual ordenação do ranking NetScope por visitas e não por pageviews, afirmando que essa é “a tendência internacional”, tendo inclusive esse critério sido discutido “previamente no Grupo de Trabalho do NetScope, tendo sido unânime a opção pela ordenação por visitas”. Um critério que o responsável considera “mais estável e independente de opções editoriais do que o indicador pageviews”. Vítor Cabeça explica as ‘fragilidades’ deste último critério: “É muito dependente de factores como o auto-refrescamento (aceite com limites, nos critérios de padronização) ou a forma como são organizados os conteúdos nas páginas (por exemplo, optando por partir um conteúdo por várias páginas ou, pelo contrário, apresentando-o numa só página).” A nível internacional, diz ainda o director-adjunto para a área de internet da Marktest, dos rankings auditados “nenhum” é ordenado por pageviews, mas sim por visitas ou browsers únicos, informação que grande parte dos operadores ouvidos pelo M&P referia como útil e que deveria constar no NetScope. Contudo, também este item não é propriamente à prova de bala, ou melhor, à prova de cookies. “O indicador browsers únicos tem sido alvo de discussão por induzir a ideia incorrecta de quantificação de pessoas”, refere e explica porquê: “por um lado, pela crescente adesão à remoção de cookies, que faz com que uma mesma máquina possa ser contabilizada várias vezes ao longo de um mês”, e, por outro lado, “não existe uma relação um-para-um entre máquinas e utilizadores: é muito frequente o mesmo utilizador usar um PC no escritório e depois outro em casa (utilizador multi-máquina), tal como é frequente uma mesma máquina ser utilizada por mais do que um mesmo utilizador (máquina multi-utilizador)”. Para evitar essa percepção de utilizador único, recorda o responsável, “o Internet Advertising Bureau passa a sugerir a utilização da expressão browsers únicos, em vez de utilizadores únicos”, frisando que essa métrica poderá levar a um “crescente desvio de inflaccionamento, pela crescente utilização do modo privado de navegação, que remove cookies no fim de cada sessão de internet”.

Dadas as fragilidades de cada item/métrica

– nenhum parece estar isento de potenciais problemas –, o comentário de Luís Miguel Fernandes, director-geral do Aeiou, portal que passou a agregar a publicidade online da Impresa, relativamente ao meio online e aos actuais estudos disponíveis é paradigmático. “Mesmo em Portugal”, diz, a internet é “provavelmente o meio sobre o qual temos mais informação de audiências”, já que é possível medir não só o suporte em si, como a publicidade, contudo, “a fasquia de exigência sobre informação das audiências no meio é no entanto outra”. Por isso, acredita, “os estudos que existem em Portugal ainda têm um percurso a fazer, nomeadamente na integração da informação site centric com a informação user centric com origem num painel”.

Os próximos passos?

A pressão para haver informação sobre perfil de utilizador, adicionando aos dados quantitativos informação qualitativa, é sentida pelos operadores e um tema que a Marktest tem vindo a demonstrar interesse, o que parece ser do agrado dos editores, como se pode depreender das declarações de José Manuel Gomes. Para o director coordenador da área digital da Cofina Media, “as novidades que já foram comunicadas pela Marktest no sentido de se ter uma melhor informação sobre o perfil dos utilizadores parecem-me uma excelente evolução”.

Julho é o mês que a Marktest coloca como meta para a disponibilização dos primeiros dados do SIM.net, cujo arranque, em Janeiro, chegou a estar previsto para o primeiro trimestre. A empresa tem estado “desde há vários meses” a “produzir dados SIM.net mensalmente”, encontrando-se “numa fase experimental e de afinação do sistema”, ou seja, focando-se “principalmente nos algoritmos de integração dos dados site-centric (NetScope) e user-centric (painéis casa e fora de casa)”. Actualmente, concretiza Vítor Cabeça, “estamos principalmente a estudar alguns casos pontuais, onde nos parece haver menor convergência de dados, pelo que se justifica uma análise mais detalhada. Neste enquadramento parece-nos viável fazermos a primeira divulgação pública com os dados de Julho”. Os dados “neste primeiro mês” serão divulgados junto dos operadores, procedendo-se depois à “distribuição regular de dados”.

Que evoluções os futuros estudos de online deverão acautelar é uma questão para a qual parece não haver um consenso. “Não é uma questão fácil de responder porque, para ter estudos que respondam às necessidades do mercado é necessário o mercado estar suficientemente maduro para poder absorver os seus custos”, afirma Jorge Laranjinha. Um tema também levantado pelo responsável da Impresa que frisa que “o actual modelo de quanto mais as audiências crescem, mais se paga, condiciona a inclusão de uma parte significativa das propriedades dos publishers nos estudos site centric”, comenta Luís Miguel Fernandes que coloca em cima da mesa a temática de medição de conteúdos como vídeo online. “Há uns tempos, não se falaria em medir audiências de conteúdos vídeo online e pouco em audiências em mobile. Estes consumos de media digital são cada vez mais relevantes, não só pelo quantitativo, como também pelo qualitativo do meio que gera um engagement muito elevado com o utilizador”, diz.

