Nuno Vasconcellos na presidência da Media Capital
Um dia depois de conhecidos os resultados das legislativas em Portugal a Prisa anunciou ter chegado a um acordo de princípio com a Ongoing Strategy Investments para a venda de 35% da Media Capital.
Ana Marcela
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Um dia depois de conhecidos os resultados das legislativas em Portugal a Prisa anunciou ter chegado a um acordo de princípio com a Ongoing Strategy Investments para a venda de 35% da Media Capital. 157,5 milhões de euros é quanto poderá representar a entrada do grupo de Nuno Vasconcellos na empresa proprietária da TVI, valorizada em 450 milhões de euros.
A Prisa mantém o controlo e a gestão da Media Capital, através de uma “representação maioritária no conselho de administração”, mas conta com “a participação e colaboração da Ongoing”. Nuno Vasconcellos vai assumir a presidência da Media Capital, permanecendo Bernardo Bairrão como administrador delegado e “primeiro executivo da holding”, sendo ambos designados pela Prisa.
O anúncio concretiza um negócio há muito dado como certo no mercado e representa “uma aliança de grande valor estratégico para a Prisa e que se enquadra nos planos anunciados da empresa de novos sócios que tragam capital, tecnologia e novos mercados ao grupo”, justifica a empresa em comunicado.
A concretização do acordo aguarda o parecer positivo da Autoridade da Concorrência e da CMVM, que poderá determinar a obrigatoriedade de uma Oferta Pública de Aquisição sobre as acções da Media Capital.
Com a entrada da Ongoing na Media Capital coloca-se em cima da mesa a continuidade do grupo proprietário da Económica na Impresa, holding na qual detém mais de 20%. Uma dupla presença em grupos de media concorrentes que Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, classificou como geradora de um potencial “conflito de interesses”.
Ao que o M&P apurou Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, presidente e vice-presidente da Ongoing, terão apresentado ontem a demissão, com efeitos imediatos, dos cargos que detinham no grupo Impresa. Vasconcellos, recorde-se, era membro do conselho de administração e Mora vogal do conselho de vencimentos do grupo de Pinto Balsemão. Contactada pelo M&P fonte oficial da Impresa escusou-se a comentar esta informação, bem como uma eventual saída da Ongoing do grupo, assim como eventuais novos parceiros que venham no futuro a assumir essa participação. António Parente, proprietário da Madre SGPS (dona da SP Televisão), accionista da Impresa com 3,32% (até Julho), e a Newshold, empresa angolana proprietária do semanário Sol, são alguns dos nomes mais falados no mercado para esta compra.
O anúncio do acordo no mercado português com a Ongoing surge no mesmo dia em que a Prisa comunicou outro princípio de acordo com o DLJ South American Partners para a venda de 25% da Santillana, e que poderá significar um encaixe de 247,5 milhões de euros. O fundo de investimento participado pelo Credit Suisse, valoriza o Grupo Santillana em 1.450 milhões de dólares (990 milhões de euros). A operação “enquadra-se nos planos estratégicos da Prisa para incorporar capital, tecnologia e conhecimento a suas unidades de negócio e para a Santillana supõe a entrada de um novo sócio para o desenvolvimento de actividades complementares na Latino América, especialmente no Brasil e México”, justifica a empresa em comunicado.
A venda de uma participação da editora de livros do grupo Prisa, que em Portugal detém as editoras Constância e Objectiva, estava a decorrer há já alguns meses. Em Maio notícias davam conta que o grupo espanhol estaria a negociar com o grupo Pearson, mas a vontade da holding proprietária do Financial Times e da Penguin de obter uma participação maioritária terá posto fim às negociações.
Os dois acordos surgem numa altura em que, segundo noticiava a imprensa espanhola, a Prisa deveria até meados de Outubro injectar 300 milhões de euros para fazer face à dívida contraída com a OPA da Sogecable. A dívida total do grupo espanhol cifra-se em 5,5 mil milhões de euros.
* Com Carla Borges Ferreira