Portugueses não confiam no Governo, na banca e na comunicação social
No grupo de instituições em que os portugueses mais confiam as ONG surgem no primeiro lugar, com 52%, enquanto o Governo cai no último lugar (27%), seguido de perto pela comunicação social (32%) e pelas empresas (34%)
Pedro Durães
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No grupo de instituições em que os portugueses mais confiam as ONG surgem no primeiro lugar, com 52%, enquanto o Governo cai no último lugar (27%), seguido de perto pela comunicação social (32%) e pelas empresas (34%). As conclusões, que se inserem num conjunto que revela Portugal como o país com menos confiança face à média europeia, são do estudo Edelman Trust Barometer, que se realiza há dez anos e inclui pela primeira vez Portugal numa parceria entre o grupo GCI e a Ipsos Apeme.
De acordo com o estudo, a falta de confiança generalizada dos portugueses é apenas comparável à da Irlanda. No área empresarial, são as empresas dos sectores das tecnologias de informação, energia e alimentar que recolhem mais confiança junto dos portugueses. No fundo da lista surgem as empresas do sector financeiro (banca com 34% e seguradoras com 30%) e a comunicação social, que tem a confiança de apenas 29% dos inquiridos. Os portugueses confiam mais nas informações divulgadas pelas empresas, como comunicados de imprensa e relatórios (52%), do que os outros países europeus (média de 29%).
Segundo a origem, os portugueses confiam mais nas multinacionais da Suécia (62%) Japão (61%) e Alemanha (61%), sendo que no fim da lista estão as multinacionais do Brasil (17%), Índia (16%) e Rússia (12%). Os inquiridos manifestam ainda maior confiança nas multinacionais espanholas (39%) do que nas portuguesas (35%).
No campo das fontes de informação, o estudo revela que a fonte de informação preferida os portugueses são “pessoas como nós” (74%), um número que contrasta com a média europeia (48%). Também a confiança nos motores de pesquisa online (56%) surge acima da média europeia (32%). Ao nível de fontes de informação na comunicação social, os artigos das publicações económicas merecem a confiança da maioria dos inquiridos (55%) que, no entanto, confiam menos nas rádios (46%), nas televisões (37%) e nos artigos dos jornais generalistas (33%). Mas por comparação com a média europeia, Portugal revela mesmo assim uma maior confiança nos artigos produzidos pelos meios de comunicação social.
O Edelman Trust Barometer realiza-se há dez anos em vários países do mundo, por iniciativa da Edelman, grupo de comunicação do qual o grupo GCI é afiliado, e procura aferir a confiança nas ONG, Governos, empresas e media dos principais líderes de opinião, com uma amostra de 203 entrevistados em Portugal, composta por consumidores entre os 25 e os 64 anos, licenciados, informados e com rendimentos mais elevados.