O director-geral da Creative Partner leva mais longe esta ideia, questionando a necessidade do online se ‘equiparar’ a outros media. “Outro problema que o mercado online tem é que tenta fazer estudos que possam ser comparáveis com os outros meios, quando deveriam ser os outros meios a tentar ter outro tipo de variáveis que o meio online já dispõe (como por exemplo interacções com os utilizadores, etc.)”, comenta Jorge Laranjinha. “Urge disponibilizar rapidamente informação detalhada sobre o tráfego em função da sua proveniência (empresarial/residencial), do perfil dos utilizadores e passar a existir informação consistente sobre os investimentos realizados no meio (o online é hoje o único meio onde esta informação não existe)”, defende João Alves.

“Os meios devem também preparar-se para um futuro próximo em que terão de cumprir o que de verdadeiro transmitem aos seus anunciantes: o digital como um meio incomparável no que concerne à customização, segmentação e targetização”, refere, por seu lado, Pedro Ferreira. “Todos temos de fazer o nosso trabalho de casa, se queremos ver crescer o investimento no digital para valores coerentes com a importância que tem hoje em dia no dia-a-dia dos portugueses”, comenta o coordenador geral do Publico.pt.

– Ranking de grupos faz sentido?

Um ranking de grupos de media “não tem qualquer utilidade para o mercado”. A opinião é de Jorge Laranjinha, director-geral da Creative Partner, quando questionado sobre se a inclusão em Maio de um ranking de grupos de media no NetScope era uma informação relevante para quem investe. A Marktest argumenta que este tipo de informação já existe em rankings semelhantes de países como Bélgica, Suíça, França ou Espanha e que “no caso nacional, já estava prevista há algum tempo para o Netscope mas, por razões várias, só agora acabou por ser implementada”. “Na mesma linha do que acontece internacionalmente, também vários utilizadores da informação nos tinham referido a utilidade de poder consultar os dados com análises adicionais, como é o caso desta agora implementada, ou a análise por tipologias de entidades, por exemplo. Também esta análise está prevista quase desde o princípio do ranking NetScope, mas não foi ainda implementada. No caso, devido à necessidade de encontrar uma classificação consensual entre os operadores”.

O processo foi voluntário e na primeira vaga apenas a Cofina, Motorpress, RTP e Sapo aderiram. Os dados do NetScope, lembra Vítor Cabeça, “são propriedade dos operadores e não da Marktest”, o que faz com que “qualquer iniciativa, além de depender da respectiva exequibilidade e utilidade para o mercado, dependa também da adesão dos operadores que são medidos pelo NetScope”. Neste cenário, diz, “era natural que alguns operadores não aderissem, pelo menos na fase de arranque”, mas acredita que “a adesão irá aumentando”.

Na Cofina esta informação é encarada como “mais um indicador que poderá dar uma ideia melhor da dimensão de cada grupo”, afirma José Manuel Gomes, que ressalva que “seria útil depois haver uma separação de acordo com a origem de cada um dos grupos representado”. Mas nem todos os operadores ouvidos pelo M&P tiveram a mesma posição. Carlos Antunes fala de “uma teimosia da Marktest”. Para o director informático da Sociedade Vicra Desportiva, este ranking “não acrescenta nada de novo” tendo sido “publicado contra a vontade da grande maioria dos clientes representados no estudo”. Ao que parece no Público a iniciativa também não colheu receptividade. Pedro Ferreira classifica este ranking de “irrelevante no momento actual do mercado” e “um desviar estranho do foco que a Marktest devia manter no que realmente interessa a todos, meios e anunciantes: o SIM.net”. “Não fomos os únicos meios a questionar esta iniciativa pois, como se pode constatar, o ranking está suficientemente incompleto para se concluir que a decisão mais avisada seria a de não o lançar. Nesse sentido parece-nos ainda mais estranho que a Marktest tenha mesmo assim não só publicado o ranking como inclusive lhe tenha dado primazia”, comenta o coordenador geral de internet do Publico.pt.

Uma “informação sem qualquer relevância para um anunciante. Veremos que importância os anunciantes/agências lhe darão” é o comentário de Luís Miguel Fernandes, do Aeiou. “Pouco relevante” e “espelha muito pouco a realidade que pretende transmitir” foi como João Alves, director comercial do Iol, classificou esta iniciativa. Razões? Apenas os sites monitorizados contribuem para o ranking e, “não nos parece que este seja um dado particularmente importante para quem investe, uma vez que cada vez mais existe a tendência para as campanhas serem segmentadas por canais, em função dos perfis dos seus utilizadores e menos numa lógica de RON (Run On Network). Mais, mesmo para quem planeia em RON este ranking a nosso ver não tem utilidade, uma vez que os sites não estão agrupados pela respectiva representação comercial”.

