Oito tendências globais para 2009
A crise vai marcar a atitude dos consumidores e das marcas no próximo ano. Conheça algumas tendências globais que estão a surgir no marketing, no branding e na publicidade… 1. […]
Filipe Pacheco
EDP reforça benefícios dos painéis solares na primeira campanha criada pela Nossa (com vídeo)
Só 41% dos consumidores é que optam por marcas sustentáveis
“Gosto de ser desafiado e de levar o meu trabalho para além daquilo que eu próprio acho possível”
YouTube tem novas categorias de anúncios no Shorts
News Now tem luz verde da ERC. Novo canal informativo da Medialivre cria 58 postos de trabalho
Prémios de Marketing M&P’23: ‘É uma menina’ vence Grande Prémio, Dentsu Creative é Agência Criativa do Ano, Mindshare é Agência de Meios do Ano e António Fuzeta da Ponte é Marketeer do Ano
LinkedIn testa feed de vídeos de curta duração (com vídeo)
Ana Calheiros Lobo assume direção de marketing, comércio eletrónico e cliente da MO
DAZN renova com La Liga por mais cinco anos em Portugal e Itália (com vídeo)
Teresa Mota é a nova diretora de informação da Bauer Media
A crise vai marcar a atitude dos consumidores e das marcas no próximo ano. Conheça algumas tendências globais que estão a surgir no marketing, no branding e na publicidade…
1. Alteração dos padrões de consumo
Palavra incontornável para 2009: crise. Vocábulo que já não é estranho, mas que se entranhou, em definitivo, no léxico dos portugueses. Mas fazendo um breve percurso pelas tendências que, a nível global, marcarão o próximo ano, a ideia sai ainda mais reforçada. É que todas elas, com honrosas excepções, têm como base de projecção a estagnação que atravessa, na actualidade, a economia mundial. Segundo o relatório da JWT 10 Trends to 2009, as implicações são óbvias: diminuição do consumo privado e a reformulação dos estilos de vida.
Nas áreas da alimentação e das bebidas, a tendência dominante será a procura de amostras de produtos e de ofertas especiais, sendo a redução de idas a restaurantes outra das opções dos consumidores. Na indústria farmacêutica, a corrida aos genéricos será outro indicador deste impulso para a poupança. Já na moda, o barato passará a ser chic e o entretenimento fora de casa passará a ser preterido pelo consumo de videojogos, livros e DVD. A título de exemplo, segundo o estudo da JWT, os norte-americanos vão preferir opções de tempos livres que apresentem uma boa relação custo/benefício.
2. O boom do comércio online
A recessão económica conduzirá a um incremento do comércio online em 2009. Os consumidores irão aumentar aí as suas compras à procura de ofertas e promoções, especialmente através de sites de leilões e de classificados. A nível internacional, o Craigslist, o Gum Tree, o eBay e muitos outros assistirão a um aumento exponencial do seu tráfego. Segundo o site Strangecorp.com, os retalhistas terão, assim, de apresentar uma oferta competitiva de produtos, de modo a cativar utilizadores para os websites. O modelo de negócio das empresas online passará, assim, a assentar em estratégias de marketing que englobam ofertas e promoções de produtos. Estes incentivos permitirão fidelizar clientes e incrementar, de modo significativo, as vendas.
3. Os produtos miniatura
Pense-se em algo “pequeno por fora, grande por dentro”, e surgirá um Citröen C3 Picasso. Este conceito, diz a JWT, sairá reforçado em 2009, com o aparecimento no mercado de uma série de modelos automóveis de dimensões reduzidas. Uma tendência realçada por um estudo da Ford, que aponta, para 2012, vendas globais de 32 milhões de utilitários com estas características. A segunda geração do modelo citadino Ka, da Ford, a ser lançada no início do próximo ano, é apontada como um exemplo da aproximação da marca norte-americana a uma filosofia que pretende oferecer o mesmo conforto, segurança e sofisticação dos modelos tradicionais. Isto, ao mesmo tempo que as empresas começarão a apostar, em definitivo, na utilização de energias alternativas nos automóveis. É que, a acreditar em Steve McMains, que escreveu um artigo para o Ideiamarketers.com, os consumidores começam a assimilar, em definitivo, este conceito e a necessidade de colocá-lo em prática. Mas a indústria automóvel não é a única a seguir a tendência. No segmento dos detergentes, a redução do peso e dimensão das embalagens de marcas da Unilever, consagra a figura miniaturizada dos produtos, que será estendida às marcas ligadas à tecnologia e, até mesmo, aos pontos de venda.
