Diversificar conteúdos
Se para os jornais de informação geral os suplementos são vistos sobretudo como uma forma de segmentar conteúdos ao nível editorial, para os jornais mais temáticos estes cadernos adicionais podem, […]
Maria João Morais
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Se para os jornais de informação geral os suplementos são vistos sobretudo como uma forma de segmentar conteúdos ao nível editorial, para os jornais mais temáticos estes cadernos adicionais podem, em sentido inverso, servir para lhes dar um âmbito mais generalista e assim complementar a informação oferecida aos leitores. Rita Amzalak Ramos começa por frisar que "os suplementos permitem aos jornais um desvio à sua matriz geral de conteúdos". A head estrategic planner da Tempo OMD completa a ideia adiantando que estes produtos "oferecem ao leitor um espaço suplementar onde são desenvolvidos temas específicos".Quanto ao director de marketing do Público, entende que os suplementos são pensados para os leitores do jornal no sentido de gerar diferenciação. A nível editorial, João Porto entende estes títulos como uma forma de "enriquecer o produto", adiantando ser esta também uma forma de rentabilizar os "excelentes profissionais" que fazem parte da redacção do diário da Sonaecom. Havendo temas que não faria sentido entrar no caderno principal do jornal, poderão ser utilizados nos suplementos, contribuindo assim para enriquecer os conteúdos. Frisa, contudo, que estes não são vistos como entidades autónomas dentro do jornal, mas antes como fazendo parte "integrante daquilo que é o Público".
Para Armando Esteves Pereira, director-adjunto do Correio da Manhã, os suplementos funcionam como um "complemento", e constituem uma forma de reforço na comunicação com os leitores, ao veicular informação a públicos mais específicos. Segundo o responsável, o objectivo ao lançar produtos temáticos como Correio Vidas, Correio Êxito ou Correio Sport, é "dar mais valor ao jornal", ao mesmo tempo que se pode "ganhar novos públicos".
Embora frise que o Correio da Manhã vai terminar o ano acima do ano anterior, o director-adjunto do diário da Cofina adianta que o título não pode neste aspecto "baixar os braços", e deve adoptar o que designa como a "estratégia competitiva do tubarão", que se espelha no aumento do produto colocado em banca.
Quanto ao director comercial do Expresso, Paulo Pereira da Silva não consegue fazer a separação entre o Expresso e os vários produtos editoriais que acompanham o semanário da Impresa ao sábado. Começa por fazer a distinção entre cadernos como Economia, Única, Actual, Espaços&Casas e Emprego que, segundo o responsável, fazem "parte integrante semanal do jornal Expresso". Diferente é o caso dos produtos editoriais sazonais (como Extra Moda, Extra Vinhos, Linha, Guia do Estudante e Guia do Emprego) e ainda dos dossiês especiais pontuais. Sobre os primeiros, Paulo Pereira da Silva frisa que, pela sua natureza, "não são na organização entendidos como suplementos, mas sim como parte integrante da estrutura editorial semanal do próprio jornal Expresso".
O desportivo da Controlinveste O Jogo é um exemplo de um jornal temático que investiu nos suplementos no sentido de tornar o título mais generalista. Manuel Tavares não tem dúvidas de que o caderno que acompanha o jornal entre terça-feira e sábado tem por objectivo "alargar os conteúdos do jornal".
Apresentando conteúdos como perfis, tops de desportistas, áreas de apostas, crónicas de colunistas com peso na área desportiva ou sugestões nocturnas, o J acaba por ser um título generalista dentro de um desportivo, procurando assim "ir em busca de novos leitores", uma vez que também é "variado do ponto de vista geográfico". O objectivo é "dentro do core business que é o desporto, começar a criar uma nova plataforma de conteúdos" e "diversificar o plano de conteúdos", criando espaço assim para "uma área mais generalista dentro dos desportivos" e desta forma "abrir o naipe de habituais consumidores de jornais desportivos". O director editorial não esconde, de resto, que se trata de uma tentativa de superar a "crise actual" nas vendas dos jornais, através da exploração deste nicho.
Com a revista J, o jornal, que segundo Manuel Tavares se posiciona dentro dos desportivos como o mais dirigido a jovens e a públicos qualificados, pretende reforçar o enfoque nos "quadros superiores" e nos leitores "com mais poder de compra".
Daí que, apesar do actual momento complicado no que diz respeito à venda de jornais e nomeadamente na imprensa desportiva, Manuel Tavares adiante que O Jogo atinge os seus objectivos a nível de publicidade, beneficiando desse posicionamento mais dirigido às classes A e B, que lhe garante outro tipo de anunciantes.
Já os suplementos incluídos diariamente no Oje, garantem ao económico uma "cobertura completa", assegura Guilherme Borba. O responsável conclui que com os vários cadernos temáticos, os leitores "olham para o Oje como um produto cada vez mais completo", que permite dar a "informação mais extensa e inclui mais espaço para a opinião, sem perder as suas características principais".