“É importante que o mercado conheça a dimensão/quota de audiência de cada grupo de Media. Mas, para isso, é necessário que o ranking tenha todos os títulos de cada um dos grupos e que utilize como métrica de referência os utilizadores únicos”, comenta Nuno Ribeiro, afirmando que a “Controlinveste (assim como outros grupos), optou por não estar neste ranking porque não têm todos os títulos a serem monitorizados pelo NetScope”.

– Um novo estudo de audiências online?

A The Nielsen Company está a testar em Portugal com “alguns grupos de media uma das suas ferramentas de medição das audiências de internet, o Market Intelligence (MI)”, confirmou ao M&P Madga Bordonhos, consumer research consultant de online services da Nielsen em Portugal. Cofina, Controlinveste e Media Capital Multimédia são alguns dos grupos que já estão a testar os produtos da Nielsen. “Neste momento a MC já está a utilizar as ferramentas da Nielsen – Site Census (Site Centric) e Market Intelligence (Consumer Centric) – ao abrigo de um acordo com o grupo Prisa”, revela João Alves, director comercial do Iol. “Estamos a testar e a validar a qualidade da informação que conseguimos retirar de uma ferramenta como essa. A mesma é, contudo, diferente na forma de obtenção da informação, em relação ao que a Marktest se propôs a realizar. Poderá ter um papel complementar”, afirma por seu turno, José Manuel Gomes, director coordenador da área digital da Cofina Media.

A Sociedade Vicra Desportiva e a Impresa terão sido também abordados. Luís Miguel Fernandes, director-geral do Aeiou, admite esse contacto, mas assegura que “não há nenhuma decisão tomada sobre este assunto”. Na Sociedade Vicra Desportiva, Carlos Antunes, director informático afirma apenas que “é uma hipótese a ser levada em linha de conta”.

O MI ficará disponível para o mercado português “assim que os grupos de media derem o seu OK à informação que recolhemos dos seus sites e deste modo, autorizarem a Nielsen a tornar público as principais métricas dos seus sites”, afirma Madga Bordonhos, adiantando que já mostraram “alguns dos nossos serviços na área do online à CAEM”. Utilizado em mais de 20 mercados o MI combina “métricas recolhidas através de uma metodologia com base em ‘tags’ com dados socio-demográficos obtidos através de um questionário online”, podendo o output do estudo “ser utilizado em conjunto com o AdRelevance (ferramenta de monitorização da publicidade online – que já está disponível em Portugal), para análises diárias mais pormenorizadas de campanhas online locais”.

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8ª Avenida junta-se a Camaleaooo para recriar a Liga dos Campeões

O centro comercial, gerido e comercializado pela CBRE, junta-se ao conhecido criador de conteúdos nas redes sociais para consolidar a estratégia digital e de fidelização

O 8ª Avenida, centro comercial gerido e comercializado pela CBRE, dá mais um passo na consolidação da estratégia digital e de fidelização com o lançamento de um sistema de recompensas, a ‘Liga dos Pontos’.

Para dar a conhecer esta novidade, o 8ª Avenida junta-se ao conhecido criador de conteúdos nas redes sociais, Camaleaooo, para uma recriação da Liga dos Campeões.

A campanha do 8ª Avenida pretende transformar o clube de fidelização numa autêntica liga em que cada compra e cada visita ao centro comercial se tornam jogadas decisivas para acumular pontos e chegar ao topo das vantagens.

Esta nova funcionalidade é a materialização da estratégia global da Castellana Properties, que aposta numa transformação digital centrada na experiência do cliente e na criação de valor a longo prazo.

Este novo sistema vem reforçar a ligação entre o 8ª Avenida e os clientes, premiando a interação com benefícios reais e personalizados, através de uma experiência ‘gamificada’ que torna o processo de fidelização mais interativo. Através da APP, os utilizadores podem acumular pontos com ações simples do dia-a-dia — dentro ou fora do centro — e trocá-los por prémios, descontos, vantagens exclusivas ou participação em passatempos.

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Vendas da Temu e Shein caem com tarifas de Trump

As vendas nos Estados Unidos caíram drasticamente com o aumento de tarifas alfandegárias decretadas por Trump, no início de abril. A Shein regista uma queda de 23% e a Temu de 17%

As vendas da Temu e a Shein estão a cair drasticamente após o aumento das tarifas alfandegárias decretadas por Donald Trump. Na semana de 25 de abril a 1 de maio, as vendas da Shein caíram 23% e as da Temu 17%, de acordo com a análise de dados da Bloomberg Second Measure.

As duas gigantes ‘low cost’ da moda optaram por refletir os novos impostos no preço final dos produtos. Como consequência, o preço médio dos produtos da Shein, por exemplo, subiu entre 30% e 50%. Já os itens de beleza e saúde tiveram um aumento superior a 100%.

Recorde-se que Donald Trump assinou uma ordem executiva que eliminou a isenção “de minimis”, a partir de 2 de maio, para produtos oriundos da China e de Hong Kong, pondo fim ao procedimento que permite o envio de encomendas até 800 dólares (€709) sem cobrar taxas. A Europa também tem este modelo, mas aplicado a um teto de até €150.