4. Atributos de nicho
Que as marcas estão mais próximas dos consumidores, não é novidade. Essa preocupação é notória na publicidade, onde é exigido que as mensagens se adaptem a grupos de clientes com necessidades específicas. Mas as marcas estão dispostas a ir mais longe e incorporar, nos produtos, atributos que vão ao encontro de alguns nichos existentes no mercado. A criação do Super Flight Creme Continuous Hydration for Face and for Eyes, da Estée Lauder, é sintomática desta tendência assinalada pelo Trendwatching. O produto é dirigido a mulheres que viajam regularmente de avião e propõe um efeito imediato de hidratação da pele após cada viagem. O lançamento de produtos com “atributos de nicho” é a forma das marcas responderem ao estilo de vida dos consumidores e retirarem daí benefícios. Veja-se o caso das Etre Touchy, luvas que mantêm apenas o polegar e o indicador a descoberto, com a finalidade manter quentes as mãos dos utilizadores de iPhones ou iPods, enquanto manuseiam o monitor dos respectivos gadgets. Esta tendência, dizem os especialistas do Trendwatching, será importante no próximo ano, pois a crise fará aumentar a receptividade dos consumidores a produtos que lhes pareçam mais práticos e úteis.
5. A corrida pelas renováveis
As tecnologias energicamente eficientes vão, segundo a JWT, estar no topo da agenda das empresas mundiais durante os próximos doze meses. O esforço das empresas para encontrarem fontes de energias mais baratas, renováveis e amigas do ambiente implicará o reforço da cooperação entre empresas e instituições de investigação. Em Silicon Valley as empresas começam a encarar as renováveis, outrora olhadas como um investimento de elevado risco, como a próxima grande fonte de receitas do sector ligado à tecnologia. O Google, por exemplo, já investiu cerca de 35 milhões de euros em plataformas de energia solar e eólica, estando ainda a contratar engenheiros e cientistas para explorarem novas fontes de energia para a empresa. No sector energético, só a BP, que foi pioneira em posicionar-se como uma marca amiga do ambiente, investe 1,16 mil milhões de euros por ano na exploração de energias alternativas. Também os governos estão empenhados nesta causa. O recém-eleito Barack Obama anunciou um plano de investimento de 117 mil milhões de euros para os próximos dez, com o objectivo de incentivar o sector privado a construir infra-estruturas que lhes permita a utilização de fontes de energia não poluente. Já a União Europeia está a prever que a utilização de energias renováveis represente 20 por cento do total do consumo energético no conjunto dos estados-membros em 2020.
6. O aumento dos serviços móveis
O aumento da oferta de wireless e a diminuição do preço dos serviços dos telemóveis fará com que a utilização de dispositivos móveis surja como a tendência dominante na utilização de tecnologias digitais. Um estudo da IBM, citado pelo relatório da JWT, refere que no Reino Unido, na China e nos Estados Unidos mais de metade dos consumidores demonstram a intenção de transferir a internet do PC para o telemóvel. Espera-se, por isso, que os smartphones, a nível global, venham a representar mais de 700 milhões de vendas até 2012. A reforçar esta tendência aparece um estudo da Nielsen a indicar que, de 2007 para 2008, o acesso a sites através de telemóveis registou um aumento para os cinco milhões, correspondente a 73 por cento. Também um documento da comScore dá conta da maior disposição dos consumidores para o uso das plataformas móveis, com o número de utilizadores da internet através de telemóveis a crescer 68 por cento nos Estados Unidos e 38 por cento na Europa, entre 2007 e 2008.
7. Investimento nos motores de busca
Com a crise, a eficiência máxima nos investimentos publicitários será o grande imperativo dos anunciantes. Os motores de busca, como o Google, serão os grandes beneficiados, pois, segundo a previsão de alguns especialistas consultados pelo Horizont, o investimento nestas plataformas aumentará de forma considerável no próximo ano. E são vários os directores de marketing a assumirem essa inclinação. O responsável pelo marketing da Lufthansa, Hubert Frach, declarou que, no geral, os motores de busca trazem grandes vantagens para as marcas, sobretudo “em tempos de crise”, manifestando a intenção de aumentar, a dois dígitos, o investimento em search marketing no próximo ano. O sector automóvel, um dos mais afectados com a crise, procurará esta solução para rentabilizar os seus investimentos. Essa é a convicção de Markus Hinz, director da divisão do sector automóvel da Google Alemanha, quando refere que o marketing nos motores de busca está a “generalizar-se no sector automóvel como um instrumento estratégico do mix de marketing em 2009”. Christian Petersen, director da agência Eprofessional, sintetiza as vantagens: “Pode medir-se o retorno do ROI por cada euro investido, o que em tempos de dificuldades económicas é um argumento sempre importante”.
8. À procura da autenticidade
A autenticidade das mensagens será a grande prioridade das marcas no próximo ano. É que o colapso financeiro internacional não abalou apenas a reputação das instituições financeiras. Segundo a JWT, os consumidores estão, de forma transversal, cépticos em relação à comunicação das marcas. A transparência e a autenticidade serão, assim, os dois valores que dominarão a comunicação das marcas no próximo ano. O objectivo é recuperar alguma da credibilidade perdida junto dos seus clientes. O grupo HSBC procurou, através da publicidade, logo após os acontecimentos deste ano em Wall Street. A mensagem publicitária procurou desmistificar a ideia de que os bancos só estariam interessados em números e taxas de juro, pondo em evidência a sua preocupação em relação às expectativas de vida dos seus clientes. Nesta matéria, a política de marketing da Hotel Chocolat é considerada exemplar. Todos os meses, a empresa cria 40 novas receitas e envia-as para os 80 mil membros do seu Tasting Club, que provam, avaliam e votam as receitas da marca.