WAN: I prepara rede social própria para o próximo ano
O I está a preparar o lançamento de uma rede social própria para o “primeiro trimestre do próximo ano”, avançou ao M&P, Martim Avillez Figueiredo, ontem à margem da apresentação […]
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O I está a preparar o lançamento de uma rede social própria para o “primeiro trimestre do próximo ano”, avançou ao M&P, Martim Avillez Figueiredo, ontem à margem da apresentação The Power of Print, inserida no congresso mundial da WAN-IFRA, a decorrer desde o início da semana em Hyderabd, Índia. O projecto que, diz, estava “pensado desde o dia 1” está a ser trabalhado pela empresa de Leandro Armas, da argentina 2AlCubo, parceiro tecnológico para o online do jornal da Lena Comunicação. O responsável preferiu para já não adiantar mais detalhes sobre este projecto, a começar pelo nome que o mesmo irá assumir.
A estratégia do I para criar uma “marca de media” foi o teor da apresentação de ontem do director do diário, “Estamos a criar uma marca de media e precisamos desesperadamente da edição em papel para fazer isso”, afirmava. I, como síntese, de inovação, “uma forma diferente de fazermos as coisas”, levou a que, dado o ambiente recessivo, tivessem apostado num modelo de negócio de forte contenção de custos (“temos metade da redacção de outros jornais”), com outsourcing de muitos conteúdos, sem edição de domingo, com uma área de conferências, uma operação online (com presença em redes sociais como o Facebook, Flickr, Twitter ou YouTube) e com produtos editoriais distintos com os nossos anunciantes, como patrocínios.
A combinação de conteúdos editoriais e patrocínios, levantou na plateia a questão da separação entre a redacção e a área comercial, questionando-se o responsável sobre se isso não colocaria em causa a independência editorial do título. Esses conteúdos, explica Martim Avillez Figueiredo, são produzidos por uma equipa de projectos especiais, sendo que os mesmos são “conteúdos de que os leitores do I gostam”, recorrendo-se muito à ilustração. Os mesmos são assinalados com o selo Powered by. Em termos de oferta comercial aos anunciantes o responsável destaca ainda o facto do formato do I permitir “o corte do anúncio no topo da página”, assemelhando-se mais a uma revista.
A resistência do mercado indiano e australiano
E para discutir o poder da imprensa nada como trazer ao debate dois países onde as taxas de crescimento deste meio mostram, dado o actual clima, uma surpreendente resiliência: a Índia e Austrália. Com 4 milhões de cópias, 23 edições locais por toda a Índia, o The Times of India é um exemplo quase paradigmático da saúde que a imprensa aparenta estar a viver no país. Preços de capa baixos, uma distribuição onde 95% da cópias são entregues em casa, com um pagamento único mensal, são, no entender de Ravi Dhariwal, CEO da área de pusblishing da Bennet, Coleman & Co. (Times Group), algumas das razões que explicam essa pujança. Esses factores, mas também o foco no leitor e nos seus interesses, já que para o título “os interesses do indivíduo estão acima da nação”. Contudo, o jornal além de apostar em fortes campanhas de promoção, lidera projectos de causas, como o programa Teach India, onde os leitores do jornal despendem parte do seu tempo nas escolas junto das crianças, ou o Find a Leader, para receber ‘candidaturas’ para futuros líderes do país.
Com crescimentos dos níveis de literacia e da população, Ravi Dhariwal considera que “o futuro da imprensa é muito luminoso”, pelo menos na Índia.
E, ao que parece, a avaliar pelo testemunho de Mark Hollands, também o caso da Austrália. Uma resistência que tem “muito de geografia e muito de demografia” considera o CEO da Newspaper Publishers Association. “É um país estranho. Basicamente somos um deserto com algumas pessoas a viver à sua volta junto à praia”, afirma, referindo que o mesmo se reduz a cinco ou seis cidades capitais. Esse facto faz com que os títulos tenham um maior reach do que noutros mercados, logo “os anúncios têm um maior impacto”, tendo neste contexto recessivo mantido níveis de circulação relativamente estáveis. Neste ambiente, os media apostaram fortemente na promoção dos seus conteúdos editoriais e na construção da marca, tendo também investido na melhoria da qualidade de impressão do produto. “Estamos a fazer bons números na internet, mas continuamos a investir nas edições em papel”. Uma tendência neste mercado, explica o responsável da associação de editores, foi o outsourcing da produção de alguns conteúdos, como informação sobre televisão ou corridas, e o que chama de outshoring é algo que parece estar a emergir. Um fenómeno ao qual Mark Dammond revela algumas reticências no que se refere a conteúdos editoriais. É que remeter a produção de conteúdos para países que não mantenham uma proximidade cultural tem os seus riscos. “Mas a verdade é que dissemos o mesmo em relação às tecnologias de informação e é o que se vê”, diz.
O M&P viajou a convite do I