Tarifas empurram investimento para a Europa

Com o futuro incerto nos Estados Unidos, a Shein e a Temu reduziram o investimento publicitário nos Estados Unidos e redirecionaram-no para a Europa, especialmente para o Reino Unido e França — embora essa estratégia possa durar pouco tempo, visto que os dois países estão a considerar aplicar medidas repressivas contra as importações ‘de minimis’.

Dados da plataforma económica Sensor Tower, divulgados pela agência Reuters, indicam que, em apenas um mês, a Shein reforçou o investimento publicitário em 35% no Reino Unido e França. Já a Temu aumentou as campanhas em França, em 40%, e no Reino Unido, em 20%.

A mesma plataforma indica que o investimento da Shein em redes como Facebook e Instagram nos Estados Unidos caiu 19%, entre 31 de março e 13 de abril, em comparação com dados do mês anterior. Já a Temu fez um corte ainda maior, reduzindo em 31% o investimento publicitário.
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Rebeca Venâncio assume comunicação e ‘public affairs’ do Grupo Brisa

“Era um objetivo profissional integrar uma grande organização nacional já consolidada, mas em contínua expansão, que tivesse uma aposta clara na internacionalização”, revela a nova diretora

Rebeca Venâncio (na foto) é a nova diretora de comunicação e ‘public affairs’ do Grupo Brisa, trocando a Microsoft, onde estava desde 2021, pelo grupo empresarial que gere plataformas e infraestruturas de mobilidade, para liderar uma equipa focada na comunicação e nas relações institucionais.

“Era um objetivo profissional integrar uma grande organização nacional já consolidada, mas em contínua expansão, que tivesse uma aposta clara na internacionalização e cuja atividade se centrasse também em pilares que contribuem para o desenvolvimento económico e social”, afirma Rebeca Venâncio, citada em comunicado de imprensa.

Licenciada em ciências da comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, a nova líder da comunicação do Grupo Brisa iniciou-se profissionalmente no jornalismo, tendo integrado as redações da SIC, da TVI e do Diário Económico, antes de dirigir o departamento de comunicação e relações Institucionais da Revolut em Portugal, cargo que desempenhava antes de ir para a Microsoft.

Com a contratação de Rebeca Venâncio, Franco Caruso, até aqui diretor de sustentabilidade e comunicação do Grupo Brisa, assume agora o cargo de diretor de sustentabilidade e comunidades, “no âmbito do reforço do compromisso da empresa com a governança ambiental, social e corporativa”, esclarece o documento.

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Feeders reforça aposta na internacionalização

A empresa portuguesa, com um portefólio na execução de stands corporativos e ‘major events’, está presente no maior evento de iGaming dos Estados Unidos com a criação de um projeto de ativação para a Betano

A Feeders, estúdio criativo de arquitetura especializado na criação de espaços para marcas, vai estar presente no maior evento de iGaming dos Estados Unidos (SBC Summit Americas), a decorrer entre 13 e 15 de maio na Flórida.

A empresa portuguesa, com um portefólio na execução de stands corporativos, ‘major events’, bem como ‘fit-out’ em retalho e escritórios, consolida presença internacional com a criação e conceção de um projeto de ativação para a Betano.

O espaço da marca de apostas desportivas online contará com 81 m2 e servirá como espaço de ‘network’ entre a marca, parceiros e clientes. A Feeders, segundo o comunicado de imprensa, “criou um ambiente que fortalece a conexão tanto dos membros da marca como dos utilizadores, transmitindo através da arquitetura a identidade única da marca”.

Este projeto conta ainda com a intervenção da Digital Decor, empresa portuguesa especializada em produção gráfica e implementação de imagem, parceira da Feeders para este projeto.

“Este passo marca o início do nosso processo de internacionalização e contribuirá para concretizar contatos já estabelecidos neste mercado, que agora necessitam de personalização através da presença física da nossa equipa. Trata-se também de uma forma de demonstrar o impacto que geramos para as marcas, uma vez que teremos um espaço desenhado e imaginado por nós na conferência, visível a todos os potenciais clientes”, afirma Joaquim Silva, ‘partner’ da Feeders.

A SBC Summit Americas reúne mais de 10 mil profissionais do setor e acolhe mais de 400 expositores e patrocinadores, afirmando-se como uma das maiores conferências de negócios para as indústrias de apostas desportivas e iGaming dos Estados Unidos.

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87% das marcas têm aversão ao risco

Estudo do Cannes Lions revela que só 13% dos anunciantes está aberto a campanhas publicitárias que desafiem a criatividade, com 51% a assumirem incapacidade para gerar ‘insights’ fortes

Os anunciantes estão com mais medo de arriscar. Segundo o estudo ‘State of Creativity 2025: A Call For Confidence’ (na foto), divulgado pelo Cannes Lions, 87% das marcas têm aversão ao risco, sendo que apenas 13% estão abertas a campanhas publicitárias que rompam com os padrões convencionais e desafiem os limites da criatividade.

