Onde param os ex-brandias?
São vários os projectos que foram criados de raíz por profissionais que saíram da Brandia, antes ou depois, do processo de fusão. A empresa de Carlos Coelho e Paulo Rocha […]
Sara Martinho
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São vários os projectos que foram criados de raíz por profissionais que saíram da Brandia, antes ou depois, do processo de fusão.
A empresa de Carlos Coelho e Paulo Rocha deverá ser o próximo projecto a ser anunciado
No espaço de apenas um ano a Brandia, agora Brandia Central, sofreu um fusão e “perdeu” perto de 180 colaboradores das mais diferentes áreas. Tudo começou em Novembro de 2005 quando foi anunciada a fusão entre a Brandia e a Central de Comunicação. Cem dias após o negócio foi apresentada oficialmente a Brandia Central constituída por cinco empresas: Brandia Central SGPS (a holding), Brandia Central SA, Ipsis (assessoria e relações públicas) N Media (agências de meios) e CTP (agência de produção). Nesta estrutura Rui Trigo assumiu o cargo de presidente, João Paulo Sequeira o de vice-presidente, e contava com cerca de 370 profissionais, embora Rui Trigo garantisse na altura que “os profissionais estão em permanente avaliação e que as entradas e saídas irão sendo avaliadas em função das necessidades”.
Carlos Coelho, na altura presidente da agência, e Paulo Rocha, administrador executivo e director criativo, e fundadores da Brandia, foram afastados da empresa. Depois, cerca de 180 colaboradores optaram por sair. Entre eles, alguns optaram por lançar as suas próprias empresas e agências. Aproveitamos, um ano depois da fusão, para fazer um balanço dos projectos de profissionais que saíram da Brandia antes e depois do processo de fusão.
Integrados num grupo
Parte do grupo Desafio Global poderia mesmo chamar-se Made by Brandia, já que integrou muitos dos ex-brandias nas suas empresas. A Action4, por exemplo, agência de brand entertainment, e começando com o director-geral, Tiago Canas Mendes, antes de integrar este projecto era o director executivo da marca Yorn & Vodafone na Brandia. Gonçalo Castel-Branco, actual director criativo da Action4, também passou pela Brandia como gestor de eventos sénior e Rafael Ripper, actual gestor de marcas, trabalhou na Brandia como sénior da área de planeamento estratégico. A Action4, uma unidade especializada em eventos de marketing de grande impacto e cujo objectivo é criar formatos inovadores de comunicação de marcas, organizou eventos como o Sapo Surf Bits, CP Resort, Sapinhos de Choque e a PT Escolas, projecto que durou seis meses e que envolveu 48 mil participantes de 350 escolas.
Ainda dentro do grupo, em Setembro de 2005 surge a Thankz, uma empresa que tem como principais colunas a área do creating, consulting e motivation e tudo inserido na área da motivação interna das empresas. Liderada por Zezo Carvalho, ex-director de marketing integrado na Brandia, função que acumulou com a direcção criativa da Brandia Advertising, a Thankz já trabalhou marcas como a Vodafone, Galp e CP.
A Mola Design foi outra das empresas que nasceu no seio do grupo Desafio Global e que é composta, na sua maioria, por ex-brandias. Cláudia Figueira e Rui Morais, os dois fundadores da Mola Design e a ocuparem os cargos de directora de serviço a clientes e director criativo respectivamente, foram, na passagem pela Brandia, directora de contas e director criativo. A equipa é ainda composta por Afonso Cardoso, director de projecto da Mola e ex-supervisor de contas na Brandia, José Carlos Mendes, head designer na Mola e ex-designer na Brandia, e Nuno Guerreiro, designer júnior na Mola e ex-art finalist na Brandia. Fundada em Janeiro de 2006, a empresa de design conta na sua lista de clientes com empresa como a EDP, Art Clinic, Pousadas de Portugal, TMN, Solinca, Sonae Turismo e Sonae Distribuição.
Em Fevereiro deste ano foi também criada, no seio do grupo, a agência de publicidade Adore. Fundada por quatro profissionais da The Basement, que foi diluída na Brandia, a agência conta com clientes como o Instituto de Turismo de Portugal, INETE, SIC, ETIC e a Wearplay, conta que saiu da Brandia para a Adore. Pedro Pires, Ricardo Gaspar, Joaquim Rocha e Cristina Alegre assumem agora os cargos de director-geral criativo e de planeamento estratégico, director de arte, copy e directora de contas, respectivamente. A juntar-se aos fundadores, estão ainda na equipa Jorge Ferrão, director de arte, e João Freitas, copy, ambos ex-brandias.
