RTP1 com projecto sobre Cova da Moura
A Cova da Moura vai ser o cenário de uma gala a transmitir pela RTP, baseada num projecto da Até ao Fim do Mundo. O programa deverá ser filmado no […]
Ana Marcela
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A Cova da Moura vai ser o cenário de uma gala a transmitir pela RTP, baseada num projecto da Até ao Fim do Mundo. O programa deverá ser filmado no início de Abril no bairro do concelho da Amadora tem por base uma ideia lançada pela produtora em parceria com a associação Moinho da Juventude, aí sedeada. O mesmo, explica ao M&P Ricardo Freitas, director-geral da Até ao Fim do Mundo, partiu da vontade da produtora de gravar e contar histórias sobre a Cova da Moura, algo que só seria possível, diz, “envolvendo as pessoas do bairro”. A fórmula encontrada foi através de um workshop de televisão, no qual jovens moradores do bairro realizaram cinco curtas-metragens que versam temas que vão do processo de reinserção de ex-presidiários, à dificuldade jogar futebol no campo do bairro ou à história do hip hop na Cova da Moura, tendo a produtora dado formação e “noções mínimas de filmagem”. A jornalista Sara Gomes, pela Até ao Fim do Mundo, liderou o projecto.Os filmes realizados farão parte dos conteúdos exibidos durante o programa com cerca de 1h30 que será mais tarde emitido pela estação pública. A gala, que será apresentada por Catarina Furtado, contará com os protagonistas das curtas e grupos de hip hop do bairro que vão actuar nas ruas da Cova da Moura.
Na sequência deste projecto, a produtora, adianta Ricardo Freitas, está neste momento a escrever um argumento para uma série “de pelo menos três episódios” sobre o bairro, cujo objectivo é ser filmada no mesmo “usando os próprios habitantes como actores, bem como actores profissionais”. O primeiro guião está a ser escrito por Sara Gomes sendo mais tarde envolvida uma equipa de argumentistas. Para isso, a produtora vai organizar brevemente com a Moinho da Juventude um workshop de formação de actores, podendo daí emergir alguns dos intérpretes da futura série. Questionado sobre eventuais canais interessados no projecto de ficção, o responsável da Até ao Fim do Mundo admite que ainda não tem nenhum apoio fechado, sendo que, para passar para a fase de produção, a série “terá de ter um canal por trás”. “É impensável gravar uma série de ficção apenas com uma estrutura como a Até ao Fim do Mundo. São valores muito elevados, até porque implicam contratação de actores”.