“Os resultados da pesquisa mostram que, em grande parte devido à falta de ‘insights’ sólidos e de relevância cultural, estamos a ver menos anunciantes a assumir riscos criativos, com muitos a ficarem-se pelos limites tradicionais e a não irem além das convenções, das barreiras que condicionam a confiança criativa e as impedem de gerar melhores resultados comerciais a longo prazo”, revela Patrick Jeffrey, vice-presidente do Lions Advisory, citado no estudo.

De acordo com a análise, que tem por base as respostas de mil ‘marketers’ e criativos de todo o mundo a um inquérito promovido entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, 51% das marcas assumem a incapacidade de conseguir gerar ‘insights’ suficientemente fortes para potenciarem a criatividade das campanhas. Apenas 13% consideram que os que apresentam às agências criativas têm força suficiente para originar anúncios que se destaquem pelo lado criativo.

“A investigação mostra que a aversão ao risco está a atrapalhar as empresas, com 29% das marcas a admitirem ser altamente avessas ao risco”, refere o documento. Além da falta de compreensão e clareza sobre o que constitui um ‘insight’ de boa qualidade, o estudo refere que o tempo alocado para o desenvolvimento de ‘briefings’ mais pormenorizados “tende a ser insuficiente”, até porque essa tarefa “não é considerada das mais prioritárias”.

“No entanto, as marcas que assumem riscos geram margens de lucro quatro vezes superiores, de acordo com pesquisas do World Advertising Research Center (WARC) e da Kantar, e, como relata a Deloitte, as que revelam maior propensão para assumir riscos criativos têm 33% mais probabilidades de ver um crescimento de receitas a longo prazo”, salienta o estudo, que já vai na quinta edição anual.

57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências

A análise do Cannes Lions defende que, quanto mais forte for a relação entre anunciantes e agências criativas, maior será a capacidade das marcas de desenvolverem ‘insights’ com uma qualidade superior. “Tanto as equipas como os métodos devem ser pluralistas para evitarem preferências pessoais em detrimento da compreensão do consumidor, sendo que o uso de inteligência artificial (IA) e de dados sintéticos pode aumentar a eficiência e reduzir enviesamentos e limitações”, recomenda o estudo.

O inquérito internacional revela ainda que 57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências e adaptar-se à conjuntura cultural. “O relatório mostra uma correlação positiva entre a capacidade e a perceção dos anunciantes para reagirem a mudanças culturais face à aversão ao risco, com apenas 12% a considerarem que o fazem de uma forma que pode ser considerada excelente”, refere a análise.

“Os desafios que limitam uma maior agilidade cultural prendem-se com as muitas fases que costumam marcar os processos de aprovação, além dos recursos e investimentos limitados e das dificuldades em conseguir alinhar os ‘insights’ das marcas com as tendências culturais. As empresas são aconselhadas a construir estruturas que permitam ações rápidas e estratégicas. As marcas que assumem riscos e que se distinguem criativamente são mais bem sucedidas”, garante o relatório.

“O inquérito deste ano mostra também que os anunciantes estão a migrar cada vez mais para planeamentos de curto prazo, com a percentagem dos que o fazem a aumentar de 53% em 2023 para 63% em 2025”, revela o estudo.

O relatório recomenda aos anunciantes o reforço do investimento na formação. “À medida que as equipas melhoram as suas capacidades, aumenta também o apetite por trabalhos maiores e mais ousados”, assegura Patrick Jeffrey.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Justiça quer venda forçada de produtos de tecnologia publicitária da Google

“A Google deve ser obrigada a vender a bolsa de anúncios, a AdX, seguida de uma alienação faseada do serviço que ajuda as páginas web a vender anúncios publicitários”, escreve o Departamento de Justiça, num processo judicial

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos exige que a Google venda duas das plataformas que ajudam os anunciantes e as páginas web a comprar e vender publicidade online, após a justiça americana ter considerado que a gigante tecnológica violou as leis da concorrência ao construir um império no mercado da tecnologia de publicidade online.

“A Google deve ser obrigada a vender imediatamente a bolsa de anúncios, a AdX, seguida de uma alienação faseada do serviço que ajuda as páginas web a vender anúncios publicitários, conhecido como servidor de anúncios para editores”, escreve o Departamento de Justiça, num processo judicial apresentado a 5 de maio.

“É necessário um conjunto abrangente de soluções, incluindo a alienação dos monopólios obtidos ilegalmente pela Google e dos produtos que foram os principais instrumentos do esquema ilegal da empresa”, acrescenta ainda o Departamento de Justiça no processo.

A Google, por seu lado, propõe o funcionamento da bolsa de anúncios com a tecnologia rival e a instalação de um sistema de monitorização para garantir a conformidade durante os próximos três anos. A empresa afirma que a proposta atenuaria qualquer alegado dano e que uma alienação como a proposta pelo governo não deve estar disponível como solução neste tipo de caso.