Novas empresas
Duarte Vilaça e João Félix da Costa são outros dois ex-brandias que decidiram iniciar um projecto próprio. Duarte Vilaça esteve durante quatro anos e meio na Brandia, como director da Brandia for Sports, e João Félix da Costa estava na mesma área mas com funções de gestão. Como explicou ao Meios & Publicidade Duarte Vilaça “trabalhámos a gestão de mercas na área do desporto na Brandia e saímos porque fomos convidados para trabalhar na StarZone, uma empresa que trabalhava com personalidades na área do entretenimento como o Luís Figo, o Cristiano Ronaldo, a Daniela Ciccareli, entre outros”. Mas seis meses depois decidiram abandonar o projecto e criar uma nova empresa: a Brand Fiction. Criada em Setembro de 2005, Duarte Vilaça e João Félix da Costa são os sócios-gerentes e fundadores da empresa onde trabalham mais cinco elementos e que cujo core business é o brand and entertainment management. Ou como explica Duarte Vilaça, “a Brand Fiction trabalha no sentido de tentar ligar melhor as marcas aos consumidores, não nos intervalos do entretenimento mas no próprio entretenimento. Pegamos em conteúdos e transformamo-los de forma a que fiquem mais apelativos para as marcas”. Exemplo disso são os projectos que já desenvolveram e outros que estão a trabalhar. O primeiro projecto da Brand Fiction foi para o Continente com a campanha 'Por amor á camisola' em que distribuíram camisolas do Eusébio na altura do Mundial de 2006. E este projecto surge no seguimento de outro desenvolvido pela equipa ainda na Brandia, que foi o Hiper Portugal com o Luís Figo durante o Euro 2004. Como clientes trabalharam ainda a Modalfa, onde desenvolveram o projecto Modalfa Fashion Dream, a ONI, em termos de comunicação interna e como preparação para o negócio de venda da empresa, a Informa D&D ou o Fantasporto com a Realizar.
Há cerca de seis meses a Brand Fiction fechou um acordo para a Família Galaró, um projecto que se insere no objectivo da empresa de”nos próximos dez anos criar conteúdos de base portugueses e estruturá-los para que sejam apelativos para os clientes e para as marcas”, define Duarte Vilaça. Para este projecto estão a ser preparados espectáculos no Coliseu durante o ano que vem, está a ser produzido um CD de Natal, a ser negociadas parcerias e patrocínios, num investimento que ronda os 250 mil euros.
Maria João Vasconcelos era na Brandia responsável pela área de investigação e estratégia do grupo. Nos últimos três anos que esteve na empresa foi ainda responsável comercial da Brandia Creating e também sócia associada, “uma espécie de partners como nas consultoras”, explica. Sai em Agosto e em Setembro funda a Vasconcelos et al, uma empresa que tem por área de actividade a assessoria em retail, sinalética e comportamentos de consumo. “Pretendemos estudar, quer na área de sinalética quer no retail, os problemas do ponto de vista do processo de recepção do destinatário. É aí que está a mais-valia pois o comportamento no espaço é determinado por características culturais, pelo contexto e até pela personalidade. Tendo sempre em atenção que o processo de recepção das mensagens não é determinado pelo que o emissor quer mas pelo que o destinatário – o cliente, o utente, o automobilista – está preparado para integrar, para compreender, para aceitar”, conta Maria João Vasconcelos. “Para isso contamos com a contribuição quer das ‘novas’ ciências, como a proxémia, neuro-ciências, teoria dos sistemas, semiótica, programação neuro-linguística, quer de práticas antigas como o feng-shui. Fazemos também estudos especiais para apoio a processos de rebranding, como auditorias de imagem, estudos de reposicionamento e de representações sociais”, acrescenta. Além de contar com um sócio, na empresa trabalha também Fernanda Serrano, que esteve no grupo Brandia, inicialmente como directora-geral da Nova Publicidade e posteriormente como responsável da área de desportos e comercial, que “tem um imenso curriculum na área da comunicação”, refere a fundadora da Vasconcelos et al.
A Snord, SuperNormal Design, também é uma empresa Made by Brandias: quatro fundadores, quatro ex-brandias. Pedro Cunha Monteiro, partner e strategy & creative contents da Snord, esteve de 2001 a 2006 no grupo Novodesign da Brandia Network como analista estratégico sénior. Gonçalo da Silva Bruschy da Fonseca, partner e architecture & interior design, esteve no grupo Novodesign como director geral da área de ambientes entre 1995 e 2006. Rui Sampaio de Faria, partner e concept & product design, foi entre 1995 e 2006 design director. Finalmente, Filipa de Freitas, partner e business & executive manager, esteve na Brandia sete anos, nos quais desempenhou funções como directora de cliente, directora da área de design 3D, directora de serviço a clientes e como unit general manager. Está também na equipa uma ex-brandia, Linda Romano, que trabalhou como designer gráfica no grupo Novodesign e que agora é responsável pela área de brand & comunication design da Snord.
Fundada em Outubro deste ano, a agência, como explica Filipa de Freitas, tem como propósito e ambição “elevar o paradigma dos produtos, marcas ou serviços ao expoente máximo da sua exclusividade, diferenciação e experiência. Por outras palavras, encontrar o que há de super-normal na normalidade de todas as coisas. A Snord pretende aproximar os seus clientes com a indústria, onde tem firmado já diversos contactos e efectivado parceiras nas mais diversas naturezas técnicas e produtivas, com o intuito de tornar os projectos de design em verdadeiras propostas inovadoras de negócio”.
Mas um dos projectos que realmente destacam estes profissionais, e ainda enquanto brandias, foi a Pluma da Galp Energia, cujo management do projecto esteve a cargo de Filipa de Freitas, a estratégia e criação de marca foi da responsabilidade de Pedro Monteiro e a concepção e design de produto foi de Rui Sampaio de Faria.
Para o início de Janeiro do próximo ano, está também previsto o lançamento de uma nova agência fundada por Carlos Coelho e Paulo Rocha. Há um ano, quando saiu da Brandia, Carlos Coelho adiantou ao M&P que iria dedicar os próximos meses a outras actividades, como “estudar e dar aulas”, embora tenha sublinhado que não se ia “reformar. Sou um homem de marcas e vou continuar”. E como o fim do período sabático, imposto pelo acordo de saída da Brandia, que está prestes a terminar, o gestor de marcas tem já preparada uma 'sequela' para continuar a a área de marcas. Resta esperar pela constituição da equipa e pelo formato do projecto.