Media Capital
Sob o signo Prisa A Prisa já assegurou o controlo da MC. A reformulação do negócio das rádios e a alienação da MCO são as principais novidades dos novos patrões […]

Ana Marcela
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Sob o signo Prisa
A Prisa já assegurou o controlo da MC. A reformulação do negócio das rádios e a alienação da MCO são as principais novidades dos novos patrões da TVI
Em Julho chegou ao fim do processo de compra do grupo Media Capital (MC). A Prisa, depois da OPA lançada em Maio através da Vertix, possui 94,39% do capital e controla o grupo criado por Pais do Amaral. Mas as mudanças começaram muito antes da conclusão da OPA. Quando ficou claro que na corrida à compra do grupo detentor da TVI, a Prisa ocupava o primeiro lugar a alteração na composição accionista fez-se sentir na estrutura, a começar pela cúpula dirigente. Em Maio, Pina Moura é nomeado presidente não executivo da MC. Uma nomeação não isenta de polémica dado tratar-se de um antigo ministro e, na altura da nomeação, deputado socialista.
O definir de prioridades
O controlo do grupo pela Prisa impactou igualmente no comando da unidade de negócios da rádio. Em Abril, António Craveiro deixou de ser o homem forte do grupo na esfera radiofónica, tendo passado Jordi Jordà, enquanto director-geral, a liderar os destinos da MCR, dando continuidade ao processo de reestruturação das estações. O reposicionamento do Rádio Clube Português de uma estação musical para uma de palavra deu o arranque das mudanças, que passaram pelo regresso da Romântica, a reestruturação da Best FM e o surgimento da M80. A marca dos novos proprietários do grupo fez aqui sentir-se de forma mais visível já que este é um projecto inspirado na M80 que a Prisa emite em Espanha.
Mudanças no negócio de rádios que revelam que esta é uma unidade de negócio na qual a Prisa quer apostar, invertendo os resultados operacionais da sub-holding que, de acordo com o relatório e contas do grupo relativos ao primeiro semestre deste ano, não são propriamente positivos quando comparados com período homólogo. Menos 4% nos proveitos operacionais fixando-se nos 6,9 milhões de euros, e um resultado operacional situado nos 947 milhões de euros negativos.
Uma área que claramente se revelou não estratégica para o grupo Media Capital sob a égide da Prisa foi a de publicidade exterior. Em Julho, a muito comentada e nunca confirmada alienação da MCO é anunciada pelo grupo. A sociedade de investimento Explorer Investments é apontada como a melhor colocada na corrida à aquisição da MCO, informação nunca confirmada oficialmente pelas partes, deixando para trás outras empresas como Cemusa e JCDecaux e um fundo de investimento internacional, nomes igualmente referidos como interessadas na MCO.
O audiovisual e as fúrias legislativas
Mas a jóia da coroa da Media Capital continua a ser a TVI. Com audiências que a colocam na liderança, a TVI mantém-se como o motor do grupo. Nos primeiros seis meses deste ano a estação liderada por José Eduardo Moniz obteve proveitos consolidados de 88,8 milhões de euros, o que mostra um crescimento de 2%, resultados contra a corrente das outras unidades de negócio. Sendo que em Portugal, a televisão é o media que recolhe a maior fatia do bolo publicitário a manutenção do interesse dos actuais patrões da MC na expansão do seu portfólio audiovisual não surpreende. Todavia, as intenções do grupo em avançar para o cabo com dois canais (recentemente, Moniz anunciou que em 2008 a TVI terá um canal generalista e outro de informação na TV Cabo) esbarram-se com umas negociações que parecem não ter um fim à vista. A possibilidade de no concurso para a TDT, ainda sem contornos conhecidos, ficar disponível um novo canal no pacote free-to-air é algo que o grupo encara com alguma precaução. (ver artigo de opinião). As reticências do administrador-delegado da MC alargam-se ao diploma que o governo está a preparar para regular a concentração dos media. “É mais uma iniciativa legislativa que não é necessária e que deixa em aberto demasiadas questões, trazendo ainda para mais, incertezas e riscos adicionais, sobretudo para os actuais operadores presentes no mercado”, considera Manuel Polanco. “Portugal tem um dos sectores dos media mais pluralistas que conheço – como o que vimos da proposta do Governo dificulta a evolução dos grupos de media em Portugal (para que possam competir a nível internacional) e o desenvolvimento do próprio sector na sua globalidade”, diz.
Para o responsável outras questões são mais prementes. “Para o sector, e para o grupo, o futuro passa sobretudo por se adaptar às novas plataformas de difusão dos conteúdos e à sua evolução prevista, e, no nosso caso, também por rever o papel na cadeia de valor dos media (entre produtores de conteúdos e seus distribuidores)”, começa por dizer. “Depois há também incertezas adicionais que são específicas do nosso mercado e que também não ajudam a desenvolver o sector como, por exemplo, as limitações decorrentes do tamanho e do fraco crescimento do mercado publicitário. Estas são situações que precisam de soluções e não de mais problemas evitáveis”, defende.