Leonie Brinkema, juíza federal do distrito da Virgínia, marca uma audiência para setembro, para ouvir os argumentos do Departamento de Justiça e da Google sobre o plano de sanções proposto. Em abril, a juíza determina que a Google monopolizou ilegalmente os mercados de servidores de anúncios de editores e o mercado de bolsas de anúncios que intermedeiam compradores e vendedores.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Hollywood em choque com tarifas de Trump sobre o cinema

Apesar da Casa Branca não ter explicado como pretende executar a cobrança fiscal sobre os filmes produzidos fora do país, o anúncio leva à queda nas ações de estúdios como Netflix, Disney e Paramount

Hollywood reage com ceticismo ao anúncio do presidente Donald Trump de impor tarifas de 100% a filmes produzidos fora dos Estados Unidos, uma medida que especialistas da indústria consideram contraproducente.

“Não faz nenhum sentido”, diz Jonathan Handel, advogado do setor de entretenimento, à agência France-Presse. “Se uma cena de ação envolve o Tom Cruise a subir à Torre Eiffel, o que deveríamos fazer? Filmar na réplica da Torre Eiffel em Las Vegas?”, questiona Handel, que explica que filmes como a “Missão Impossível” são rodados fora dos Estados Unidos por razões artísticas.

Numa mensagem na rede Truth Social, Trump pediu ao Departamento de Comércio para “iniciar o processo de instituir uma tarifa de 100% a qualquer filme que chegue ao nosso país e que tenha sido produzido no exterior”. O objetivo, segundo o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, é “salvaguardar a segurança nacional e económica do país”, visando “tornar Hollywood grande novamente”.

Apesar da Casa Branca não ter explicado como pretende executar a cobrança fiscal sobre produções que muitas vezes são filmadas digitalmente e transferidas online ou por unidades de memória, a intenção leva à queda nas ações de estúdios como Netflix, Disney e Paramount.

Trump culpa o governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, por permitir que outros países atraiam produções de Hollywood. “Outras nações estão a oferecer todo o tipo de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos”, acrescenta. Trump disse que este é um “esforço concertado” que representa “uma ameaça para a segurança nacional” norte-americana.

Netflix anuncia investimento no México

A verdade é que a indústria foi afetada pela pandemia e, depois, pelas greves de argumentistas e atores que, em 2023, paralisaram todas as produções. Atraídas por incentivos fiscais, ofertas económicas e razões criativas, muitas produções migraram para outros países.

Em 2024, as receitas do ‘box office doméstico’ (que incluem Estados Unidos e Canadá) atingiram os 8,5 mil milhões de dólares (€ 7,48 milhões) uma quebra face aos 8,9 mil milhões de dólares (€7,83 milhões) do ano anterior.

Contudo, estes valores ficam longe dos 11,3 mil milhões de dólares (€9,94 milhões) atingidos em 2019 e também dos 11,8 mil milhões de dólares (€10,38 milhões) de 2018, e que representam um máximo para o box office norte-americano e canadiano, conforme indicam os dados da Statisca.

Dados que explicam a intenção do presidente norte-americano, Donald Trump, de avançar com as tarifas. Este ano, também a Netflix anuncia no México um investimento de mil milhões de dólares (€880 milhões) para desenvolver filmes e programas de televisão ao longo de quatro anos.

A Casa Branca afirma que está a tomar “decisões definitivas relativamente às tarifas sobre filmes estrangeiros”, mas que procura um consenso enquadrado nas orientações de Donald Trump. O Presidente norte-americano também manifesta a intenção de se reunir com representantes da indústria como parte dos esforços para restaurar a atratividade de Hollywood para a produção cinematográfica e impedir a migração de empresas de produção.

“É chocante e não é uma boa situação. Por isso, vamos reunir-nos com o setor. Quero ter a certeza de que estão satisfeitos, porque nos preocupamos com o emprego. É muito importante. É uma grande indústria, mas está a ser muito negligenciada agora”, disse Trump.

A China anuncia no início de abril que vai reduzir “de forma moderada” o número de filmes dos Estados Unidos exibidos oficialmente em território chinês, como uma das respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Como Pequim utiliza um sistema de quotas para limitar o número de filmes estrangeiros exibidos oficialmente nas salas de cinema, uma redução do acesso a este mercado, o segundo maior do mundo a seguir aos Estados Unidos para o cinema, pode afetar as receitas dos estúdios de Hollywood.

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Trump admite nova extensão de prazo para venda do TikTok

Em entrevista ao programa ‘Meet the Press with Kristen Welker’, Donald Trump revela que está aberto à possibilidade de conceder um terceiro adiamento, caso o acordo não seja fechado até 19 de junho

O futuro do TikTok nos Estados Unidos continua envolto em incerteza. Depois de adiar, por duas vezes, o prazo para a chinesa ByteDance alienar os ativos norte-americanos do TikTok, Donald Trump revela que está aberto à possibilidade de conceder um terceiro adiamento, caso o acordo não seja fechado até 19 de junho.

Durante uma entrevista ao programa ‘Meet the Press with Kristen Welker’, da NBC News, Donald Trump mostra-se disposto a conceder uma nova extensão à empresa para que a plataforma de vídeos curtos, utilizada por 170 milhões de norte-americanos, continue ativa no país.

“Eu gostaria de ver isso feito”, afirma o presidente dos Estados Unidos, assumindo nutrir “um certo carinho” pela rede social, até porque reconhece que esta o ajudou a conquistar eleitores mais jovens nas presidenciais de 2024. “O TikTok é muito interessante, mas será protegido”, conclui.

Segundo os media americanos, a corrida para adquirir a aplicação está a ser liderada pela Amazon, Oracle e pelo fundador da OnlyFans, Tim Stokely.

A continuidade das operações do TikTok nos Estados Unidos depende, assim, da concretização de um acordo de venda que satisfaça as exigências da legislação americana, nomeadamente a transferência do controlo para as entidades norte-americanas. A declaração de Trump sugere flexibilidade quanto ao prazo, mas a necessidade de encontrar uma solução definitiva permanece.

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Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor FOTO MARJORIE LE GALL
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“Sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade não aparece”

Apesar de trabalhar como modelo e ator, é na criação de conteúdos para redes sociais que está o foco de Francisco Faria (na foto), que muda-se para Madrid para estar num ponto central na Europa, revela na rubrica do M&P De Portugal Para o Mundo

Catarina Nunes

A solidificar a carreira como criador de conteúdos digitais para marcas de luxo, Francisco Faria encontra em Madrid a base ideal para se instalar, por estar a uma hora de Portugal e de outros países onde trabalha, também como modelo.

O vencedor do concurso Model Tour 2013 tem no portefólio desfiles para a Dolce&Gabbana, na ModaLisboa e no Portugal Fashion, de par com editoriais, ‘lookbooks’ e campanhas publicitárias para marcas como Dsquared2, Barbour, Farfetch e Browns Fashion, entre outras.
Em 2024 estreia-se no cinema como ator, no filme ‘Chuva de Verão’, realizado por António Mantas Moura.

É com perfecionismo que agarra as oportunidades que a vida lhe dá e que o levam a ser também o fundador de duas marcas: a Blue Avenue (calções de banho para homem) e a Hurricane Lab (chapéus de ‘cowboy’ feitos em Portugal), que está à venda em cerca de 20 lojas a nível mundial.

Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no Tik Tok, Francisco Faria cria conteúdos para marcas de luxo FOTO ORLANDO GONÇALVES

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor. “Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade, simplesmente, não aparece no momento em que preciso”, explica, acrescentando que “no fim, dá sempre certo”.
Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no TikTok, diz que “hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais”.

Trabalhar fora de Portugal é uma ambição concretizada ou há alguma circunstância que determina a saída?
Sempre tive um pé dentro e outro pé fora do país: nos últimos anos estive a viajar todas as semanas, maioritariamente para Milão, Paris ou Madrid, e surgiu a necessidade de me mudar para um ponto mais central na Europa. Madrid é perfeita para isso. Estou a uma hora de voo de Portugal e de outros mercados onde trabalho.
Além disso, sou muito feliz em Madrid e esta mudança está a fazer todo o sentido. Primeiramente, porque tenho a sorte de ter grandes
amigos cá, que me fazem sentir em casa. A cidade é muito confortável e a cultura é parecida com a nossa, não estranho nada e, profissionalmente, há mais oportunidades na minha área. É uma mudança leve, muito normal.

Quais são as diferenças entre trabalhar em Lisboa e em Madrid?
Em Madrid há mais oportunidades, o mercado é maior. Há mais concorrência também, mas sinto que há espaço para todos. Trabalho nesta área há uns anos e em Lisboa, na área da moda principalmente, não havia muito mais que pudesse conquistar.

Quais são os projetos mais recentes que tem entre mãos?
Divido-me em projetos distintos, mas todos interligados. Tenho duas marcas, das quais orgulho-me muito, a Hurricane, que é uma marca de chapéus feitos à mão em Portugal, com lã natural e biodegradável. E a Blue Avenue, com fatos de banho para homem, também fabricados em Portugal. Enquanto ‘talent’, trabalho como modelo, ator e criador de conteúdos digitais, sendo que as redes sociais são neste momento o meu maior foco, pelo retorno e experiências que me têm trazido.

A trabalhar a partir de Madrid, quais são as mais-valias e os obstáculos de ser português?
Em comparação com outras pessoas que também vêm de fora para Madrid, o ser português aproxima-me mais das pessoas, quer pela cultura como pela língua. Falamos alto como os espanhóis – temos a mesma energia – e mais facilmente entendemos e falamos espanhol do que alguém do Norte da Europa, por exemplo. Senti-me sempre muito bem recebido.

Quais são os desafios, enquanto criador de conteúdos digitais num mercado muito maior do que Portugal?
O facto de haver mais trabalho, concorrência e fluxo gera também mais pressão. Às vezes tenho síndrome do impostor e sinto que o grau de exigência nos conteúdos subiu muito. Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade simplesmente não aparece, no momento em que preciso. Sou um perfeccionista e tento fazer sempre o mais premium possível, o que nem sempre ajuda. Mas a verdade é que, no fim, dá sempre certo.

As redes sociais são o maior foco de Francisco Faria, pelo retorno e experiências que lhe têm trazido FOTO RENATA LESSA

Qual é o momento que o mercado espanhol atravessa, em termos da procura de marcas internacionais?
Madrid neste momento é um ‘hot spot’ na Europa. Está muito ‘trendy’ e nos últimos anos cresceu muito. Creio que com as complicações que houve em Barcelona, as coisas começaram a acontecer mais aqui. As empresas investiram mais em Madrid e estão a abrir constantemente novos restaurantes, hotéis e ‘cool spots’ como o Soho House.

É um fenómeno semelhante a Lisboa. Quando saio à rua, vejo sempre algo novo, seja uma ‘coffee shop’, uma galeria de arte ou uma loja, o que é refrescante e um reflexo do crescimento da cidade. As marcas internacionais também sentem este movimento aqui, por isso há mais investimento, eventos e ativações todas as semanas, mais até do que em Milão, por exemplo.

Como é que está a evoluir o número de seguidores e de interações que tem nas redes sociais?
Hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais, mas felizmente os meus números estão a aumentar de forma orgânica e esta mudança ajuda muito.

Madrid funciona também como rampa de lançamento enquanto ator, depois da estreia no cinema em 2024, com o filme ‘Chuva de Verão’?
Acredito que sim, se houver oportunidade para isso. Tenho tido aulas, de representação e de sotaque, e em fevereiro comecei a ter aulas de espanhol. Preciso de evoluir mais, para poder ter projetos de representação em Espanha, mas estou a trabalhar para isso.

Qual é a experiência profissional em Madrid mais marcante, negativa ou positiva?
Estando neste mercado há mais de dez anos consigo tirar sempre alguma coisa de positivo das experiências que acontecem, seja a nível profissional ou até pessoal. Se dermos tempo e – como se costuma dizer – virmos a situação de fora, conseguimos sempre tirar uma aprendizagem. ‘In the end, this is all about the people’. Fora isso, há coisas positivas e negativas em ambos os mercados, há sempre o outro lado da moeda.

Os aspetos positivos e negativos em Espanha e Portugal são os mesmos?
O mercado espanhol é maior, por isso tem a seu favor uma quantidade de atrativos como os orçamentos, a internacionalização e uma economia que ecoa mais, mas a concorrência é enorme.
Em Portugal, sendo mais pequeno, ficamos um pouco mais condicionados, mas reconheço um potencial gigante, nomeadamente em termos de manufatura. A minha marca de chapéus, a Hurricane Lab, por exemplo, é feita 100% em Portugal, pois os nossos materiais são dos melhores. Os outros países reconhecem essa qualidade e já não somos um país tão desconhecido como podemos achar.

Pensa regressar a Portugal?
Sim, o bom filho a casa regressa. Amo Portugal, é o melhor país do mundo, e sou muito ligado à família e aos amigos. Mas neste momento faz mais sentido, profissionalmente e estrategicamente, estar por cá, porque estou focado na minha carreira.
Tenho de aproveitar as oportunidades que a vida me está a dar e voar. Quem sabe se essas oportunidades não irão passar por Portugal. Se surgir um projeto, não descarto a ideia de voltar.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Grupo Rodilla adquire 100% da A Padaria Portuguesa

“O grupo Rodilla irá implementar um plano de crescimento para a cadeia portuguesa, com o objetivo de reforçar o seu caráter português e impulsionar a sua expansão internacional”, refere o comunicado sobre a aquisição, que marca a estreia em Portugal do grupo espanhol

O grupo de restauração espanhol Rodilla é o novo dono de 100% do capital da cadeia A Padaria Portuguesa, que tem 84 lojas e duas fábricas, avança o comunicado enviado à Lusa e citado na imprensa nacional.

Este negócio, que ainda está sujeito à aprovação da Autoridade da Concorrência (AdC), marca a estreia em Portugal do grupo espanhol, que inicia a internacionalização em 2019, com a entrada em Miami.

“O grupo Rodilla irá implementar um plano de crescimento para a cadeia portuguesa, com o objetivo de reforçar o seu caráter português e impulsionar a sua expansão internacional”, refere o comunicado que anuncia o negócio e a entrada em Portugal do grupo espanhol, que tem cerca de 300 pontos de venda com as marcas Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica.

Depois da aprovação da AdC, o grupo pretende concentrar-se em assegurar um período de transição cuidado, mantendo o foco na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa. O grupo Rodilla é criado em 1939, quando Antonio Rodilla abre uma confeitaria em Madrid. Desde 2015, é detido a 100% pelo grupo cervejeiro Damm, que tem a marca Estrella Damm.

A cadeia de pastelarias A Padaria Portuguesa é fundada há 15 anos por Nuno Carvalho, emprega cerca de mil trabalhadores e conta com 84 lojas na Grande Lisboa e no Grande Porto e duas fábricas, em Lisboa e no Porto.

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